Coleção pessoal de JorgeGuerraPires
Muitas pessoas foram convencidas de que elas precisam da instituição para ter fé, isso é falso. O dízimo funciona como um aluguel para ter fé. Qualquer pessoa pode ter fé, se a necessidade de pagar o aluguel.
O lema muitas vezes repetido “Somos um país cristão” parece encontrar respaldo na realidade prática, apesar de, em teoria, o Estado brasileiro ser laico. Criaram até um termo que não existe na constituição brasileira para lubrificar isso: um pais laicista. Muitos falam de país laicista como se o Brasil fosse um: o Brasil é laico. Laicismo é eufemismo para promiscuidade.
Em vez de aceitar a realidade, as pessoas preferem acreditar que estão influenciando um ser divino. Curiosamente, esse ser é onipotente, onisciente e onibenevolente. Ele sabe de tudo, mas permitiu a doença, ele é onipotente, então poderia evitar o sofrimento. Onibenevolente então deveria de forma voluntário ter evitado o sofrimento. Nada disse se confirma ao vermos pessoas sofrendo, e outras rezando.
Entre o que nunca dizer a uma pessoa sofrendo, como no caso do câncer terminal, é: “reza que ajuda”. Nunca use sua fé em pessoas morrendo. O fato de Deus permitir é uma mensagem clara: ele não dá a mínima.
Esse é um ponto muito importante: a crítica de que ateus que lutam por respeito e direitos estariam “formando uma igrejinha” é completamente falaciosa. Essa comparação ignora uma distinção fundamental entre crença e descrença, e revela uma tentativa de deslegitimar movimentos que buscam visibilidade e reconhecimento.
A escola deveria ensinar como pensar, não o quê pensar. A religião que dizer o quê pensar, não como pensar.
"Filosofia são perguntas que talvez nunca sejam respondidas. Religião são respostas que talvez nunca possam ser questionadas."
Imagine eu assisto a um assalto de banco, e a pessoa me disse: reza para tudo dar certo no assalto e te pago. No dia da defesa, a pessoa diz “eu estava apenas rezando. João dirigia o carro....minha função era apenas rezar”. A pessoa poderia ter denunciado o assalto, poderia ter se retirado do local e chamado a política, mas decidiu “rezar para tudo dar certo”.
Se aceitarmos que cada religião tem o direito de ter suas interpretações alternativas da realidade ensinadas nas escolas, o currículo se tornaria absurdo e impraticável. Agora se deixamos somente uma, o cristianismo, estamos permitindo que uma religião se propague em espaço público com dinheiro público.
O crente é incentivado a buscar aprovação divina, e a moralidade está diretamente ligada à vontade desse ser supremo. Nas palavras de Renato Russo: “Sua maldade, então, deixaram Deus tão triste” Índios.
O próprio budismo: buda não é Deus. Apesar de algumas tradições budistas podem ter visões mais místicas, Buda não é uma figura para temer, e se submeter, e ter aprovação. Buda seria como o Albert Einstein: todo cientistas tem um imagem dele na parede, e isso não o idolatrar. Isso seria um referencial de ciência, mesmo que seja inalcançável para a maioria dos cientistas.
Um estudo da revista Nature (Estudo de 2016) mostrou que:
· 85% dos cientistas de elite são não-religiosos.
· Entre os físicos, 93% não acreditam em Deus.
Quando falamos que 93% dos físicos de elite não acreditam em Deus, o restante não necessariamente é religioso no sentido tradicional, como cristãos, muçulmanos ou judeus. Provavelmente, uma parte significativa deles é deísta. A parte mais curiosa é que, talvez por ignorância, talvez por má-fé, líderes cristãos insistem em espalhar que cientistas são cristãos em sua maioria, os fatos mostram o oposto, especialmente na ciência moderna.
Uma cientista temente a Deus não é diferente de um médico com medo de sangue, um boxeador com medo de quebra o nariz.
"Nessa visão [de que não existe conflito entre ciência e religião e podemos deixar as duas em paz], não há necessidade de que todas as nossas crenças sobre o universo sejam coerentes. Uma pessoa pode ser um cristão temente a Deus no domingo e um cientista trabalhando na segunda-feira de manhã, sem jamais precisar explicar a divisão que parece ter se erguido em sua mente enquanto dormia. Ele pode, por assim dizer, ter sua razão e também desfrutá-la."
Como destaca A. C. Grayling, a parte mais cruel quando crianças são impedidas de aprender teoria da evolução é criar uma porta para odiar pessoas que estudam evolução, ou ateístas, ou qualquer pessoa que se oponha à visão do criacionismo, como exemplo, que é uma visão arcaica, da idade do bronze.
a criança não vai à escola para aprender, para confirmar sua crenças, a escola como caixa de ressonâncias das crenças e preconceitos dos pais, não como um espaço de aprendizado e expansão do conhecimento prévio da criança.
Já é hora de submetermos a religião, como um fenômeno global, à pesquisa multidisciplinar mais intensa que conseguimos reunir, convocando as melhores mentes do planeta. Por quê? Porque a religião é importante demais para permanecermos ignorantes a seu respeito. Ela afeta não apenas nossos conflitos sociais, políticos e econômicos, mas também os próprios significados que encontramos em nossas vidas. Para muitas pessoas, provavelmente a maioria das pessoas na Terra, nada importa mais do que a religião.
Candidatos que professam uma fé religiosa são vistos como mais "seguros" ou "normais" para muitos eleitores. A vinculação da competência política com a adesão a princípios religiosos permanece uma barreira significativa para ateus em busca de cargos públicos. Se religiosos pensassem, já teria conectado corrupção com os candidatos que votam; ou mesmo, incompetência com candidatos homens.