Coleção pessoal de JulianaSalvador
O mundo é um pequeno gigante
O mundo dá voltas e mais voltas
O mundo nos dá voltas
O mundo devolve
O mundo se revolta
O mundo emudece
O mundo vive e a gente perece
O vento na cidade.
Por um momento o silêncio tomou conta da cidade, não da cidade inteira, mas daquela rua, não um silêncio absoluto, mas uma pausa do caos.
O caos dos carros correndo, buzinando, os motores roncando, pessoas gritando, pessoas correndo e vendendo coisas. Havia apenas o som do vento e de um martelo em uma obra próxima.
Foi como se o vento estivesse trazendo a paz, a calmaria. Podia até jurar que ouvi pássaros! O som dos passos dados foram silênciados pelo som do coração e do sangue correndo nas veias.
Uma hora antes, ali mesmo havia passado carros de bombeiros com as sirenes ligadas. Horas depois uma manifestação de mulheres aconteceu.
No silêncio foi dito "obrigada por esse momento"... em pensamento.
Quando você se foi levou meus olhos e meu coração embora
Agora eu vejo ninguém e sinto nada além da saudade
Quando você se foi, doeu
Ainda dói
Quando você se foi eu achei que jamais conseguiria ser eu novamente
Agora eu sou mais eu do que era antes
Quando você se foi eu chorei
Ainda choro
Quando você se foi, foi
Que bom que você se foi
Um transeunte perdido na solitude de seus pensamentos junto a uma mistura indecifrável e corrosiva de sentimentos, decerto está tentando descobrir uma maneira de escapar da rotina, da loucura. Talvez esse homem urbano deva perder-se para encontrar-se, trilhar caminhos desconhecidos e divertir-se com o que encontra, parar para aproveitar os pequenos momentos.
Isto poderia ser um poema, poderia estar em um livro, poderia ser uma estória, poderia ter palavras rebuscadas, poderia ser algo que desse um nó na sua mente, mas é apenas um simples texto com uma cena e uma pessoa, na verdade, uma garota cuja identidade não importa.
Construa esta cena em sua mente: água azul clara, céu límpido, areia branca, fofa e fina. Uma garota sentada na areia. Não vamos falar sobre a vida dessa jovem, vamos falar sobre as ideias que ela possui.
Uma nota: Ela é simples como o ar.
Você pode estar pensando que ela é invisível na sociedade, e talvez seja. Você pode estar perguntando-se: “Como assim simples como o ar?” e tal pergunta, eu não irei responder, apenas entenda: Tudo é simples, nós que complicamos. Você pode ainda estar pensando que esse texto é sobre ela, mas na verdade é sobre você, sobre todos, sobre tudo.
Somos parte da natureza, pois somos feitos dos mesmos elementos químicos que tudo na natureza. Estamos no planeta Terra e ele é feito dos mesmos elementos químicos que somos feitos, então somos o planeta Terra. Somos a natureza, assim como somos as estrelas. Somos os planetas e a Via Láctea. Somos as galáxias e o universo. Nosso corpo é infinito, nossa alma não, ou sim, quem sabe a verdade?
Um pequeno exercício: Sente-se em um local movimentado, perceba os pequenos detalhes e permita-se sentir todas as emoções que o que está vendo te faz sentir. Olhe atentamente os movimentos de todos os seres vivos ao seu redor. Como executam esses movimentos? Para que estão movimentando-se? Ouça atentamente as conversas alheias e tente entendê-las percebendo que essas pessoas têm sentimentos e problemas assim como você. Existe solução para os problemas dessas pessoas? Os problemas são difíceis de solucionar? Você já passou por algo parecido? Já se sentiu da forma em que elas estão se sentindo? Por fim, tire suas próprias conclusões.
Outro pequeno exercício: Vá a um lugar como um parque ou um jardim, ambos de preferência com um lago, animais e muitas plantas, (Se achar divertido, você pode até levar uma daquelas toalhas quadriculadas branca e vermelha, típicas de piquenique dos filmes norte-americanos.) e então relaxe fazendo o mesmo que no exercício anterior, porém dessa vez sem prestar atenção nas conversas alheias, se houver alguma. Permita-se ser a natureza. As conclusões são suas, é claro.
Ela gosta de ir à praia no fim da tarde, mas não só para refletir, mas porque gosta da textura da areia nos pés, gosta da gradação das cores do mar juntamente ao céu, gosta do som do mar etc. Ela sente que faz parte da natureza, que faz parte de algo maior mesmo que não saiba explicar tão bem, apenas sentir. Para ela, sentir que não está só e que tem todas essas moléculas em suposta harmonia, a faz querer viver mesmo sem saber o propósito disso.
Os gritos da alma presa num corpo corruptível, obrigada a conviver com a desgraça, maldade, violência, vingança, inveja, paixões, etc.
Algumas pessoas aparentam ser sombrias ou más, mas às vezes essas são as melhores pessoas e que cansadas de um mundo pravo, com pavor se cobrem com um manto ou se isolam para proteger suas rachaduras.
Viver nas sombras é fazer parte de um mundo escondido dos olhares curiosos e dos dedos podres.
A insônia por causa dos pensamentos e dos gritos é normal e quando se consegue dormir, é com um olho aberto.
Ver que o paraíso não é isento de problemas assusta e afasta a esperança.
A mente das crianças e a mente dos sonhadores são praticamente iguais, porém há uma diferença entre eles: As crianças vivem e os sonhadores não.
Desespero.
A angústia emudece.
A vida é um eterno vazio que cada um de nós deve preencher vivendo e aprendendo.
A crueldade no mundo não me fez ser cruel, mas me fez amar o mundo o suficiente para quer torná-lo melhor.
A vida é uma entidade traiçoeira que está à espreita na esquina com o pé no caminho para te derrubar.
Vento vindo veloz
Cabelos esvoaçantes
Sol de fim de tarde
Pés na areia
Água batendo nos pés
Horizonte
Lágrima
Devaneio
Anjo de areia
Tudo bem estipular regras para que os humanos sobrevivam, para que os humanos continuem existindo, coexistindo, para que cada um tenha uma vida boa em relação aos seus semelhantes, mas não está tudo bem estipular regras que imponham o jeito que cada um vai viver, pois claramente viver é diferente de existir. Quem você é, só você pode decidir, mesmo sendo a partir de ideias já existentes, só você pode buscar conhecimento e moldar-se, e além, só você pode ser capaz de perceber e respeitar a existência de outros para conseguir conviver bem.
Aos poucos fui notando que o motivo dos meus pesadelos, e que estava quase me consumindo por completo, era o medo, medo do não, do não poder, do não conseguir, medo do acontecer.
Minhas memórias são sonhos
Minhas memórias são ideias
Um mundo irreal tão real
Mais do que este em que estou.
Caiu do ninho quase que expulso, cambaleou para um lado, cambaleou para o outro, abriu os olhos e se viu perdido. Estava na hora. Inúmeras opções, muitos "nãos" mas o que precisava era de apenas um sim. Recém-adulto, cheio de ideias e sonhos, sem saber por onde começar e já exausto de viver.