Coleção pessoal de JorgeGuerraPires

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⁠Quando vejo um ateísta nervoso, raivoso, que odeia cegamente todas “as religiões”. Eu penso: você bem que poderia aceitar Jesus no seu coração. Eu prefiro um crente do que um ateísta reativo, primitivo e raivoso.

⁠A abordagem ateísta, como defendida por pensadores humanistas como A.C. Grayling, reconhece essa inconsistência e propõe uma alternativa. Em vez de basear a moralidade em um texto ou em uma suposta vontade divina que muda conforme os tempos, o ateísmo sugere que ela deve ser construída sobre princípios racionais e universais que busquem minimizar o sofrimento e promover o bem-estar humano. Sim, ambas mudam, mas uma aceita a mudança como base, a outra nega que muda, criando uma falsa ideia de absolutismo. Assim, evita-se o risco de justificar atrocidades sob a bandeira da religião, algo que a história nos mostrou repetidamente ser possível.

⁠A pluralidade de denominações evangélicas, especialmente no Brasil, é outro exemplo claro de como a moralidade religiosa é mais maleável do que os próprios defensores da moral "absoluta" frequentemente admitem. Com mais de 1.000 denominações evangélicas no país, cada uma com suas particularidades e interpretações da Bíblia, fica evidente que, na prática, a moralidade não é uniforme nem estática. Embora todas essas denominações compartilhem uma base comum nos textos sagrados e em crenças centrais sobre Deus, suas regras, costumes e normas morais podem variar amplamente.

⁠Se o ateísmo brasileiro não se aliar a pessoas inteligentes, com formação, corre o risco de virar algo primitivo, infantil, raivoso e reativo. Um bando de pessoas que odeiam todas as religiões, e quando confrontados, não fazem diferentes dos religiosos que eles tanto criticam. Usam falácias, espalham desinformação e não conseguem nem explicar porque o ateísmo é a base da racionalidade. Atacam inimigos que nunca foram inimigos. Claro, o ateísta não precisa ser inteligente, mas ajudaria muito a causa ateísta.

⁠Para mim, ateístas chamando o outro de arrogante é ridículo. Arrogante é um conceito cristão. Vem da ideia de que não podemos mostrar orgulho, um pecado. Digo e repito, ser ateu vai além de participar de grupos de Facebook, WhatsApp. Um ódio primitivo e infantil de religião que pega no caminho até mesmo “religiões” que nunca causaram dano ao ateísmo, e menos ainda oferece ameaça ao ateísmo. Isso para mim é um ateísmo primitivo.

⁠A.C. Grayling destaca que a moralidade ateísta, ao contrário das alegações frequentes de seus críticos religiosos, não é relativa ou frouxa. Pelo contrário, ela se baseia em um conjunto claro de princípios que são essenciais para o funcionamento harmonioso da sociedade e para o bem-estar de todos. Em sua visão, existem regras que devem ser mantidas, mas elas não derivam de submissão a uma autoridade divina ou do medo da punição eterna. Em vez disso, essas regras emergem da razão, da empatia e de uma compreensão profunda das necessidades humanas.

⁠Ser ateu não deveria ser o suficiente. Junto com ateísmo, deveria vir um compromisso com a leitura, pensamento e raciocínio. Um compromisso com o conhecimento, e não falar asneiras.

⁠Por que sabemos pouco de Eva?
A ausência de informações sobre Eva é um sintoma de algo maior: a invisibilidade das mulheres na narrativa religiosa. Essa exclusão sistemática moldou não apenas a religião, mas também os valores e estruturas sociais que dela derivaram.

⁠A moralidade tem sido historicamente moldada por narrativas religiosas, que oferecem uma estrutura de certo e errado fundamentada em crenças metafísicas. No entanto, em um mundo cada vez mais plural e secular, a necessidade de um sistema moral desvinculado de dogmas sagrados é evidente. Como exploramos extensivamente nesse livro, uma moral baseado em figuras externas, crenças metafísicas, focam em agradar uma entidade fora dessa realidade. Isso coloca humanos como segundo plano, nos forçado sofrimento desnecessário para tentar agrada uma entidade metafísica (Deus de Abraão), que nem sabemos se existe, ou mesmo que se importa caso exista (Deus Eric).

⁠O utilitarismo propõe uma abordagem diferente, baseada em maximizar o bem-estar e minimizar o sofrimento. Diferente do cristianismo, o utilitarismo não romantiza o sofrimento, como necessário e divino, como algo inevitável.

⁠Ferramentas como a Comunicação Não-Violenta (CNV) para o utilitarismo ou práticas como ações afirmativas para a justiça mostram que mesmo ideias abstratas podem ser traduzidas em ações tangíveis. O desafio é equilibrar o ideal com a realidade, reconhecendo que a perfeição talvez nunca seja atingida, mas o esforço por ela pode gerar progresso significativo.

Utilitarismo

Como medir felicidade e sofrimento?A felicidade é subjetiva, e o sofrimento, embora mais facilmente identificável, também varia entre indivíduos e culturas. Note que nem o cristianismo sabe a resposta. A resposta do cristianismo é nunca medir, e ignorar evidências. A resposta do cristianismo é tenha fé, reza mais, tudo vai dar certo porque Deus tem planos misteriosos para todos.

⁠Esse é o desafio: sistema brasileiro parece ter internalizado a importância de manter a população ignorante e profundamente religioso. Isso facilita o trabalho deles.

⁠O cristianismo frequentemente promove uma visão universal da moralidade, na qual os valores pessoais devem ser aplicados à sociedade como um todo. Isso dificulta a separação entre ética privada (como uma pessoa vive sua vida) e justiça pública (como a sociedade regula comportamentos).

⁠Mesmo quando a Bíblia foi escrita, ela já era atrasada.

Nos tempos em que os textos bíblicos foram escritos, o conceito de moral e justiça já era objeto de discussões sofisticadas por filósofos como Aristóteles, Platão e outros pensadores da Grécia e Roma antigas. Esses filósofos buscavam construir sistemas éticos baseados na razão, na observação e na lógica, enquanto os textos bíblicos frequentemente derivavam suas diretrizes morais de revelações divinas e tradições culturais.

⁠Uma crítica ao ateísmo é que a moral ateísta é relativa, isso vindo de pessoas que mudam de igrejas como mudam de rouba e justificam atrocidades do velho testamentos como “naqueles tempos era diferente”, que os ateus podem distorcer a moral deles para fazer atrocidades, e justificar qualquer coisa.

⁠Ateus podem ser igualmente idiotas quando não usam evidências. Eu já tive essa experiência com Albert Einstein. Muitos ateus não gostam que falo que Einstein negou o ateísmo. Ele nem leem as minhas postagens quando compartilho. Isso é uma visão dogmática de Einstein e do ateísmo. Ateus podem igualmente caírem em dogmatismo caso não usem leituras, evidências e fatos. E foi esse ateísmo dogmático que Einstein rejeitou e alertou sobre.

⁠A boa notícia, se assim podemos chamar, é que as mulheres sofrem mesmo. Em uma pesquisa local que fiz, disseram, mulheres disseram “somente voto em mulher se for competente”. A parte curioso: nossa politica está cheia de homens competentes? Claro que não. Ou seja, o preconceito contra ateísta também existem contra mulheres, que é algo construído socialmente. As mulheres estão na frente dos ateístas em intenção de votos, isso significa que os ateus podem virar essa balança se aprenderem com as mulheres, com emancipação feminina.

⁠A representatividade política é importante para qualquer grupo. Somente o fato de ter uma bancada ateia seria um paradoxo uma vez que vivemos em um país laico. Mesmo assim, isso seria impossível no Brasil atual. A bancada da ciência enfrenta desafios: entre cientistas, o ateísmo é alto, apesar de não ser um consenso.

⁠O cristianismo se baseia em obediência cega, e zero criticismo e evidências. São cegos guiados por cegos e guiando outros cego, rumo ao precipício que ele chamam de arrebatamento, onde o desastre tem um nome: anticristo, onde todos serão levados para o lado de Jesus eternamente.