Coleção pessoal de Joelnfreire
Não conseguirei ter tudo o que eu queria ter ou ser tudo o que eu queria ser, mas a essa altura da vida continuar sendo e tendo é melhor que voltar atras e deixar de ser o que sou ou perder a paz que tenho.
Todas as carências, desejos suprimidos, necessidades e sonhos não realizados não farão para mim tanta falta como faz a abstinência do amor.
Se hoje não escolhermos ingerir nossa comida como remédio, no futuro tomaremos remédio como nossa comida.
A viajante segue pela estradada vida, moribunda e desprovida de energia no final da jornada, refletindo como sua vida passou tão rapidamente como uma nuvem. O ser nasce, cresce e morre, tendo feito muito ou pouco, mas a natureza que o cerca é implacável, não cessa, não desanima, continua seu ciclo todos os dias, exibindo suas lindas paisagens. Pela manhã o sol renasce prateado, emanando seus raios num prisma indescritível e se declina no horizonte a tardinha, mesclando escarlata com dourado junto a um feixe de cores sem igual. Mas para que serve cor da vida pra quem não pode enxergar? Do que vale o perfume, o aroma das flores, o sabor do mel se não tem paladar? Canta-se um novo som, a passarada resolve mostrar talento e também fazem coro com as mais lindas melodias da terra, vozes doces e suaves encantam a muitos, mas não servem para quem não as ouve. Belos discursos empolgam, mas não se aplicam em quem não os entende. Exemplos arrastam, quando se tem disposição para observá-los e seguir, mas como ter ânimo pra seguir alguma coisa se o corpo já não responde? Pra que seguir viajem em busca do grande amor, se não há mais tato, nem amor, nem desejo.
Segue a viajante na janela do trem da vida, que resiste as pedras da estrada e chacoalha em meio aos detritos. De repente o trepidar a desperta. Já não é mais uma pobre moribunda. Ali está a displicente viajante, que acorda de um angustiante pesadelo que a fez refletir sobre o valor da vida, como um aviso do subconsciente.
Ainda bem que aquela melancolia era só pesadelo. A vida passa, tudo passa, mas não agora, ainda. Melhor seguir em frente. Tem muita estrada até a chegada. Com suas lindas paisagens para admirar. Tem flores no caminho, o perfume, o aroma, o saborear de uma boa comida, o apreciar uma boa bebida, um belo som para ouvir e cantar, formando coro com a passarada. Até o final da estrada, tem muito bom papo pra rolar, bons conselhos para ouvir e muitos exemplos a seguir. Quando chegar ao destino, no final da estação, lúcida sobre o valor da vida e consciente de que tudo passa, prepare o coração para a grande emoção. A recompensa virá ao teu encontro de braços abertos com afeto, ternura e carinho, receba num abraço que te envolva, o grande amor que para sempre permanecerá.
Na vidraça embaçada, em dia de chuva.
Dia de chuva intensa. Acordei cedo, como sempre, preparei o café. O pessoal aqui saiu cedo para o trabalho, meu expediente é a tarde. Aproveito para um momento de oração. Em tudo demos graças! Que delícia ficar a olhar pela janela de vidro quando chove. A chuva embaça a vidraça, mas clareia as ideias. Vem as lembranças, nos faz refletir, nos trazem nostalgia, saudades. Em casa seguro, enquanto a chuva cai, Deus vai lavando nosso coração, e despertando o espírito fraterno, bondoso, que nos faz lembrar dos que não tem casa, moradores de rua, e os que até as tinham, mas o temporal desabrigou. Meu Deus, quanta gente perdeu tudo o que tinha com esse temporal.
Na solidão e no silencio da manhã cinzenta, não escuto pássaros, nem os vejo entrar pela janela como sempre fazem aqui. Os cães não ladram, nem ousam sair para virar latas e cheirar os postes. Nem vizinha nem galo quer cantar, ninguém telefona. Não ouço a vibração, nem o choro das crianças, pela vidraça embaçada, não as vejo na rua. Ligo a TV, percorro os canais e vejo os lamentos: “Choveu nesses dias o que seria para o mês. Os noticiários dão ênfase e parecem competir entre si quem reporta melhor as tragédias. Ruas alagadas, carros com defeitos, muros e casas desabaram. Na TV e na Internet, assunto de chuva só não supera o transbordar de denúncias de corrupção e o jorrar contínuo de desvio de dinheiro público, que se repetem todos os dias.
Minha paciência também transbordou. Volto para minha janela embaçada. Destarte as tragédias e perdas, vejo como consolo e proveito os benefícios da chuva: ela lubrifica a engrenagem da produção da natureza, rega a terra seca para receber a semente, que doravante nos será por mantimento. Reabastece os reservatórios esgotados pelo consumo e desperdício nos dias secos, recupera os lençóis freáticos, renova os rios e nascentes.
Deixo a vidraça embaçada para sair. Bem agasalhado saio me abrigando até o meu destino, para voltar a noite debaixo de chuva. Logo nesse dia, o carro também foi se abrigar numa oficina mecânica.
Parece um trocadilho, mas nos dias de chuvas prefiro as noites. Bom para ouvir a melodia dos telhados, da agua escorrendo e dormir profundamente. Noite de chuvas é especial para um jantar. Me surpreende o meu apetite, mesmo tendo visitado sucessivamente e compulsivamente a geladeira de hora em hora. A mulher fez um saboroso jantar. Fim do dia de chuva, puxo a cortina vedando a vidraça embaçada. Agora são os olhos e a mente que começam a embaçar. Início do sono reparador. Não podemos reclamar e nem culpar ninguém pelas calamidades. Resta-nos pedir a Deus pelos que sofreram perdas, como também agradecer pela vida e pelos benefícios da chuva.
Joel N. Freire
Pela garra que tem, pelos exemplos de superação que já mostrou, pela força de vontade de viver, pela sua fé e paciência em esperar e acreditar em dias melhores... Por isso e mais outras razões, tenho certeza de que você não perderá a esperança.
No show da vida, há pessoas figurantes, há os coadjuvantes e também protagonistas, mas me chama a atenção a comodidade do público.
Há os expectadores atentos, intencionados, com propósito, os que simplesmente, por acaso estão na plateia e os que mantém a simplicidade, humildade e modéstia quando sobem no palco.
Alguns se contentam em ser sempre ouvintes da narrativa. Querem apenas ouvir a historia que se passou. São os expectadores da história, que nunca farão história. Mas há também outros que lutam para um dia ser de fato, o fato, se empenham para deixar uma história.
Na trilha sonora da vida, alguns se limitam em apenas escutar a música, mas nunca tem ouvidos para ouvi-la, sentir sua essência, se sensibilizar, se emocionar, reagir.
A caravana do Show da vida passa e essa gente apenas olha a caravana passar. Apenas vê, não observa. Admira mas não aprecia. Passa tão despercebido que não emociona e tão logo se perde de vista.
A caravana é a vida, o descaso é um sono. Quando acordarem do profundo sono, a caravana já passou.
Se não consegue acalmar os outros tente ao menos te conter a si mesmo. Mais valente é o que se domina do que o que conquista uma cidade.
A esperança é a maior motivação da vida. Ela que nos joga pra frente e pra cima. Se acaba a esperança em alguém ou por alguma coisa, perde se tudo. Nada mais valerá a pena
Uma reflexão sobre o valor da vida: Para as crianças, não há limites para viver. Para os amantes, o tempo e a vida passam muito rápido nos momentos em que se entregam em amores. Para os afortunados, que esbanjam por uma vida boa, no entretenimento e no luxo a vida é maravilhosa mas nunca encontram seu sentido. Para os bêbados e os amantes da boemia a vida é só nostalgia. Para os cristãos sinceros o viver é Cristo e o morrer é lucro.
Minha mãe me ensinou muito, mas uma das maiores lições dela eu recebi na ocasião da perda do meu pai, foi quando ela sussurrou: “Esta vida não vale nada”. Hoje ela ama a vida porque entendeu o seu sentido. Isso me levou a refletir. O que será de nós quando quem faz a nossa vida valer a pena for tirado da gente? Quando a gente devota a vida em torno de uma pessoa, quando se vive um amor profundo onde os dois são um, a perda é irreparável. O tempo passou e hoje entendo o que ela quis dizer naquela ocasião. A vida então não valerá mais a pena, perderia até o sentido de ser, enquanto não entendermos o sentido de viver.
Tributo ao meu pai
Ontem na igreja, fiz menção à sua memória, meu pai, Domingos da Penha Freire. Lembrei-me do seu amor pela minha mãe Noêmia, de seu compromisso para com Deus e a igreja, de sua luta para criar 12 filhos e, de quando vinha pra casa, ao nosso encontro todos dias depois do exaustivo e dedicado labor da carpintaria, que o premiou como Operário padrão.
Meu pai tinha o costume provedor de passar na mercearia todos os dias e se preocupava em trazer consigo uns 15 pães para o café da tarde e suprimentos para o jantar. Tempos bons que não voltam mais! Aprendi muita coisa com este olhar de esperança, olhar cor de mel, que variava sempre, de acordo com as emoções do momento. Das muitas coisas que herdei, trago com orgulho estes olhos castanho/ amarelados, que se confundem nas cores âmbar/ocre/mel. Mas além de doce como o mel. o olhar do meu pai era bem misterioso. Exprimia sentimentos que falava sem palavras, que corrigia sem bater, que transmitia segurança, certeza e firmeza, muitas vezes entrava pela janela da alma e enxergava o subconsciente como se estivesse lendo a vida da gente ou mesmo se tornando parte da gente. Assim ele nos ensinava. O verdadeiro ensino é quando se deixa um legado uma parte de si nos outros! Isso ele deixou.
Hoje passei o dia assim, meio pra baixo, com uma inexplicável tristeza lá no fundo do coração, sentindo uma carência própria de quem ama, e sente saudade, quase sem entender o que se passava comigo. Mais tarde, recebi uma ligação de minha mãe e me dei conta do dia foi hoje; 13 de março. O dia em que o tempo, o labor e a vida do meu pai se encerraram na terra. O ciclo de vida dele é igual ao de todos nós. O tempo passa, e passa rápido, e a gente não aproveita. Pensamos que matamos o tempo, mas depois o próprio tempo nos enterra. Hoje, exatamente hoje, completaram-se oito anos que ele passou para a eternidade. Entendi, pois, a minha tristeza. A saudade é tão forte quanto nos primeiros anos. Por fim, reafirmo aqui as palavras que a muitos consolei naquele fatídico dia: “Ninguém morre enquanto permanece vivo no coração de quem o ama”.
Parabéns Isabella Freire pelo seu aniversário.
Minha filha Isabella, Nesse dia especial quero te dar Parabéns pelo seu aniversário e te fazer uma importante revelação. Hoje me lembrei de quando você nasceu, prematuramente. Você fez diferente do Gabriel. Gabriel não queria sair da barriga de sua mãe no dia em que tinha que sair. Queria viver mais um pouquinho naquela maravilhosa sensação e se acomodou ao conforto do útero. Mas não sei porque, você teve pressa de vir ao mundo, quis sair logo. Saiu mesmo antes do tempo. Mais do que você queria conhecer o seu mundo, eu estava ansioso para te conhecer e te procurei junto da Elzilene, mas você não estava lá. Tinha sido encaminhada para uma UTIN e a encontrei lá numa incubadora, ligada a aparelhos pois estava com muita secreção de parto no aparelho respiratório e até desenganada, com terríveis impedimentos na respiração. Quando eu me encontrei a sós com você, fiquei te olhando muito preocupado e ali orei e chorei diante de Deus. Disse a Ele: “Não te pedi uma filha, Senhor, mas o Senhor me deu, então por favor, entre com a providência!”. Coloquei minha mão sobre você, que era apenas um pouco maior que a palma da minha mão e orei sinceramente a Deus fazendo um voto que aqui quero revelar: Se ali Deus te curasse e se você fosse sã e sem sequelas para casa, você serviria a Deus e seria consagrada a Ele e viveria para a honra e glória do Senhor. O milagre foi tão imediato que após impor as mãos vi que sua respiração melhorou. A evidência foi que logo você recebeu alta e foi pra nossa casa. Você está entre nós há 17 anos, para nos trazer orgulho, alegria, para junto com a gente servir a esse Deus maravilhoso e ver maravilhas acontecerem entre nós por muitos anos de sua vida. Hoje parei pra ver o quanto você cresceu, e cada vez que vejo suas fotos eu me apaixono mais por você. Veja o quanto você conquistou ao longo dos dias, ao longo dos anos felizes que passou ao nosso lado, graças a Deus.
Através desta mensagem, quero falar a você, tudo o que eu não te disse por palavras, às vezes, por falta de tempo ou por não saber como expressá-las a você. Poderia fazer aqui um grande discurso, com palavras em linguagem culta, mas não quero falar da forma mais difícil, só quero que entenda da nossa dedicação, do nosso carinho e do nosso amor por você, filha.
Peço muito a Deus, que guie os seus passos sempre, e a todo o momento, eu e sua mãe “pegamos muito no seu pé”. Mas receba isso como carinho nosso e proteção. Lembre-se sempre que os pais, principalmente a mãe tem sentido que pressente quando algum perigo lhe ronda, ou mesmo algo que vai trazer tristeza. Quando isso acontece a gente quer te ajudar para que nenhum mal te aconteça. Desejo que você filha, abra bem o seu coração para o amor de Deus. Enquanto puder ou enquanto ele permitir nós estaremos sempre por perto, te protegendo das coisas ruins, das más companhias, das falsidades, do engano e das pessoas que estão no perigo e querem levar outros com eles. Viva um pouco mais intensamente conosco enquanto ainda estamos por aqui continuaremos sendo chatos assim, orientando você, auxiliando os seus dias no que for preciso, mostrando o caminho certo para pisar e seguir. Um dia você vai lembrar-se disso e nos agradecer. Nós te amamos
Feliz Aniversário
Isabela Freire.
Para comemorar não precisa esperar época de festa pois viver já é uma festa quando se sabe viver. É Tempo de alegria. Tempo de Viver com alegria e sabedoria não pode ser só em datas festivas. Tem que ser todo dia.A gente sente saudade de quem se foi e não está mais entre a gente como das outras vezes mas a vida precisa continuar e antes que a cortina se feche para nós também, sejamos protagonistas e coadjuvantes do espetáculo da vida.
Me perdoem minha ignorância mas alguém por aqui pode me explicar o que é ou quem é "Tigo"? Quero saber por que vejo no Face as pessoas escrevendo "com tigo" mas ainda não descobri o que ou quem é isso.
Se precisar forçar pra encaixar é porque não é do teu tamanho. Isso serve para anéis, sapatos, amizades, profissão e até relacionamentos. Diminuir ou se humilhar só aos pés do Senhor.
Hoje meu dia começou muito bem. Ao sairmos pela manhã, no jardim de minha casa, um filhote de passarinho que havia caído do ninho alegrou minha manhã. Concluí que o criador coloca a simplicidade da natureza em nosso caminho logo cedo, para nos mostrar, com pequenas coisas, que a vida pode valer a pena, mesmo diante dos aborrecimentos ou das coisas que nos fazem falta. Quando pararmos com a ansiedade e a correria e começarmos a perceber essas pequenas coisas, então teremos até passarinhos para nos dizer “bom dia”.
Foi então que fiz uma reflexão e aqui compartilho: Os passarinhos não caem do ninho, eles pulam. é tudo ou nada. É um risco que correm, é a busca pela vida própria, é o desejo de ser feliz, de fugir do mau exemplo ou de copiar o que viu de bom nos pais, de voar com as próprias asas, e se manter por si só. Do ninho ao chão é como um penhasco, mas essa iniciativa lhe é peculiar, instintiva e viável, enquanto ele ainda estiver no ninho.
Outro dia até pensei em arranjar alguns pássaros e colocar na varanda pra cantar de manhã, mas desisti quando vi que já tenho isso ao meu redor e quando pensei na gaiola. A gaiola é o maior terror.
Na vida, em algum momento, somos todos passarinhos. A gaiola pode ser uma forma de viver ou um lar sem amor, sem paz ou liberdade, uma prisão, mesmo que ali se ofereça uma sensação de segurança, respeito e proteção, mesmo com todo o alimento e todos os cuidados.
Até certo ponto, o ninho é acolhedor, mas tem hora que entedia. A gaiola prende, e também acomoda, faz esquecer o mundo lá fora. Os que estão de fora, distraídos, alegram a natureza e cantam logo cedo a sinfonia da liberdade e nem se dão conta do quanto são vulneráveis, pois é lá que estão todos os riscos impostos pela natureza. Nesse mundo exterior e misterioso está o penhasco. É ali que tudo começa ou onde se encerram muitos sonhos. Tem muita gente buscando chegar ao topo e cantar um hino de vitória. Outros bem que tentaram e não conseguiram. Alguns outros, voltaram para a gaiola. É no penhasco que o pássaro tem que se arriscar, para aprender a voar.