Coleção pessoal de Jorge-Floriano

Encontrados 8 pensamentos na coleção de Jorge-Floriano

COVID-19

Há mais um mal
viajando pela terra
rápido e mortal
iniciando uma guerra
Em tudo ele pode estar
no espirro
na tosse
solto no ar
Invade o corpo humano
que silencioso recebe
silencioso transporta
e a frágil vida se infecciona
vendo a morte em sua porta
de mãos dadas com o corona.

NAS MÃOS DO TEMPO

Estou em casa há alguns dias
O planeta inteiro está preso nesta cena
Os dias são tensos, as noites longas e vazias
Sob a saia áspera e sem movimento desta quarentena.

Lá fora o vírus continua circulando
Deixando um rastro escuro
O planeta sente o caos se levantando
Escarrando a incerteza nas costas do futuro.

Covid-19 caminha ao lado da morte
Abusando deste frágil momento
Enquanto a vida aguarda um escudo forte
Alta imunidade nas mãos do tempo.

CICLO DO PÓ

Do pó ao poder
Do poder ao pó
Não há para onde correr
Pois o ciclo termina no nó.

O rei e o mendigo
São tão iguais,
Calçada, castelo e abrigo
Futuro pó e nada mais.

Pó que vida se forma
Sonho que o sonho sonhou,
Vida que ao pó retorna
Pois termina onde começou.

Do pó à vida
Da vida ao pó,
Não há outra saída
Pois o ciclo termina no nó. (pó)

MURO INEXISTENTE

O medo é um muro
edificado no escuro
da mente,
Eis o eco insistente
do grito sombrio
que habita do outro lado do muro:
É um sentimento latente
acorrentado ao corpo
do misterioso monstro do inconsciente,
O frio que percorre a espinha rapidamente
como água corrente
num corpo ardente.
É o muro barrando a frágil coragem
que luta inutilmente
contra a sombra de um sentimento tão forte
representado por um muro inexistente.

CAMINHO DESCONHECIDO

Sonhos e pesadelos me arrastam
pelo caminho sem volta
que fura meus pés
com as farpas da existência...
Sonhos
quase sem mel
Pesadelos
repletos de fel.
Neste caminho desconhecido
tudo que vejo é um horizonte
onde habitam as incertezas
de meus próximos dias
e a única certeza do meu fim.

AINDA HÁ FORÇAS

Há tantos caminhos
Tortos ou floridos,
Mas há tantos espinhos
Em sentimentos fingidos...

Promessas ao vento
Soprando vidas...
No vale do sofrimento
Esperanças contorcidas.

Vidas cansadas
De ouvir sofistas,
Vidas cansadas
De ver parasitas...

Ainda há forças para lutar
Por decência nesta terra,
Ainda há forças para buscar
A paz no fim da guerra.

O QUE NÃO MORRE

Eis o que não morre
Pois tem suas garras cravadas na garganta do tempo
Ela está entre a humanidade desde o início dos tempos...
Fera que ronda a terra
Louca besta devoradora
O mundo teme suas garras afiadas
Rasgando ventres vazios,
Infernal sempre é sua presença
Arrastando quem há tanto tempo não come,
No prato vazio revela seu nome
O maldito nome é: Fome... Maldita fome
Fome.

BR MORTE 153

Na imensa e negra passarela
Desfila a senhora da escuridão
Escolhendo a cada cratera
Aqueles que ficam, aqueles que vão...

Aqueles que em seu corpo trafegam
Levam na alma o medo
Pois suas crateras revelam
Ceifas de vidas tão cedo...

Caminho frio da incerteza
Margens do descaso cruel
Onde paira a fúnebre tristeza
Derramando lágrimas de fel...

Imensa lâmina opaca
Unindo o sul e o norte
Espalhando corpos e sucatas
BR caminho da morte...

Gigantesca vergonha Nacional
BR da insensatez
Caminho torvo e mortal
BR morte 153.