Coleção pessoal de josebiermann

Encontrados 11 pensamentos na coleção de josebiermann

Alva Alma

Ainda que sejas tarde, fuja das ondas de satélites e

Parabólicas. Equacione o pouco que resta de compaixão

Viaje sem rumo, solte pipa, jogue pedrinhas na água

Ignore os ponteiros e tome banho de chuva…


No final, poucos irão chorar, só a lembrança resistirá

Mas, lembrarão do que foi bom e descansará em paz, numa

“floresta dos homens esquecida, à sombra de uma cruz,

E escrevam nela: foi poeta - sonhou - amou na vida”.

Ondas quebradas, formigas vem brincar, sem sol fico a fitar a imensidão do mar. Faltam as mãos os braços os cabelos, o_olhar... E mesmo sem você, sinto seu cheiro no ar...

Admirável Mundo Novo

Desapego, deixa ir quando quiser

Respira, o simples encanta mais

A dor, que passa, ensina crescer

A Luz, volta bela, entre os vitrais


Segue o credo, viva o amanhecer

Sinta paz, em jardins de bonsais

Encontre, valores que valem mais

Perdidos no breu, na face do mal


Saberá o que diz a filosofia do ser

A sabedoria dos velhos, ancestrais.

Educação, salve o mundo animal


Caminha perdido, sem o rumo ver

Acumula ouro derruba os palmeirais,

Quiçá, tudo acaba em um dia igual.

Vazio

Numa tarde quente fiquei só

Pensei tudo, desfiz os nós.

Pulei no abismo

Chorei pó


Surge, num olhar vazio, você

Num pensar confuso, você

Tarde em chama

Chama você.

Quero daqui, para longe voar

No céu, quero me perder

cair em alto mar.

O barquinho, perdido, estará lá

Para sempre eu navegar.

No lado de cá.

Café

O filtro falho amargou o meu café.

De desgosto não senti mais gosto,

Logo fiquei amargo igual ao inverno

Que esfriou a minha boca, a borra

E ainda gelou o lado que descobria.

Soneto da Paixão

Aqui estou, angustiado, sinto tanto sem querer

Preso por vontade, arde o pensamento em você.

Pulso mudo, despedaço o sol num sonho verde

Espaço vago, arde em ferida e faz-se perder.


Roseiras esplêndidas afligem com espinhos o meu ser;

Cai o céu sobre o mar ascende a chama do prazer,

Estremecem as montanhas, cadentes anjos presente,

Em confusão de sentidos esperam aflito o amanhecer


Suplica paz que já não tem, em dias de albatroz.

Descontente segue adiante sem desmerecer

Resiste, sem hesitar, ao vendaval que vem veloz


Tudo passa vai para espaço sideral, em voz

Cântica, descobre o som do próprio amor

Paixão ardente, impossível mais veroz.

Sol

Dragão amarelo sorrindo de cara cheia.

Sem medo, sem olvidar arde em alegria

Pudico em seu fulgor, desveste o dia.

Em pranto sofre calado, ilusão dos ancestrais

Já foi Deus, matou, criou,se escondeu no final.

Dia de paz, dia de guerra segue olhando os mortais.

Viver

Certo dia, um dia cinzento...perdi-me dentro de mim.

Sem respostas ignorei a vida, mas inventei outra

Risquei cores, fiz um chão de papel e fiquei brincando

De ser poeta, quão de repente risquei faíscas,

Fiz uma chama, dobrei o chão, fiz um cata-vento

E fui correr com a vida.

Melancolia, disfarçada num lirismo bêbado

Perde-se em palavras, cai no delírio.

Fica à margem da tristeza foge à razão

Ignora o que é régio, encontra seu coração.

Quinta-floyd

Plenitude fugaz das horas.

Quero a paz do meu bonsai,

Quero mudar sem medo,

Plantar e cuidar.

Viver sem dicionário

Ler a vida devagar.

Tic Tac

O silêncio breu

Companheiro meu

Esvaiu-se, num pulsar

Quase enganou a vida.