Coleção pessoal de JulianaRabelo
Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
EM BREVE
Em breve eu abrirei a porta
Em breve eu saberei o sabor da distância
Em breve eu terei a parte que falta do quebra cabeça
Colocarei a ultima carta da torre
Eu que espero a chuva , penso diante das nuvens negras o quão as desejei por não tê-las
Então você abre um livro ,lê a primeira página e descobre que não pode mais ser feliz se não descobri o que acontece no final
São coisas que se descobrem numa madrugada de quinta feira
Numa semana de poucos ensejos calorosos
Mas quando você acordar vê que ao teu lado ainda repousa o medo cotidiano
De fato as paixões gritam no ouvido dos surdos
E a desenfreada matéria caça o espírito longe dos campos Elíseos
Onde chegou não sei... Aonde vou só sei a direção..
Mas não deboche ou se preocupe ... Eu sei achar o meu porto e se este não for o “meu” sei desaportar e não terei receio de enfrentar outras tempestades
Janela Escura
E até poderia esperar ... Esperar mais semanas e meses , talvez anos por todas as coisas que nunca foram.
E não me importaria mais com o pensam e sentem ...
É tudo tão distante e distante...
É um clarão que abre a madrugada, uma luz que incendeia a sua cabeça , um calor que fervilha seus pensamentos, um fogo que cozinham os seus sentimentos e todo o seu corpo.
É um estase alucinado de virtude e pecado , e você sente mais do nunca que não pode mudar isso, que não pode evitar de sentir-se assim e impedir que essa loucura toda tome conta de você.
Ao final o que resta é render-se... Render-se ao delírio , a montanha russa de absurdos que passam magneticamente pela sua cabeça , desordenados , desorientados e tortos.
Para darem lugar a uma hipócrita calmaria que sucede melancólica , reflexiva ,delitiva.
E há um mediador de força que te obriga a pensar no que é mais ou menos desejável de sentir ...
E você acorda latejando uma dor de viver que entorpece qualquer inútil ser que lhe cerca.
É mais um dia que se vai , se esvai ... São noites que clareiam e dias que chegam sem avisar , sem esperar que você tome uma dose de uma droga qualquer para prepare-se para ele .
São mais pilhas de obrigações e ansiedades, são milhas de um caminho extenuante que não trará nada ao final.
Esse jogo que você tentou por tanto tempo entender e calcular , parece agora tão sem razão e pior sem prêmio.
De certo você não aprenderá a joga-lo ... De certo esse não era o jogo, não o seu ...
E você comprou cigarros... sonhos ... vidas
E tragou todos de uma vez.
Agora o que você faz é vagar com seu corpo por entre esse ciclo fugaz que os caminhos te levam sem qualquer direção ou lugar.
E você cai... cambaleia entre decisões que nuca soube tomar , coisas que nunca fez , desejos, vontades e apegos.
Sufoca com as palavras que não disse , o que passou por você e não foi capaz de segurar e deixou ir, sem ver e sentir.
E você duvidará da sua capacidade!
Lembrará dos planos bem sucedidos e das situações que venceu com tanta inteligência.
Inteligência que não lhe serve de nada , já que você não é capaz de tê-la a favor de ti ...
Então sãos lagrimas que desce do teu rosto, olhos molhados que brilham dores frescas e mofadas.
São rosas e lírios que nascem neste jardim , são folhas que caem , caules que crescem , frutos que surgem e você só cultiva a solidão.
Esse sentimento nulo que lhe conforta e te torna invisível ao resto de tudo, esse sentimento que te coloca em um lugar a parte do universo inteiro e te protege com um campo de força intransponível.
E você tolamente acha que ele te libertará mas ele apenas te condena ...
Condena você a algo que nunca irá existir , algo que por estar tão distante não é alcançável a nada e a ninguém.
E a estrada lhe mostrará o que vem despois das curvas , atrás das montanhas , depois do horizonte.
A metamorfose lenta e gradual de viver.