Coleção pessoal de Johnys
A poeira que o furacão do recomeço levanta, te impede de enxergar as expectativas cada vez mais iminentes. Credite o bem, por menor que seja, e acredite em si, por maior que já seja.
A inexistente da exatidão humana traz as "humanas" para mais próximo das "exatas". Não tem como construir teoria sem palpar com números, nem gerar novos números sem observar teorias anteriores.
Existe uma linha muito tênue entre o egoísmo, o individualismo e o amor próprio. Talvez porque eles tenham influências entre si, já que o egoísmo pode levar ao individualismo, o fantasioso individualismo da independência muitas vezes se confunde com a plenitude do amor próprio, e o amor próprio massageia o ego, retroalimentando o egoísmo, indiretamente. Seja indivíduo, mas não seja individual, ame-se e domine seu ego.
Sinceramente, eu não sei o que mereço,
A vida sempre me traz surpresa,
E quando me vem a tristeza,
Percebo que é apenas o início de um novo recomeço.
Eu só não sei do que falar
Escrever é muito sábio,
Mas pra quem sabe o que contar,
Caneta e papel na mão,
Comecei a rabiscar,
Vou fazer uma poesia,
Logo agora, quem diria?
Eu só não sei do que falar.
Hoje o dia está frio,
O dia hoje frio está,
Vou fazer um trocadilho,
Pra poder continuar,
E não vem criatividade,
Estou falando a verdade,
Eu só não sei do que falar.
O que vale é a poesia,
Conteúdo é blá blá blá,
Existindo a harmonia,
Pode se tranquilizar,
Quero fazer é uma rima,
Pode ser até em Hiroshima,
Eu só não sei do que falar.
Quem está lendo até agora,
Pensa que eu vou me entregar,
Dizer que descobri um assunto,
Ou que já sei do que falar,
Mas você pode ficar sereno,
Vou falando e vou dizendo,
Eu só não sei do que falar.
Do que falar, não sei,
Não sei do que falar,
Fiz o trocadilho de novo,
Mas já vou me desculpar,
É que mais uma vez eu lhe digo,
Compreenda-me amigo,
Eu só não sei do que falar.
Antes de tudo, um poeta!
Lembro-me vagamente quando ouvi falar,
De um Euclides da Cunha, carioca e escritor,
Mas onde que escutei eu não consigo lembrar,
Só sei que era um velho homem que conversava com meu avô,
O assunto da conversa, decifrar eu tentei,
Mas a única coisa que até agora eu sei,
É que conversavam com grande clamor.
Com o tempo, a conversa se desenrolava,
E a cada momento eu chagava mais perto,
O perfil da pessoa de quem ele falava,
Não me era estranho, fiquei de olho aberto,
Ai percebi que falavam de uma descrição,
Que se encaixava com os caboclos que tem aqui no sertão,
E no final de tudo eu estava certo.
Logo comecei a pensar comigo,
Sou do sertão e Euclides acertou,
Ando sem firmeza e sem aprumo, meu amigo,
Com bastante precisão ele me classificou,
Sou desgracioso, desengonçado e torto.
Mas minha dignidade, perderei só quando morto,
Hércules-Quasímodo, foi assim que ele me chamou.
Não caminho reto e nem firme, porque ando apressado,
Para falar com um compadre, o cavalo eu sofreio,
A pé, não posso achar uma parede que já fico encostado,
Enrolo um cigarro com um amigo numa conversa de devaneio,
E a assim levo a vida na simplicidade,
E alguns ainda enxergam a dificuldade,
Mas se a tal existe eu não creio.
Sou fatigado permanentemente,
Reflito uma palavra remurada em consequência,
Da preguiça que apresento invencivelmente,
E o meu cansaço sempre ilude e é só aparência,
Tendo ao mesmo tempo à imobilidade,
E à inquietude com ansiedade,
E só se acostuma comigo com a convivência.
Com muito orgulho sou sertanejo,
Adivinho chuva, sou profeta,
Aplico o meu talento naquilo que vejo,
Não troco o meu cavalo em nenhuma motocicleta,
Com meus dons seguindo a vida eu vou,
Por isso que costumo dizer que eu sou,
Antes de tudo um poeta!