Coleção pessoal de josielma_ramos

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MONOTONIA

Eu ligo a TV e o tédio invade a sala,

Eu abro um livro e a amargura exala das páginas.

Eu ouço música e a solidão de não ter um par para dançar me apavora.

Tudo que resta são noites de angústia sem fim,

Sofrendo sozinha,

Calada e contida.

É possível ser só na multidão?

É possível ser triste na alegria?

Acordo sem querer acordar,

A luz do dia já não me traz alegria,

Queria ficar no escuro em meio à apatia e ali fazer minha moradia.

Dormir e morrer,

Morrer e dormir

Qual a diferença?

Se já morri a mil vidas atrás.

MELANCOLIA

Não há nada mais catastrófico que um poeta de alma partida, é catástrofe em cada estrofe de maneira decidida.

A alma do poeta é onde contém sua arte,
E a divisão dela pode ocasionar diversos dilemas morais, em diversos dilemas poéticos, em dilemas ecléticos.

Dividir a alma de um poeta é quase uma contravenção, um crime sem punição, sim, quase, pois se tal não fosse partida, jamais existiria no mundo mais doce poesia de amor.

O poema de amor nasce da dor de um poeta magoado, de um poeta machucado, de um poeta alcoólatra e melancólico e viciado, de um poeta que cheira a desespero.

A melancolia que devia ser sua amiga,
Desaparece deixando apenas a garrafa de vinho barato na mesa, dando espaço para o remorso, arrependimento e a tristeza profunda, amarga e fria.

"É bem melhor ser uma pessoa de opinião, do que apenas mais um na multidão".

BEIJO DO MAR

Sou poeira de um sonho que tive,
No qual o mar, vinha me beijar.


Poeira de areia,
Fina que lhe escapava entre os dedos.

Em um sonho,
Que sonhei a muito tempo,
No qual você, vinha me amar.

Ao acordar suada,
Pude sentir, ainda em meus lábios,
O doce sabor úmido dos seus beijos.

Mais mesmo ao acordar,
Percebi que o sonho, tinha sido,
Sonho dentro de sonho.

E que talvez você nunca saberá,
Do amor que sinto.

Talvez em sonho seu,
Você descobrirá, o doce sabor,
De me amar.

EXISTO

Estou no meio do caminho,
E não posso voltar atrás,
Tento seguir a estrada,
Mais ela é longa demais,
A dor é grande e bate em meu peito,
Não sei se sou capaz de prosseguir,
Olho e olho, nem tenho mais onde ir.

O tempo passou,
O que antes me assustava,
Hoje já não me assusta mais,
O que ontem eu temia,
Hoje me fortalece mais,
A dor que antes me abatia,
Não passa de uma coisa incomoda e passageira.

Desprezo tudo de lindo que me disse um dia,
Eram palavras frias e vazias,
Aliás o que queria de mim?

Eu já não existo,
E na angustia de não existir,
Acabo fingindo existir,
O que de mim já não sobra,
Senão apenas a pele de minha existência,
Fraca e continua como minha respiração,
E o leve bater do meu coração.

Logo eu não existo mais.