Coleção pessoal de Jiba
Papai Noel.. passamos por três fases desse lindo conto..
1º Quando crianças em que acreditamos que ele chegaria de trenó enquanto dormiamos, se durante todo o ano tivessemos nos comportado (no meu caso passado de ano na escola..rs).
2º Quando deixamos de acreditar na mágia do Natal... "Aborrecencia".. a luta para sair da infancia e virar "GENTE GRANDE"..rs Faz com que deixemos alguns sonhos adormecidos..
3º E quando passamos a ter a LINDA responsabilidade de "SER O PAPAI NOEL" e tentamos fazer a diferença a uma criança, ajudando a acreditar na magia, no amor e em seus Sonhos... Por isso eu digo.. Papai Noel EXISTE SIM!!! Está dentro de cada um de nós...
Há quem critique dizendo que Papai Noel é capitalista, mas me refiro ao fato de fazer a diferença, ao sonho de Natal..
E, aquela criança que passa junto com sua familia um aperto danado o ano todo e que tem a esperança de que no final do ano tudo pode mudar? E pra ela e por ela que insisto nessa linda magia do Natal!!!.. Repense seus valores e FAÇA A DIFERENÇA!!!!
Dezembro chegou! E com ele vem a esperança de um novo ano, que está tão pertinho. Vêm recordações de um ano que está no fim. Coisas boas, coisas ruins, aprendizagem! Dezembro é o mês de limpar as gavetas, mês de reflexão. Admito, continuo acreditando em Papai Noel, a única diferença é que agora posso reconhecê-lo um pouquinho em cada pessoa. Sempre é possível fazer o bem a alguém. Por que não começar em dezembro, o mês da magia? Repense seus valores!
Olhar para trás após uma longa caminhada pode fazer perder a noção da distância que percorremos, mas se nos detivermos em nossa imagem, quando a iniciamos e ao término, certamente nos lembraremos o quanto nos custou chegar até o ponto final, e hoje temos a impressão de que tudo começou ontem. Não somos os mesmos, mas sabemos mais uns dos outros. E é por esse motivo que dizer adeus se torna complicado! Digamos então que nada se perderá. Pelo menos dentro da gente.
POR QUE TE AMO
Te amo
te amo de uma maneira inexplicável
de uma forma inconfessável
de um modo contraditório
Te amo
Te amo, com meus estados de ânimo que são muitos
e mudar de humor continuadamente
pelo que você já sabe
o tempo
a vida
a morte
Te amo
Te amo, com o mundo que não entendo
com as pessoas que não compreendem
com a ambivalência de minha alma
com a incoerência dos meus atos
com a fatalidade do destino
com a conspiração do desejo
com a ambiguidade dos fatos
ainda quando digo que não te amo, te amo
até quando te engano, não te engano
no fundo levo a cabo um plano
para amar-te melhor.
Te amo
Te amo, sem refletir, inconscientemente
irresponsavelmente, espontaneamente
involuntariamente, por instinto
por impulso, irracionalmente
de fato não tenho argumentos lógicos
nem sequer improvisados
para fundamentar este amor que sinto por ti
que surgiu misteriosamente do nada
que não resolveu magicamente nada
e que milagrosamente, pouco a pouco, com pouco e nada,
melhorou o pior de mim
Te amo
Te amo com um corpo que não pensa
com um coração que não raciocina
com uma cabeça que não coordena
Te amo
Te amo incompreensivelmente
sem perguntar-me porque te amo
sem importar-me porque te amo
sem questionar-me porque te amo
Te amo
simplesmente porque te amo
eu mesmo não sei por que te amo
Há certas horas, em que não precisamos de um amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...
Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...
Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...
Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade
inquestionável...
Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:
Acho que você está errado, mas estou do seu lado...
Ou alguém que apenas diga:
Sou seu amor! E estou aqui!
Não tenho medo, apenas espero
Respiro, escuto e vejo
Ansiedade, paixão e desespero
Felicidade, amor e desejo.
Vem.. mas vem para ficar
Respeita o que podemos ter
E eu serei o teu sol e tu o meu luar.
Juntos seremos um só a crescer.
És aquilo que quiseres ser,
Mas para mim serás cheiro de flor
Com perfume de eterna saudade.
Não tens nada a temer.
Perdidos em nós de cordas de amor
Temos direito à louca felicidade.
Cala a minha boca com a tua
Guiar-te-ei para aquele lugar
Segue a estrada, vira na loucura
Contorna a dor e entra em 'Amar'...
Não preciso que sejas eterno
Nem que me faças juras de amor
Só quero olhar e poder confiar
Sem medo das cicatrizes de dor
Apaga-me os fantasmas do passado
E conquista o que eu sempre quis
Abre o coração outrora fechado
Á espera de ti, para ser feliz...
Certezas
Não quero alguém que morra de amor por mim...
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível...
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém... e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento... e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um NÃO que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como SIM.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades, às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena.
MANIA DE EXPLICAÇÃO
Era uma menina que gostava de inventar uma explicação para cada coisa.
Explicação é uma frase que se acha mais importante do que a palavra.
As pessoas até se irritavam, irritação é um alarme de carro que dispara bem no meio de seu peito, com aquela menina explicando o tempo todo o que a população inteira já sabia. Quando ela se dava conta, todo mundo tinha ido embora. Então ela ficava lá, explicando, sozinha.
Solidão é uma ilha com saudade de barco.
Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança pra acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
Autorização é quando a coisa é tão importante que só dizer "eu deixo" é pouco.
Pouco é menos da metade.
Muito é quando os dedos da mão não são suficientes.
Desespero são dez milhões de fogareiros acesos dentro de sua cabeça.
Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
Agonia é quando o maestro de você se perde completamente. Preocupação é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
Renúncia é um não que não queria ser ele.
Sucesso é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe.
Vaidade é um espelho onisciente, onipotente e onipresente. Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.
Orgulho é uma guarita entre você e o da frente.
Ansiedade é quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja.
Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada especialmente.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Alegria é um bloco de Carnaval que não liga se não é fevereiro.
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.
Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia.
Perdão é quando o Natal acontece em maio, por exemplo.
Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo.
Excitação é quando os beijos estão desatinados pra sair de sua boca depressa.
Desatino é um desataque de prudência.
Prudência é um buraco de fechadura na porta do tempo.
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
Emoção é um tango que ainda não foi feito.
Ainda é quando a vontade está no meio do caminho.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.
Desejo é uma boca com sede.
Paixão é quando apesar da placa "perigo" o desejo vai e entra.
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não. Amor é um exagero... Também não. É um desaforo... Uma batelada? Um enxame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação, esse negócio de amor ela não sabia explicar, a menina.
Seu coração disse pra sua cabeça, vá, e sua cabeça disse pra sua coragem, vou, e sua coragem respondeu, vou nada, mas sua boca não ouviu e beijou.
Não importa se você está perto ou longe, o que importa é que você existe para que eu possa sentir sua falta.
Hoje senti sua falta, como sempre sinto.
Senti saudades de mim, saudades de você,
saudades de nós, saudades da minha felicidade,
do seu sorriso, do seu viver.
Hoje mais do que nunca senti sua falta.
Falta dos teus olhos,
falta dos meus olhos nos seus.
Falta do seu olhar,
falta da alegria no meu olhar.
Hoje senti que preciso de você,
senti sua falta. Falta de ouvir "amor meu",
falta de ser o amor seu.
Falta de
ter com quem falar,
falta de ter você comigo!
Sinto saudades, saudades de você.
Saudades do seu carinho...
Saudades da sua certeza...
Saudades da menina, da mulher.
Saudades de você, amor meu...
Senti falta de ouvir que sou o amor seu...
Hoje senti sua falta, como sempre sinto...
Saudade de você, meu anjo
Chega de Saudade
Vai, minha tristeza, e diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe, numa prece, que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas, se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim
Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos. Um filme mais ou menos, um livro mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu acaso, sua adoração ou seu desprezo. O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.
Sofrimento faz parte, nem circo vive só de alegria, um dia o palhaço morre, o que fazer? Arranjar outro, mas levar o antigo como um ótimo mestre.
Devemos visitar os bastidores de nossa alma, fantasiados de palhaço. Dessa forma, podemos sorrir de nossas falhas e tripudiar das inseguranças, atraindo-as para o nosso maior aliado: o picadeiro. É aqui, que as feras de orelhas enormes minguam ao som dos aplausos de Deus e dos nossos amigos.
Palhaço e Palhaço - Compasso e Descompasso
“...chora palhaço da sua tristeza, sorrindo como se a alma estivesse em festa.
Chora palhaço da sua tristeza quando o mundo e as coisas que te cercam dizem NÃO.
Chora palhaço da troça da sua imagem, das suas pinturas e caricaturas.
Chora palhaço por trazer alegria e sorriso ao sorriso e alegria das pessoas, e ter como pagamento a satisfação e a felicidade, ou simplesmente um sorriso.
Chora palhaço da situação que te cerca, das noites não dormidas, pela esperança de um agrado, do sonho de uma alegria continuada e sincera.
Chora palhaço, homem do peito de aço, que da alegria faz o compasso, mesmo que tua alma esteja no descompasso de uma grande tristeza.
Chora palhaço, do seu coração que não trai, não engana, que espera um doce sorriso, uma mão que afague seu semblante, sua cabeça, suas costas e pernas cansadas de tanto se apresentar no picadeiro da fantasia.
Chora palhaço que se enternece quando recebe um sorriso e um muito obrigado, mesmo de alguém que nunca viu.
Chora palhaço das suas mascaras que sorriem quando queriam chorar, que enternecem quando queriam esmorecer, que agitam quando queriam descansar.
Chora palhaço do seu próprio sorriso triste...Chora até descobrir a verdade de tua alma...
A verdade que diz:
Sorria palhaço pois aqueles que tem na alma uma criança, sorriem de verdade para você.
Sorria palhaço, pois a alegria e felicidade que trás são dádivas reconhecidas pelo próprio Deus.
Sorria palhaço pois aqueles que não te enxergam e da tua felicidade reconhecem pouco, da vida nada tem na pobreza de seus espíritos.
Sorria palhaço pois não merece alegria vazia e sorrisos falsos, mediocridade e engano , pois és autentico no coração e na alma.
Sorria palhaço pois seus valores estão acima dos espíritos pobres que não conseguem viver a felicidade que transmite sem nada pedir, a não ser um sorriso, um gesto de felicidade, um afago.
Sorria palhaço pois a tua alma é tão grande, tão linda e limpa, que suas dores desaparecerão das suas costas e serás contemplado com o carinho sincero e eterno de um AMOR sem fim.........
Sorria palhaço pois ao arrancares a mascara da face, revelarás a própria felicidade, linda e infinita, pois tens estampado no seu intimo a alegria do próprio Deus e o Amor de Jesus........
Sorria palhaço pois o que transmite é simplesmente DIVINO.
Sorria palhaço o sorriso de sorrir, o riso que debocha descarado da própria tristeza, e de tudo que não reconhece você.........
Sorria palhaço pois é o remédio das almas tristes e solitárias.
Sorria palhaço pois é palhaço para fazer sorrir, e incomodar os pobres de espírito.
Sorria palhaço pois é um artista da vida, que ao tirares a fantasia se retira do picadeiro, pois sabes quando termina o espetáculo para representação, e quando continua o espetáculo da vida.
Sorria palhaço dos verdadeiros palhaços, que sorriem ao pensar que te ofendem achando que és palhaço ou chamando de palhaço.
Sorria palhaço pois consegue ver e estar bem longe daqueles palhaços cuja vida infeliz, no contraditório daquilo que transmite, ou seja felicidade, se estenderá, infelizmente, por um picadeiro sem fim, onde ignorando e ignorância jamais saberão que estarão imersos no circo da vida, onde ao invés de receberem o sorriso de paz e felicidade, se contentarão na sua falta de saber, ao receber a falsa alegria e o falso sorriso do escárnio e do pouco caso, pela frente ou pelas costas, da platéia que os assisti, e que pensam estar agradando com o seu triste e mórbido espetáculo........
Sorria palhaço pois sabes onde esta a hipocrisia palhaça, nas promessas vazias dos políticos, nos amores falsos, no romantismo de atos e palavras escassos, na pobreza de espírito, na mentira, na falta de caráter, na tendenciosidade maldosa, na infidelidade, enfim naquilo que mancha a alma e a consciência, naquilo que torna o ser humano pequeno e insignificante, naquilo que se quer merece qualquer comentário, pois a simples citação empobrece e aporcalha qualquer exteriorização da alma, portanto da própria arte.
Sorria palhaço ao afastar o infortúnio e a mediocridade.
Sorria palhaço para aqueles que acreditam e recebem a luz detonando a ignorância.
Sorria palhaço por aqueles que arquitetou dando risadas e brincando, representando a arte da felicidade.
Sorria palhaço por aqueles que sorrindo e inebriados com os olhos cheios de lagrimas reconhecerão e reconhecem muito mais que o artista palhaço.
Sorria palhaço pois tua alma de criança assistirá calma, limpa e serena pelo resultado das coisas onde tanto investiu seu amor.
Sorria palhaço, do mundo sem compasso, que na arte do descompasso afastou a tristeza do espaço, e neste mesmo vazio do espaço encheu em cada passo seu conteúdo de AMOR...
Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
Os Três Mal-Amados
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.