Coleção pessoal de judicemalu

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Eu olho pela janela
Tudo o que vejo é tão lindo
Quanto a minha solidão
A chuva que cai
São minhas lágrimas
E toda essa ventania
É o vazio do meu corpo
Aos berros em modo de escapatória
Eu fecho os olhos
E não tenho em quem pensar
Então percebo meus batimentos
E só eles me equilibram
Mas todos estão sentindo
O gosto da discórdia
O caos em seu conforto
Ninguém se abraça
Preferem a solidão
Mas eu não...
Eu queria estar passando férias
Num abraço, seja lá quem
Só pra poder ver a vida passar
A confusão se esvair
E o vazio tentar entrar
E não conseguir
O Sol nascer
E a chuva finalmente desaparecer
Ninguém sequer se esforça
Falas educadas não me preenchem
Mais que isso quero intensidade
Sentimento de verdade
Pra não mais me identificar
Com esses dias chuvosos
Meu corpo tem pressa de viver
De renascer e de conhecer
E de sorrir e criar poesias
Sobre as coisas mais lindas do mundo
A tristeza é triste
E talvez seja um caminho sem volta
E eu não quero perder essa luta
Mas dessa vez eu juro
Que de bar em abraço
Eu vou me recompondo
De forma tão pura
Quanto a primeira respiração...

SÉCULO XXI

Não olhem para essa moça mulher
Ela só quer ser amada
Deseja chegar em casa
Atravessar a ponte
Do estresse e da esperança
Não a julguem mal
Ela não é moderna
Eu até a entendo
Ela só quer se deliciar no amor
Xícaras e moinhos
Ela quer depositar a vida dela
Unicamente num outro coração
Ela sorri em todas as tardes de estresse
Pois ela deseja ser amada
Quem ama uma mal humorada?
Mas ela ainda te liga
E você já ultrapassou a velharia dela
Você é modernizado, baby
Que pecado!
Não quer sorrisos forçados
Mesmo que no fundo verdadeiros
Você quer alguém pra te escarniar
Te cuspir e te fazer voltar para o tumulto
O seio do seu amanhecer de todo dia
Pobre moça, deseja tanto ser amada
Que eu até me vi voltando no tempo
Só de imaginar moça mulher
Em sorrisos, vestidos amarelos esverdeados
Em gangorras, no gramado

ADMITINDO-SE

Meus olhares de todos os dias
Quase sempre se fecham desesperados
E se abrem tão sãos disfarçados
Mas a tristeza contínua
Me puxa e me beija
Que é o beijo na boca do prazer
E o beijo da boca do lazer
Dias tristes também sorriem
Quando se combinam com palavras tristes
Dor não me suporta
O orgulho me abriga
E o que não era pra ser
Agora é no meu ser
O egoísmo me refaz
E a hipocrisia, que me tentaria
Agora na verdade, ela me chupa
Me puxa no gosto da mentira
Me chupa do seio da covardia
Me acaba com vontade
Até que não sobre palavras bonitas
Para passear com minha tristeza do lado
E a quem enganamos?
O bonito não é mais o romântico
O romance agora é decadência
Mesmo assim ainda tenho sonhos
De alguém que me acompanhe
Nas etapas da decadência do amor
Isso deve ser tão delicioso
Enfim viver não só a tristeza
Mas as palavras tristes

AMOR AO DESAMOR

Consigo ver meu amor rodando
Entre as estrelas e o verão
Espero meu amor me chamar
Enquanto ando pelas areias
Molhando meus pés e minha alma
Meu amor está tão longe
Mas meus passos estão quase lá
Porque eu já cansei do jazz e do blues
Aos sábados, e na biblioteca
Agora eu quero o amor do meu amor
Sei que pode me dar
Sei que sua companhia pode me tocar
Mais do que o toque da música
Que nos envolve, baby
Meu amor me chama de minha amiga
Eu não ligo, ele ainda me seduz
E posso cantar em todos os cantos
Onde meu corpo vai esquentar
Esquecer dos limites
E dançar com o meu amor
No final da praia
Mesmo se meus pés não aguentarem
Meu amor sabe que faço tudo
Que os subúrbios da cidade
Foram feitos para nós
E cada sofrimento alheio é o alimento
Que preenche a nossa fome de viver
Eu sempre o lembro que os sorrisos
São quase sempre falsos
E a alegria é relativa e passageira
Mas se estamos vazios e cheios de nada
Podemos ter um ao outro
Sofrendo em dó menor e em rodas tão vivas
Quanto aquela rua sem saída
Como uma saída para as almas perdidas
Mas nós gostávamos de rir disso
Tristes paradoxos modernos
E agora eu desperdício lágrimas
Mesmo sabendo que meu amor
Uma hora estará de volta
Meu amor gosta de brincar comigo
Talvez eu goste um pouco, mas baby
O seu exagero nem se compara
Talvez eu esteja um pouco cansada
Mas é tudo na cabeça
Porque no fundo, meus passos
Só querm encontrar os seus
Como pode o meu amor ser tão mau?
Eu só desejo ouvir seus chamados
Mas o que ouço é o barulho
Do desespero e da superstição
Que o meu amor sem amor me trouxe

RODA VIVA GIGANTE

A pressa nas ruas me apressa
Mas não me entrego, não
Continuo com meus passos lentos
E deixe que falem, chatos, emburrados
Eu só quero que o dia termine bem
Bem, sem estresse
Leve e calmo como uma folha que cai
Se incomodam por eu não ter pressa
Ou por eu ser a única a não ter
No meio dessa gente toda?
Não sou eu que preciso de respostas
Pois delas me alimento todos os dias
Na imensidão de um quarteirão
E na fraqueza das mentes caretas
Eu tenho vontade de rir
Mas na verdade, estou triste
Não ter alguém que me acompanhe
Nessa roda-gigante que chamam vida
E me pergunto: para que servem as rodas-gigantes?
São para enfrentar medos
E até mesmo acompanhar o vai e vem da vida
De forma tão lenta a perceber
Como a pressa desvaloriza momentos
Mas ninguém se importa
Nem mesmo eu que escrevo,
escrevo,
escrevo...
E nada muda

O MEU VÔO

Conheço anjos
Assisto anjos
Conto anjos
Apelido anjos
Nomeio anjos
Saio com anjos
Quem são anjos?
São ninguém
Ninguém cheios de estrelas
As mesmas que vejo no céu
Quando penso em anjos
Loucura não loucura
Anjos passam longe dela
Sinto anjos
E agora sei que eu sou
O meu próprio anjo
Quando mais ninguém
Consegue me ver

AS CAROLINDAS

As meninas
Pelas esquina
As Carolinas, Carolindas
São cheias de si
Cheias de Lua
Luas cheias
Caminham em bandos
Solitárias pensativas
Mas nunca decididas
Interrogações aqui e ali
Felicidade para elas
Não é o acabad
Mas o acabando
Acabando momentos
Conversas, relações
É o fim mas também o recomeço
De uma nova vida
Onde tantas vidas cabem numa só
Carolinas vivem e amam
Seus corações enormes
Carregam histórias e manhãs
Acordadas pelo Sol
Tristeza passageira
Felicidade que eterniz
Nos intervalos das mudanças
Das vidas de nossas Carolinas
Carolindas de ninguém
Do mundo, das cores e dos amores

ORAÇÃO PARA NUNCA MAIS CHORAR

Eu não queria chorar
Eu não queria ter chorado
Não queria olhar para os lados
Nem pra frente, nem pra trás
Não queria sentir a dor
Não queria sentir o peso do mundo
Ser carregada por ele
E nem carregar sua tristeza
As lágrimas de chuva que caem
Que queimam as almas
Que derretem as vidas
E se dispersam em lugares
Lugares de nada nem de ninguém
Lugares que não se pensam em primeira via
Lugares só lembrados quando é preciso
Abandonar algumas memórias
Não queria olhar e fingir não ver
Eu queria sorrir para o mundo
E poder dormir feliz
Felicidade de certezas justas
De carregar nas minhas mãos
A medicação que todos pedem
O amor
Queria que fosse tão simples quanto escreve
O amor
Queria que fosse tão simples quanto cantar
O amor
Queria que fosse tão simples quanto dizer
O amor
Tão simples quanto soletrar
A-m-o-r
Tão simples quanto amar!
Mas a dor do mundo faz o amor desaparecer
Em meios egoístas e caretas
Não por mal nem por defesa
Desconheço justificativas
Ignoro sugestões
Estamos abalados e distorcidos
Eu só não queria chorar
Que será de mim?

Às vezes a única coisa que precisamos fazer é chorar, ser sujeito da própria enchente. Presenciamos injustiças frequentes, mas a pressa cotidiana nos obriga a engolir e aceitá-las. Eles dizem para ficarmos felizes sempre: sorriso; cumprimento; conversas de ônibus. Que agonia!

Nós, moradores de nós mesmos, enfrentamos chuvas e tempestades, e até terremotos pela esquina, e aos poucos as consequências surgem. Porém, em cada pouco há uma dor profunda e uma noite mal dormida, e o que fazemos diante isso é omitir e cada vez mais mentir. Mentiras com olhares profundos de perdição, que ninguém compreende ou até se preocupa.

Estamos atrasados para os dias. A ideia de falsa felicidade nos cega e nos suga, e o tempo não espera, no final que é presente assistimos ao egoísmo e ao egocentrismo sem sequer nos olharmos no espelho e buscarmos melhoras ao notar semelhanças com quem tanto julgamos.

Todos sofremos e temos diferentes formas de desabo, mas não há ninguém para uma conversa e um abraço, pois todos estamos medrosos de cair na tentação da tristeza.

O sistema que nos envolve nos faz pensar que não temos tempo para lágrimas e é esse o motivo maior de querermos escondê-las e fingirmos que não há razão para tê-las. E a consequência disso? Está na intolerância e inconsequência: pois acabamos por nos cegar com uma felicidade passageira, achando que ela nunca acabará; e por não ver seriedade nas fragilidades do outro, achando que é passageiro. Além da felicidade e bem estar forçados e robotizados, interpretados apenas para cobrir nosso senso de injustiça e nossa verdade, falsificando cada vez mais as relações.

É de paradoxos que estamos vivendo a vida

Sua presença ausencia a minha razão
Sua razão desbota minha emoção
Sua emoção ofusca meu sorriso
Seu sorriso amplia meu caminho
Seu caminho acalma minh'alma
Sua alma, por vez, completa o nosso quebra-cabeça
E quem dirá que isso não é amor?

Estar mal é esquecer o bem
Mas se eu disser que fico bem
Com uma dose do mau?
Porque o meu bem às vezes
é o sufoco do amor
é o meu egocentrismo
é chegar atrasada na fila da loteri
é encher a cara
é falar tudo que penso
ficar à toa coçando a orelha
A orelha?
e jogar um copo de vidro na parede
e descontar a raiva nas pessoas
Meu mau é o bom de viver
Quem não gosta de uma vida
pra lá de montanha-russa?
De altos e baixos e que
no fim tudo acaba
em calmaria, cerveja e lembrança
De uma passagem bem sucedida
(que seja sim bem sucedida)
pelo horror

Seu olhar tão distante
Mas ao mesmo tempo próximo
Me faz lembrar mamãe
Como quem não precisa dizer
Uma só palavra que ah! já entendi
Sim, eu entendi e não precisa repetir
Baby, isso me assombra tanto
Que fico querendo te desvendar
Até os segredos mal tão ditos
Tão mal sabidos
Querer e quero carinhos teus
Meu relógio do coração sempre volta
Na hora não em que você partiu
Mas na que me partiu
E que me deixou ir
Fugir dos seus encantos
E mesmo que isso soe careta
Baby, eu não minto
Minha razão tão vaga ja não era pra tanto
E eu só precisei fugir, correr contra o tempo
Antes que você o fizesse primeiro
E me deixasse à par dessa caretice
Que é o amor
Mas não pense que sou egoísta, não
Eu apenas conheço as drogas
E as quais não devo dormir profundamente
Fora isso, tiro um cochilo às vezes, quem sabe

O segredo da felicidade é saber enxergar com os próprios olhos do que com os olhos dos outros. O observador só consegue entender o mundo através de sua própria visão adquirida empiricamente, caso contrário, ele se afoga num mar de idealizações de vida.

Quantas vezes eu falei
E quantas vezes deixei de falar
Que essas madrugadas podres e sujas
Alimentam o meus dias seguintes
E é por isso que ando tão mesquinha
Tão cheia amor
E não que isso seja ridículo
Às vezes eu me encho de esperança
E amanheço até contente
E sem querer ver gente
E querendo gente
E se você desaparece
Da minha vista cardíaca e mental
Volto pra realidade
Dos que gritam e não amam
Sofrem e não sonham
Desconhecem para não relembrar
Mas eu não quero passar por medíocre
Então deixe-me ser como bicho noturno
E enfrentar tudo o que as flores da minha razão permitirem
Vivendo as madrugadas intensas
Como quem vive o primeiro mês
De um forte amor

Toda vez me quebro
Me parto nesse mundo
E mal consigo pegar um ônibus
De volta para casa
Mas ainda sim espero me recompor
De bar em bar criando historias
Não pros outros, mas pra mim
De pássaros e amores
Tardes e cores
Me chame de egoista, sim
Eu apenas quero não sofrer
E ser inteira de novo
Mas eu sei que ninguém vai me ajudar
Ninguém ouve tão bem para me ouvir
E mais uma vez crio historias para mim
O mundo é uma disputa
De quem mais disfarça suas tristezas
Com pássaros, amores
Tardes e cores
E me chame de egoísta, não ligo
E eu só nao quero sofrer
Ser inteira de novo