Coleção pessoal de joelsousa
O amor, que palavra tão lamechas, tão doce e tão exageradamente aliciante. Que define um sentimento possível de atrair dois seres, imperfeitos, sem lógica. Torna-os eternos na memoria, e separa-os sem razão. Amar é um simples jogo psicopático aceite pela sociedade, onde o que magoa primeiro ganha. Que jogo tão inútil em que me viciei e sempre perco.
Segura-me de pensar, impede-me de sonhar. Tão perto que não posso ver, tão seguro e tão incerto. Esta doce dor, embrulha-me e sufoca-me de confuso ser. Não quero imaginar, quero viver.
Se olhar chegar, prefiro olhar, sentir o beijo dos teus olhos abraçando os meus. Se olhar chegar, prefiro amar olhando apenas. Se olhar chegar, prefiro percorrer o teu corpo, e delirar, apenas com o olhar. Se olhar chegar, apenas peço, deixa-me olhar-te de perto, para que alem de olhar, te possa sentir.
O que farias tu se não soubesses o que dizer? As palavras agora tem mais valor, valor que não merecem, e quitam valor do verdadeiro significado das coisas. Piadas viraram coisas serias, e momentos simples, tornam-se perversos, ignorantes sem sentido. Neste momento, desejo olhar, apenas olhar, contemplar o que não devo dizer, e simplesmente imaginar.
Sou excêntrico por natureza, não faço sentido, não encontro sentido para algo, seja o algo que for. Não me compreendo, e não sei agir, talvez só saiba estar com quem realmente deseja atravessar o espelho baço da minha alma. E ai, as palavras estúpidas farão sentido.
O amor é algo esquisito. Tanto sonhas acorrentado, como voas sem vontade. Corres cego, respiras medo. Faz-te feliz, faz-te triste. E faz-te acreditar que ele é que controla como tu te sentes...tem a sua certa graça.
Mudam-se os tempos, mudam-se as pessoas, mas não se muda o amor, mas por outro lado, cada vez existem mais olhos fechados, e menos corações abertos. Apenas mais magoa em quem não merece.
Imagino-me diferente do que sou, acredito mais do que pratico, penso mais do que falo, e falo coisas que nem penso. Sou quem não quero ser, não gosto de mim, mas não desejo ser mais ninguém. Estou confuso de qual é o meu objectivo, e sinceramente nunca o encontrei. Procuro o que não quero, desejo o que não posso ter, tenho melhores sonhos do que vivências. Falo sozinho, tímido acompanhado. Odeio festas, detesto estar sozinho. Confunde-me ser quem sou...
O amor é chato, aborrecido, lamechas. Chega a ser triste. Sofrem uns quantos a sua conta. Viciante, doentio, puro veneno para pessoas sensíveis. E um jogo para quem pensa ter controlo total sobre ele. É um sentimento transparente, mas não invisível. Impossível de ser negado. Enumeres pecados e milagres podem ser praticados em favor dele. Muda pessoas, gerações, cidades, países. Tem escala mundial, mas vive dentro de nós. São escritos livros em honra e gloria, tristeza e miséria. Felizmente, é o amor que te põe vivo, e te deu ao mundo, te faz viver, e te faz acreditar, e por mais que fujas dele, tarde ou cedo serás embebida por esta magia que não só engana os olhos, como o pensar. Acredita, vais amar, amar...
Meus olhos nunca serão azuis, e o meu porte atlético permanecerá apenas em conversas de ginásio, as minhas palavras serão bobas a tua beira, e as piadas secas como um dia de verão. O meu futuro será incerto, e as palavras que me fazem, jamais serão as que eu sou. Infelizmente estou longe de ser perfeito, e com o passar dos anos verás que trarei mais problemas onde eles nem existem. Mas, quando o amar para muitos não passará de palavras, e o outono da vida chegar, eu te amarei mais do que nunca, e te prometo que meus gestos te farão digna de uma rainha. O meu dom nunca será ser perfeito, mas sim amar e te ver perfeitamente com o coração.
Penso demasiado para alguém que está preso ao seu próprio corpo. As algemas que prendem os sonhos são as mesmas que me impedem de sorrir. Olhos vazios. Lágrimas de vidro. Palavras sem significado, e sem vontade de serem compreendidas. Vivo o presente a espera do passado, e anseio que não exista futuro. Sou quem não quero ser, e desejo algum sentido para viver. Sou um paralítico sentimental.
Falar não te torna especial, num mundo onde quem permanece em silencio é o mais sábio, tal como Lutar não te faz melhor, sempre será o mais covarde a sair vencedor. Amar torna-se fraco, e acreditar faz-te sempre desesperar. Não existe lógica, nem sorte, nem viver, apenas uma valente selva de emoções onde poucos ou abençoados desde o berço se safam. Viver não é lindo, longe disso, a vida é uma tragédia, mas continua sem duvida alguma a ser melhor do que a morte. Um rico jogo de sobrevivência em modo difícil onde morrer é batota.
Sinto-me preso, preso a mim próprio, ao meu próprio pensar. Sinto-me preso de sentir, e as vezes preso de respirar. Sinto-me preso de conhecer, de viver, sinto-me limitado a um espaço sentimental pequeno e incompreendido. Sinto-me diferente, anormal, esquisito. Sinto-me único pela negativa, a margem de um mundo, onde todos sentem, mas ninguém quer sentir. Sinto que o preto veio substituir a cor, e nem a caneta da vida escreve nas entrelinhas. Sinto pedras no caminhar, e sem espaço para as guardar. Cabeça pesada de nenhum problema e corpo fraco, desmotivado. Sinto ter tudo e não aproveitar nada. Sinto-me a existir, mas não a viver, e sem vontade de viver...