Coleção pessoal de jamilemartini
É, por vezes a lei do retorno é implacável mesmo
Seja pelo agradecimento estampado em um sorriso,
pelos reencontros casuais,
pela esmagadora solidão que permite reviver cada ação com tempo hábil a se exaurir pelas culpas,
pelo ódio, desprezo e desconforto carregados no peito dia e noite,
pelo perdão dado e não esquecido..
Por vezes ela é imediata, a longo prazo ou parcelada
Como sugere a expressão, tudo provem do que concebes
Mas não cabe a você decidir o tamanho do fardo que retorna
A intensidade é variante diante aos olhos de quem sente
Aprecio a solidão
Nela encontro a liberdade
Acalento meus demônios
Instigo minhas fraquezas
Aprecio minha melancolia
Diluo com o café as doses de amargura do mundo
Embriago-me
Diluo-me na chuva e velejo por aí
Sem pressa, sem pressão
Eu, apenas
Velejando com sentimentos expostos ao tempo
Explorando cada um em suas profundezas
Assim, só assim
Nessa solidão libertadora
Permito-me afundar, inspirar e voltar a superfície
E só por isso, sigo!
Seja verdadeiro, com você
Sinta, explore, ouça, você
Percorra cada parte do seu corpo, de sua mente
Sinta, explore, ouça, você
Se encontre
Mova-se pelo que de fato és
Não se interrompa, não se influencie pelo banal
Reconecte-se, intensifique, redescubra-se
Apesar de tão pequenos ao mundo, somos imensos para nós
Apenas seja, você!
Lamento o cruel informativo
Mas amar é para bundões sim
Felizes esses bundões que amam com reciprocidade
Felizes esses bundões que foram correspondidos
Felizes esses bundões por serem bundões
Bundões esses que só existem nos meus devaneios
E assim mais um coração se fecha
Um bundão a menos
Mais um dia normal por aqui!
O corpo vaga, a mente viaja
Sentimentos rasos
Realidade perversa
Desejos oprimidos
Uma mente calejada de incertezas
Incendiada por rumores vingativos, infames, imaturos
A mente clama por sossego
O coração já não se importa com os alheios
O corpo, ah, esse só induz ao erro
E eu fico na tentativa incessante de extrair poemas em momentos aleatórios, apesar de ter consciência de que só as profundezas do inconsciente são capazes de produzir a essência da escrita, e, portanto, do escritor
Cada história se compõe por momentos e sensações
Atitudes definem momentos
Sentimentos definem sensações
E a união de tais geram ações ou até mesmo a inércia
O que nos leva a decidir por uma das opções é onde se encontram nossos ideais
Os quais nós mesmos desconhecemos
A profundeza do nosso ser vai muito além de qualquer definição que tentemos aplicar a ele
Nada nem ninguem é capaz de nos definir
Nem nós, empossados de tal corpo, temos tal capacidade
Ah, desejos
Desejos obscuros
Desejos, desejos, desejos
O querer mais inusitado
O querer proibido
O querer dito como inalcançável
Ah, desejos
Caminhos que não se cruzam
Verdades oprimidas
Desejos obscuros
Desejos, desejos, desejos
Olhares quentes
A necessidade do toque
As ironias do destino..
Ah, desejos
Talvez, só por um instante
Prefiro crer que guardá-los assim
Os preserve para sempre com esta intensidade
Ah sua pele, seu toque, seu beijo
O intenso desejo enclausurado
As verdades não ditas
A indiferença no olhar
A fantasia perfeita, ilusória
A luta contra os desejos do corpo
O receio do sentir
O medo do depois
O grito do silêncio
O silêncio que oprime os prazeres
As verdades não ditas
O intenso desejo enclausurado!
São os pingos de chuva no meio do asfalto
São os carros estacionados
É a chuva que cai
É o vento que balança as árvores
São as luzes acesas dos postes
É o carro que passa
É a TV acesa do vizinho
É a luz ligada no prédio ao lado
Sou eu observando
É a vida em movimento
Ah, o vento!
Poucos sentem a pureza do seu tocar
Em dias de sol alivia o mormaço
Esfria os dias mais frios e liberta tudo o que toca
Quando permito-me sentir seu esplendor, sinto que posso conquistar o mundo
Meus sonhos tornam-se maiores e mais possíveis que nunca
Ah, o vento!
Tão sutil, és puro e libertador!
Do amar intransitivo
Do amor platônico
Do amor fugaz
Ah, o amor!
Feito correnteza incontrolável
Vai ligeira e carrega a sanidade
Qualquer decisão sobre si será nula
Controla os sentidos mais profundos
Alimenta a esperança
Refresca a alma
Machuca, dói, concerta
Ah, o amor!
És único para quem o sente
Na falta do seu toque
Poder senti-lo, basta!
O mesmo amor que um dia acreditamos ser capaz de nos impulsionar, nos derruba, dilacera, estilhaça! É um ciclo vicioso no qual somos submetidos e do qual nos tornamos incentivadores!
Por vezes me pergunto se estou preparada para encarar esse mundo de gerações inconsequentes. Mas então penso, se pra TI é irrelevante viver na verdade dos fatos, TU quem terás de estar preparado, pois carrego comigo a vantagem da consciência tranquila e a esperança de que a felicidade ainda irá surgir!