Coleção pessoal de JoaoBragaNeto

Os golpes do destino


Aparar os golpes do destino e manter a nau humana na direção ao porto do otimismo exige esforços que nos sustentem na sintonia dos ideais promissores.
Para desatar os nós apertados dos desacertos que provocam angústias e tristezas, não podemos relaxar em momento algum, é um constante desafio a nós mesmos.
No momento dos escorregões é preciso segurar em algo para não cairmos e a vontade de acertar e de vencer pode ser decisiva a fim de que não cheguemos ao fundo do poço.
Esperar por dias melhores sem esboçar nenhuma reação favorável para mudá-los é uma ação que, mais tarde, apenas nos fará comprovar os nossos enganos.
Desistir sem ao menos haver tentado é o mesmo que assinar dentro da própria alma a soltura das rédeas da vida e, assim, ela passará a correr solta como os ventos de um redemoinho que não se sabe aonde vai parar.
Não aceitemos os revesses, trabalhemos por modificá-los. Há muito tempo ainda para darmos um rumo às nossas vidas. Não nos deixemos ser como a semente que não germinou ou que, conseguindo germinar, lhe faltou a habilidade do jardineiro no regar e no adubar, que nos proporcionariam a felicidade.
Deixar a vida somente na introdução é o mesmo que criar muitas expectativas, atrair muita ansiedade e transtornos que poderiam ser evitados.

Os Avessos


Às vezes nos sentimos pelo avesso, seguindo na contra mão da vida. É como se os nossos pés afundassem em areia movediça e fôssemos perdendo o equilíbrio a cada passada.
Outras vezes não nos conhecemos, parece que retiraram de dentro da nossa alma os registros do que já vivemos e, assim, parecemos estranhos a nós mesmos.
Muitas vezes o viver nos parece algo tão prazeroso, mas logo depois sentimos um vazio intenso dentro da alma como se tivessem nos tirado do prumo da felicidade.
Entretanto, outras vezes sentimos dentro da alma uma força tão forte, tal qual uma tempestade que varre com força os detritos acumulados das dúvidas em nossa alma que são conduzidos como que por uma enchente, que não deixa nada no lugar.
Esta força é Deus que precisa de vez em quando sacudir-nos com as suas energias de misericórdia para acender as luzes que o pessimismo apagou e nos deixou tateando na escuridão.

Saudade


Quando os ventos enregelados da saudade sopram, é como se sentíssemos a alma despetalar-se, espalhando as suas pétalas, os seus aromas de dor, de tristeza, por toda parte.
Saudade é abrir a porta, ouvir o ranger da alma esperando que o ser amado retorne e a feche.
É escutar a sua voz, sentir seus abraços e seus beijos sem poder tocá-lo.
Saudade é buscar no álbum de família, no coração, na casa, e sentir que o ser amado não está ausente. Os olhos não veem, as mãos não tocam, mas o coração sente.
O ser que parte deixa um vazio tão grande na alma que o eco de tudo que foi vivido, ao soprar dos ventos, nos faz ouvir sua voz nos refolhos da alma.
Saudade é querer alguém de volta em nossos braços, acompanhando-nos os passos; é sentir o pulsar do seu coração ao compasso do nosso.
Quem não sentiu saudade? Quem não colheu as suas rosas a desabrochar constantemente neste jardim?
O ser amado, ao partir, deixa escrito no coração e só ele mesmo pode apagar o que escreveu, o que ficou, impregnado de saudade.
Saudade ´é buscar e só encontrar dentro do coração. É sentir e não poder tocar. É falar e só escutar de alma para alma.

Observar com otimismo


Quanto chegares ao ponto de acreditar que tudo está acabado, a vida pode estar apenas começando. O que procuras pode estar em tuas mãos e ao teu lado, sem que tu tenhas ainda percebido.
O pessimismo da tua alma pode chegar a tal ponto, que onde vês apenas um pequeno rio, existe o mar se dobrando em ondas de esperança.
Você pode até chegar à conclusão de que não recebeu tudo o que esperava da vida, mas se você não recebeu, talvez seja porque você só pensou em receber e nada ofereceu.
Desta forma, quando acreditares que nada mais será possível acontecer de bom em tua vida, pode ser que neste momento as mãos de Deus estejam nas tuas mãos, ajudando a esticar o arco do otimismo para que os dardos envenenados do pessimismo sejam lançados longe de ti.

Na dualidade da vida, não existe meio termo ou se vive para o bem ou para o mau, ou se está na luz ou na sombra e o que é branco é branco da mesma forma o que é preto é preto... Não existe ninguém menos bom ou menos mau. A responsabilidade da escolha ou de como queremos viver, será sempre de cada um de nós.

OS DIAS


Tem dias que procuramos encontrar e não encontramos, consertar e não consertamos. Esquecer e não esquecemos.
Tem dias que se arrastam, parecendo até que o pessimismo da humanidade segura os ponteiros do tempo impedindo que eles avancem.
Tem dias que eu sinto que a alegria peleja para espantar as tristezas, entretanto elas insistem em acompanhar-me as passadas.
Tem dias que nos sentimos tão perturbados pela insistência dos pensamentos negativos que temos vontade de nos escorarmos em algo e deixar a vida correr.
Tem dias que sentimos que somos observados e não conseguimos observar a nós mesmos.
Tem dias que procuro pelas mãos que possam me erguer, um ombro para me apoiar, uma palavra para me motivar e aí algo me diz que não podemos tirar de onde não colocamos e só receberemos os raios do sol, se abrimos as portas do coração.

Podemos fazer diferente


Ao tentar consertar alguém é preciso estar atento aos andaimes, as escoras que vamos utilizar e se estes materiais não vão faltar na construção do “Reino dos Céus” que todos precisamos erguer dentro de nós mesmos. Se tais materiais faltarem a obra pode ser atrasada e as multas pelo atraso costumam vir na forma de melancolia,desmotivação e imcompreensõ. Consequentemente, teremos dois prejuízos, porque não temos condições de consertar ninguém, e ao tentar, utilizaremos o material que faltará na obra que viemos empreender no palco terreno.
Eu sei, foi assim até ontem. Entretanto, hoje eu posso mudar, fazer tudo diferente, tirar de baixo e colocar em cima, fechar portas e abrir outras, desviar o curso do rio da minha vida. Eu sei que posso, por isso eu vou fazer.
Porém, uma voz que sempre procurou me atrapalhar falou assim: “Quem te garante? Quem financiará a realização dos teus sonhos?” E eu lhe respondi sem medo de errar: “Deus!”. “Mas porque Deus? E porquê agora?” - a voz insistiu. Eu, porém, respondi com convicção: “Porque é Ele a minha luz, a minha fonte de onde eu posso tirar tudo que eu preciso para viver feliz de verdade”.

A vida ajunta e espalha


Às vezes a gente ajunta e a vida vem e espalha tudo.
Às vezes, no jogo da vida, temos em nossas mãos as melhores cartas, mas não ganhamos.
Tem dias que não conseguimos encaixar os cenários de alegria na moldura dos nossos corações e as tristezas logo se espalham, derramando-se pelos olhos.
Tem dias, que nos sentimos tão desafinados no concerto da vida que temos dificuldades de ouvir os seus acordes e logo os barulhos dos desequilíbrios se espalham espreitando-nos a alma.
Entretanto, uma voz interior sussurra nas fibras de minha alma e eu sei que ela é a voz de Deus. Ao ouvi-la fica uma certeza, a de que só eu mesmo, com a Sua ajuda, é que posso evitar que vida espalhe o que eu passei anos para juntar, usando melhor as cartas que tenho nas mãos - o otimismo, a perseverança - esforçando-me por emoldurar em meu coração as alegrias que a vida me proporciona e, desta forma, ter condições de ouvir os verdadeiros acordes da felicidade vibrando, espalhando-se por toda minha alma.

OS ENSAIOS DA VIDA


Vivemos os ensaios que a vida requer aos vôos das nossas necessidades transcendentais, por isso são comuns as quedas, os tropeços, as tristezas... Mas não devemos esmorecer, pois os vencedores são coroados pelos seus persistentes esforços. Não nos esqueçamos que são nos detalhes que chegamos à expressão que a vida exige, assim como faz um escultor com a sua obra.
Não podemos aceitar as derrotas sem antes pelo menos ter lutado, esboçado uma reação.
Aqueles que se entregam sem pelo menos antes ter tentado não resolvem os seus problemas.
Problemas só se resolvem com
atitudes positivas, acreditando que eles podem dar certo e não com atitudes negativas.

SUPREMACIA DO AMOR


A diferença entre o amor e a paixão é que o amor se escreve a cada momento, a cada dia no coração e a paixão é como se acendêssemos uma vela em suas extremidades, a chama é maior, não há dúvida, mas logo se apaga.
A melodia do amor é suave, a da paixão é barulhenta.
Quem encontrou o amor não precisa mais da paixão, mas quem vive a paixão, ainda não encontrou o verdadeiro amor.
O maior Psicoterapeuta da humanidade receitou-nos o amor como a melhor medicação para as nossas enfermidades físicas e morais. Entretanto, passados os anos, ainda não conseguimos usá-lo na dosagem recomendada. Entretanto, esta medicação é diferente das outras, porque não possui prazo de validade, então a usaremos hoje, amanhã ou depois.

Só se aprende vivendo


Entre buscar explicações e viver a vida, acredito que o melhor é vive-la, porque vivendo-a teremos as explicações que buscamos, o que é melhor do que ficar apenas nas indagações.
O tempo passa rápido, muito rápido, e poderemos, nas indagações, além de não ter as respostas para nossas perguntas, desperdiçar as oportunidades que a vida nos oferece de avaliarmos os pontos de vista que queremos sustentar a todo custo e que nos tem causado muitas cointrariedades.
Na dualidade da vida não existe meio termo. Ou se vive para o bem ou para o mau, ou se está na luz ou na sombra e o que é branco é branco da mesma forma que o que é preto é preto... Não existe ninguém menos bom ou menos mau. A responsabilidade da escolha ou de como queremos viver será sempre de cada um de nós.

O AMOR É VIDA

A historia de um amor o tempo jamais apaga. Ele pode até dobrar as suas páginas e as mãos dos ventos podem carregar os seus grãos pra lá e pra cá, assim como fazem com os grãos de areia. Entretanto, um dia, estes grãos se encontrarão, dar-se-ão as mãos, porque um grande amor não se esquece jamais e não se deixa de senti-lo para sempre.
É da essência do amor fundir na forja da vida as almas que se buscam, que se atraem numa só e, como uma gota de água que cai no oceano da vida, e o tempo possa esqueçê-las para sempre.
Quando eu digo que amo e não perdôo a pessoa que digo amar, não é amor, pode ser qualquer outra coisa, mas não é amor.
O amor não se engana, não zomba, não faz sofrer, não se fantasia, não se corrompe.
Ele é um campo a espera que nós plantemos as sementes dos nossos sonhos.
Ele é o sopro, o vento que enche as velas da nossa alma em busca do porto da felicidade.
O amor é a primavera a espera que os nossos corações se desabotoem em rosas e flores para que a nossa alma possa colhê-las em forma de paz, de felicidade.

A disciplina não põe arreios em nossas asas, e nem tão pouco limita-nos as passadas, ela apenas nos ensina a ver a coisas como elas são e não distorcidas ante os desequilíbrios que as paixões humanas provocam.

Viva, tente de novo. Se for preciso recomeçar, recomece. Se for preciso apagar, apague o que ficou para trás. O tamanho da felicidade que desejamos, está condicionada ao espaço que lhe oferecemos no coração. Quebre os grilhões psíquicos. Liberte-se, abra a porta do perdão dentro da sua alma, e só assim, sentirás o prazer de viver a vida.

Viva! Seguindo sempre em frente, superando dificuldades, nem que para isto seja preciso você dizer sim, enquanto os outros dizem não. Não exija compreensão daqueles que estão seduzidos pelo mundo que criaram para si mesmos. Siga em frente e você logo comprovará quem estará certo de verdade. Se é aquele que se acomoda nos seus castelos de areia, ou aquele que segue sempre em frente, aconteça o que acontecer. Na certeza de que nunca estaremos sozinhos e que a vitória é apenas uma questão de tempo.

A diferença de se conquistar o mundo ao invés de a si mesmo, é que na primeira nos sentimos presos aos convencionalismos do ter, e na segunda livres pelo ser, que nos coloca sob a regência das leis da vida.

O perdão ao aflorar dentro da nossa alma, é uma fonte que rebentadentro do coração. E com a continuação nos sentiremos como um rio, um mar, um oceano... E a cada onda que venha se erguer e se espalhar pela orla da nossa alma, a sensação é de paz, de felicidade nunca sentida antes.
Quando não perdoamos, nos comparamos a um barco encalhado em algum ponto da orla da nossa vida.

Não queiramos ser tão grandes ao ponto de não aceitarmos a nossa pequenez. E tão pequenos sem querer descobrir o potencial que há dentro de cada um de nós. Neste momento há muitos que acreditam que são tão grandes ao ponto de dizer que o mundo foi feito somente para eles. Viver assim, é uma questão do ângulo que cada um quer enxergar a vida. Mas, só que, se estamos aqui no mundo para aprender e um dia entenderemos, que a maior riqueza é a da humildade, da simplicidade... A prova disto, é que em nossas orações, evocamos os simples e os humildades que são os anjos e não os potentados da terra. A dor e o sofrimento costumam nos mostrar na verdade, quem é pequeno e quem é grande aos olhos do criador. É só uma questão de bom senso.

Se complicarmos a vida, ela nos forçará a descomplicar. Complicando-a o que já é difícil se torna mais difícil ainda, e depois comprovaremos que não valeu a pena. Só crescemos tanto materialmente quanto espiritualmente se aceitarmos simplificar as coisas. Há muitas coisas que fizemos e que poderão ser mudadas para melhor. Viver é uma arte, mas não resta dúvida de que os aplausos ou os apupos serão feito pela nossa consciência.

Quem move as engrenagens do universo é o otimismo. Portanto, os pessimistas que fiquem em alerta, para que não sejam aproveitados apenas como graxa, na lubrificação das suas peças.