Coleção pessoal de julianaleitejll
Hoje eu quero bem pouco e prefiro me concentrar no agora do que planejar um futuro incerto. Eu me libertei da culpa e dei de cara com algo novo: não me encaixo, e aceito. Não é justo perder as asas no momento em que se descobre tê-las. É preciso poder voar, é preciso ter uma visão estratégica das janelas. Ver o sol e não poder tê-lo é absurdo. Então eu deixo algumas coisas passarem incompletas porque tenho consciência de que certas palavras ainda não têm tradução. Por mais que eu grite, vai ter quem não entenda, não aceite. O que eu não aceito é ter nascido num mundo tão grande e conhecer só uma pequena parte. Vou voar. Quem conseguir compreender, que me acompanhe.
Sou egoísta, impaciente e um pouco insegura. Cometo erros, sou um pouco fora do controle e às vezes difícil de lidar, mas se você não sabe lidar com o meu pior, então com certeza, você não merece o meu melhor!
Você tá me acostumando mal, e nem percebe. Fica aí cuidando de mim, me protegendo, me mimando. Me fazendo sentir como se eu fosse única. Não me invade assim, não acaba com as minhas mil e uma paranoias. Assim você me estraga, da melhor maneira possível. Não vem assim, cheio de atenção, cheio de atitude, fazendo acontecer, fazendo questão. Não sorri assim pra mim, que eu me perco. É covardia. Não me olha desse jeito, que eu fico sem ação. Não chega assim, me puxando pelo braço, me puxando pela cintura; me fazendo querer ser só tua. Não me decifra desse jeito, não leia meus pensamentos, é sacanagem. Não me prova que você é o meu homem e, que todos os outros eram moleques; que eu me apaixono fácil. É que todos os outros, não tinham nem 10% das suas qualidades e mesmo assim pra receber um pouco de carinho, eu tive que repartir eles com o mundo. Te ter assim, só pra mim, parece egoísmo, entende? Eu tenho medo que tudo isso seja só um sonho e, que depois a realidade seja difícil demais. Não mexe em nada, não revira minha bagunça, não manda embora os meus medos, não expulsa as minhas inseguranças. Faz assim, não faça nada que eu peça. Quando eu falo não, é sim. Eu complico tudo, pra depois se algo der errado, eu não poder dizer que eu não me auto-avisei. Chega assim, sim; cheio de atitude, cheio de carinho, cheio de atenção. Me liga sim. Cuida de mim sim. Acaba com todos os meus medos sim. Olha pra mim, sorri daquele jeito que me faz esquecer do mundo. Me puxa. Me pega. Me provoca. Me prova que eu posso me jogar sem medo, porque se eu cair você me segura. Seja só meu. Vem, vem pra cá, de corpo, alma e coração.
Eu poderia escrever um texto lindo, pra te fazer chorar horrores, você sabe que histórias pra isso não me faltam, que inspiração também não, que criatividade muito menos, e que tempo eu tenho de sobra. Eu poderia escrever mil coisas lindas aqui pra você, mas você não merece. Eu poderia lhe agradecer por todos os momentos bons, e por ter estar comigo nos ruins, mas eu não quero. Eu poderia te lembrar de todos os micos e momentos constrangedores que você me fez passar, mas como eu sou uma pessoa de alma muito boa, eu não vou te deixar com remorso. Eu poderia te pedir desculpas por todas as vezes que eu te atormentei e te irritei, mas eu não tô afim. Eu poderia dizer que tenho muitas saudades de você, mas daí eu estaria mentindo. Eu poderia dizer que te amo, mas eu não vou te iludir. Eu poderia escrever, te dizer, demonstrar mil coisas, mas você me conhece à anos e nenhuma palavra que eu disser será novidade pra você. Você sabe que eu te amo, que você sempre foi e sempre será uma grande amiga, e que tempo nenhum pode apagar tudo o que já vivemos juntas. (L)
Juro, eu não queria te perder assim, por besteiras. Eu fiz por merecer, fui fraca e caí em diversas tentações, não te dei valor, mas hoje eu me arrependo muito. Nunca pensei que te perderia, a cada tentação eu repetia mentalmente que seria a última vez. Queria tanto voltar no tempo. Hoje quando eu te vejo me dá um aperto no coração, como eu pude ter sido tão burra e ter te perdido sem perceber. Faço de tudo pra você voltar pra mim, calça 38.
Não tenho paciência pra enrolação, pra gente que não sabe o que quer. Tá com medo do quê? Não sabe o quer então não se aproxima de mim, porque eu sou decidida e sei muito bem o que quero, quando quero e com quem quero. Eu quero você. Hoje. Agora. Pra ontem. Então se decida logo, ou sai do meu caminho. Eu não tenho medo de ser feliz, muito menos de sofrer. Se no futuro não der certo, eu aguento o tranco sozinha, sem dramas, sem problemas. Mas e o presente? Até quando você acha que eu vou te esperar? É um aviso, desce logo de cima desse muro antes que você caia daí.
Eu não sou igual as outras mulheres que você conhece, então não me trate igual, como se eu fosse uma mercadoria. Eu não quero saber se você tem carro, desde que a falta dele não seja empecilho e desculpa para não me ver. Eu não me iludo com isso, se eu achar que nós dois podemos dar certo, eu ando de mãos dadas e a pé, junto com você. Carro só impressiona mulher fútil que se preocupa com as aparências. Eu to mais interessada em saber quem você é, e não o que você tem. Eu não quero saber se você tem dinheiro, se a sua conta bancária é recheada, desde que você seja um homem trabalhador e honesto. Eu não me iludo com presentes caros, eu não estou à venda. Dinheiro só impressiona mulher pobre de caráter, que quer subir na vida da maneira mais fácil. Eu tenho força, tenho garra e se você quiser, a gente constrói o que é nosso juntos. Eu não sou um corpo a procura de outro corpo qualquer, eu tenho sentimentos. O cara pra ficar comigo não precisa ter carro, grana, status. Pra ficar ao meu lado basta gostar de mim, me aceitar como eu sou, querer ficar ao meu lado sem pensar em ir embora um dia. Eu não sou igual as outras, não precisa ter medo, eu só vou me aproximar de você se eu realmente gostar de você, do que você é, sem máscaras, sem farsas, sem mentiras e sem nenhuma outra intenção. Meus olhos não brilham para a futilidade. Eu não quero carro se não tiver amor, eu não quero dinheiro se não tiver respeito. Eu to mais interessada no bem que você pode me fazer, do que em bens materiais. Eu não me importo e nem me iludo com isso, porque se um dia tudo acabar eu não vou ficar com carro e nem com dinheiro, mas eu vou ter pra sempre as lembranças dos momentos bons que podemos passar juntos.
É a primeira vez que me apaixono e sinto paz ao mesmo tempo. Ou encontrei o homem certo ou estou me tornando a mulher certa.
Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os colegas do Casseta & Planeta deram seus depoimentos.
Parecia que a qualquer instante iria estourar uma piada. Estava tudo sério demais, faltava a esculhambação, a zombaria, a desestruturação da cena.
Mas nada acontecia ali de risível, era só dor e perplexidade, que é mesmo o que a morte causa em todos os que ficam.
A verdade é que não havia nada a acrescentar no roteiro: a morte, por si só, é uma piada pronta. Morrer é ridículo.
Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre. Como assim? E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?
Não sei de onde tiraram esta ideia: morrer.
A troco? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu.
Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente.
De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinquente que gostou do seu tênis.
Qual é? Morrer é um clichê.
Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas. Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.
Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu.
Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e
morre num sábado de manhã. Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito.
Isso é para ser levado a sério?
Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo.
Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas. Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa? Não se faz.
Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero. E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas.
Só que esta não tem graça.
Quando fazemos tudo para que nos amem... e não conseguimos, resta-nos um último recurso, não fazer mais nada.
Por isto digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado... melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
Não façamos esforços inúteis, pois o amor nasce ou não espontaneamente, mas nunca por força de imposição.
Às vezes é inútil esforçar-se demais... nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende a nossos pés.
Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido.
Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer.
Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... o de nada mais fazer.
Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.
Encerrando ciclos
Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar, ao mesmo tempo, no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não pelo orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
O amor é uma doença. Eu sinto náuseas, febres, dores musculares. Eu acordo assustada no meio da noite. Eu choro à toa.
Hoje eu acordei numa casa diferente, num quarto diferente, sem nenhuma muleta, sem nenhuma maquiagem, meus amigos estão ocupados, meus pais não podem sofrer por mim. Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz.
Posso te garantir que o verão solitário me deixou mais mulher, mais leve e mais bronzeada e que, depois de sofrer muito querendo uma pessoa perfeita e uma vida de cinema, eu só quero ser feliz de um jeito simples. Hoje o céu ficou bem nublado, mas depois abriu o maior sol.
Cansei de quem gosta como se gostar fosse mais uma ferramenta de marketing. Gostar aos poucos, gostar analisando, gostar duas vezes por semana, gostar até as duas e dezoito. Cansei de gente que gosta como pensa que é certo gostar. Gostar é essa besta desenfreada mesmo. E não tem pensar. E arrepia o corpo inteiro, mas você não sabe se é defesa para recuar ou atacar. Eu eu gosto de você porque gostar não faz sentido.
Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga
Tem briga que aparece pra trazer sorriso
Tem sorriso que parece choro
Tem choro que é por alegria
Tem dia que parece noite
E a tristeza parece poesia
Tem motivo pra viver de novo
Tem o novo que quer ter motivo
Tem aquele que parece feio
Mas o coração nos diz que é o mais bonito
É como se eu não te convidasse pra festa, e mesmo assim ficasse bravo por você não ir. Assim... que você goste sem eu pedir.