Coleção pessoal de joceliaabreu
HONÓRIO, O VAGABUNDO
A vida dele sempre foi assim,
Rachando lenha a troco de comida .
Pedindo uns cobres a você e a mim.
É desse jeito que ele leva a vida.
Em seus momentos de divagações,
Fila um cigarro e demorado pita.,
Resume a vida apenas em milhões,
Um bom cavalo e uma mulher bonita.
Não teve amores e não tem saudade.
Igual criança, ingênuo e sem maldade,
Criou seu próprio e inofensivo mundo.
E quanta gente não daria tudo,
No dissabor do inconformismo mundo
Pra ser igual Honório, o vagabundo
ARTEIRO – ARTISTA – ARTESÃO
Todos nós, durante a vida
Já fomos arteiros, artistas ou artesão
Vivemos sempre fazendo arte
Quer na prática ou na imaginação.
Quando criança, fomos arteiros
Fazendo arte até por pirraça
Mas às vezes só de brincadeira
Ou até mesmo pra fazer graça.
Artesão somos sem perceber
Arrumar um jarro, coisa natural
Confeitar um bolo, enfeitar a casa,
Fazer coisas de madeira, isca artificial.
Ser artista, embora pareça difícil
E que só exista na televisão
Mas pra levar a vida hoje em dia
Somos todos artistas de primeira mão
E então pra todos nós
Artista, artesão ou arteiro
Façamos com arte o que sabemos
E com alegria, o ano inteiro.
BRASIL DE HOJE (escrito em l977)
Cata-ventos girando
Bandeirolas tremulam
Fitinhas agitam-se
E o verde e amarelo
Colore nossa gente.
É o Brasil que desperta
Que desponta,
Na mão de cada criança,
Na mente da juventude,
No ideal de cada adulto,
No coração de todo brasileiro.
É o Brasil que nasce
Ou renasce.
Brasil de Deus,
Brasil cristão.
Brasil de Cabral,
De Deodoro, de D. Pedro,
Brasil dos brasileiros,
Brasil de toda gente,
Brasil, eu te amo.
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BRASIL DE HOJE (escrito em 2009)
Desvios de verba girando
A ética, coitada, tremulando
Mensalões continuam agitando.
É a falta de vergonha
Que cobre nossos políticos.
É o Brasil que dorme
E não vê acontecer
Na mão de cada senador,
Na mente de cada deputado,
No ideal de cada pilantra,
Nosso País desfalecer.
Mas o Brasil resiste,
Ou insiste, por que é
Brasil de Deus,
Brasil cristão.
Mas é difícil, pois também é
Brasil de Lula,
Brasil de Sarnei,
Brasil do Zé Dirceu,
Brasil
Brasil dos pilantras,
Brasil só dos políticos.
Mesmo assim, é meu torrão natal.
Ainda tenho esperanças.
Por isso continuo dizendo:
Brasil eu te amo...
Papel de presente
Esta semana fui às lojas, o que não faço frequentemente, comprar um presentinho de amigo oculto.
É época de Natal. O movimento no comercio é grande, agitado, mas alegre. Enquanto esperava para ser atendido, fiquei observando o cuidado dos atendentes em embrulhar os presentes.
Cada embrulho tinha um papel diferente, com muita cor, muito brilho. Cada um mais lindo que o outro. E é preciso que assim seja, pois ao receber o presente, a primeira coisa que se vê é a embalagem.
Portanto, ela deve chamar a atenção. No entanto, é ao abrir o embrulho que vamos conhecer o presente e saber se gostamos ou não.
Interessante, que em nossa vida, acontece algo semelhante: as pessoas que conhecemos, com as quais relacionamos, apresentam-se como que embrulhadas em papel de presente .
E como é difícil e lento, abrir este embrulho. E quando conseguimos, se conseguirmos, ai sim, saberemos se valeu a pena, se gostamos ou não do “presente”.
A vida é cheia de surpresas...