Coleção pessoal de juliani_pedroso
Querido diário, tudo bem? Se prepara pq estou inspirada...Me pego hoje fazendo uma reflexão sobre os últimos acontecimentos , e nossa!!! como as coisas são engraçadas não é mesmo?! Imagina vc ... vc tem uma vida ocupada, sua rotina definida, um ciclo de amizade que vc julga bacana, ideal... vc tem sua família, seu relacionamento, filhos (ou não), trabalho, estudo... enfim uma vida que vc julga em primeira instância normal, adequada a vc, as suas crenças, aos seus ideais, seus valores e tudo corre aparentemente bem. As pessoas gostam de vc te tratam bem ( pelo menos na sua frente) e a vida vai seguindo seu curso até o dia em que vc e o resto do mundo é surpreendido por uma pandemia, ehh isso mesmo! Uma pandemia fdp que desconstrói sua idealizada rotina, te afastando dos seus hobbies e compromissos, dos amigos e familiares , do trabalho, dos estudos, e até das ruas... então vc se vê ali confinado, preso, indefeso, impotente e sem saber que rumo sua vida vai tomar. Nossa!!! E agora??! Meu Deus o que vai ser de mim?! O que farei aqui trancado, sem poder sair, sem poder ter minha vida normal?! Ohhh não, eu vou surtar, estou ansioso demais, minha fisiologia mudou, o dia virou noite, a noite virou dia, o que fazer Senhor??!! E daí meu caro diário, a pessoa se pega em completo desespero e frustração. Parece ser o fim , parece que não existe nada que se possa fazer... ai de mim , pensa o pobre coitado... Contudo, existe e sempre existiu uma força invisível, silenciosa, e milagrosa dentro deste indivíduo, que estava ali adormecida, jogada pra escanteio, um tanto esquecida, pois afinal não precisava dela pq estava tudo ok. E agora essa força se faz presente, se faz necessária, e misteriosamente essa é a única forma deste pobre e desfavorecido sujeito se reeguer. E lá do fundo de sua alma, lá onde ele achava que não existiria mais saída, ele tira esse fio de esperança e começa veementemente
a criar uma nova rotina, algo que ele nunca imaginou que poderia ser possível, uma coisa inusitada, inovadora para ele. E aí, aquela sensação que tanto o atormentava, vai se desvanecendo, e uma nova rotina vai se criando, se fortalecendo, o pobre sujeito, que ja não posso chama-lo mais de pobre, se encontra mais equilibrado, menos ansioso, mais conformado e vai seguindo inclusive com gratidão a sua nova realidade, pois ele continua vivo!! Mas daí vem outra situação... esse indivíduo, é a minoria, é aquela parcela do mundo que honra a sua existência, que é grato a Deus, que mesmo que tenha estremecido as base no início de tudo, não desistiu, e fica firme no seu propósito. O propósito de se permanecer saudável , equilibrado. E mesmo em confinamento, ele consegue finalmente encontrar seu ponto de equilíbrio, encontra uma forma de levar sua vida mais leve. Aos olhos de muitos, ele esta louco, perdeu a noção do que é certo e errado, começam a chama-lo de chato, neurótico, exagerado, crica, e muitos outros nomes... parece que ele já não é tão legal quanto antes, já não é mais da galera, já não pensa mais como os outros... começam as provocações, as indiretas, o zum zum zum em conversas secretas, e nitidamente o afastamento virtual, o que antes era um laço, e era algo agradável a todos, se tornou fonte de investigação para outros propósitos... é meu querido diário, lamentável que muitas pessoas não enxerguem a evolução desse sujeito, que esta a cada dia buscando crescimento pessoal, fortalecimento espiritual, e principalmente buscando se manter vivo. A crueldade humana ainda assola muitas pessoas. O universo mental do sujeito se pergunta: como se fazer aceitável e satisfatório ? Essa resposta não existe. Não para ele. Prefere se preocupar com o animal ferido, se sensibilizar com o morador de rua desprovido, se entristecer com essa corrupção extrema e assassina , se compadecer com aqueles que se encontram em um leito de hospital, a se preocupar com o que pensam a seu respeito. E assim, respira fundo e segue com sua nova rotina, na fé e esperança de que dias e pessoas melhores virão.
Obrigada meu querido diário, mais uma vez por ter me escutado, até breve.