Coleção pessoal de JaimePericles
7. Afasta-me de sorriso, de tentativas, de vida! Somente existo triste e cabisbaixo nesse momento. Volta, tempo! Minha fé ainda é existente, se eu pudesse lhe dar o sopro da vida, ficaria sem folego.
7. Agarro-me a lembranças pois vivo com o medo de perde-las e junto a elas você ir para sempre. De todo os seres do mundo você é diferente, porque eu amo. Guardo-o em meu coração trancado para que não desapareça. Oh, tamanha agonia que me envolve:Dor, não te quero! Senhor dos sonhos, me conceda um para que o veja outra vez!
7. Deixe-me reconstruir os últimos 7 dias. Não paro de pensar nas coisas que poderiam ser feitas e em como seria. Tempo precioso se esgotou em pouco tempo do muito que se tinha! 7 dias transfigurou a vida em morte.
A tentativa de resgate da minha alma carioca ainda não se extinguiu, os símbolos do meu Rio de Janeiro podem ser vistos por todo o mundo. Porém, da janela, o bondinho não pode ser visto por mim - e é de partir o coração. Meu lema e minha bandeira foram desfeitos. O que é de um navio sem uma bandeira e um lema? Ele perde a direção. E eu perdi a minha. Mas eu ainda tenho Deus para me guiar.
Sou só mais um homem
fruto da hipócrita democracia,
marcado pela cor do pecado
refém do pensamento mecanizado.
Sou só mais um boneco de corda
que almeja a mudança, mas que não a busca
manipulado pelo governo abominável
calado junto aos dominados.
Mais um que se rendeu ao medo
recusando o conhecimento para ser feliz
com a vida programada do início ao fim.
Mais um brasileiro
escravo do sistema
e que da vida boemia não herdou nada.
Enquanto estou aqui, recolhendo os sonhos que havia jogado fora, o relógio da vida continua a badalar, se eu pudesse tirar suas pilhas, juro que faria! Até hoje, esse sou eu e tudo o que consegui ser: um homem com conselhos para si mesmo, um especialista da dor que nunca sofreu, mas também que não viveu. Quem poderá me avisar quando o tempo estiver próximo de esgotar? Sobrevivi a vida inteira repleto de fantasmas, me escondi atrás das máscaras e na praia azul cristalina, eu só molhei os meus pés. O meu tempo...eu quero de volta!
Quando o vento sopra,
sinto o cheiro de seu perfume,
revivo o grande vázio perpetuo,
da falta que Maria me faz.
Quando o vento sopra,
me lembro que estou sozinho, sozinho.
Posso ouvir o barulho do silêncio,
Pobre coração aflito mergulhado num mar de tristeza,
cujas risadas de Maria não consegue esquecer.
Quando o vento sopra,
meus nervos afloram!
Fecho os olhos e te revivo em minha mente
para que os detalhes não se percam.
Mas se fosse Maria em meu lugar,
Ah! Pobre Maria!
Seria eterna prisioneira de sua própria dor.
A mais bela essência eu não posso ter, os mais lindos lugares não posso ver, o ar mais puro não posso respirar, os planos que fiz não posso realizar, o meu próprio espaço não vou conquistar, a vida que quero não posso viver.
Talvez todos nos sejamos como os Anéis de Saturno. Na verdade, eles não são o que parecem ser. Parecem tão fortes, mas também são feitos de poeira. Eu conheci um ser humano que, provavelmente, impregnou-se dos gelos de lá, pois não é deste mundo tamanha maldade e desamor à humanidade e a vida. Mesmo que pareça, eles não são perfeitos, assim como nos. E cada pedaço de gelo, rocha e poeira que o forma, precisam estar sempre juntos, caso contrário, não serão Anéis de Saturno. E sim, apenas mais um pedaço comum de rocha perdido pelo espaço, como muitos outros.
Qualquer lugar é a minha casa. Em qualquer lugar eu acho conforto. No fim do mundo, onde o vento se nega ir, tudo cinza, tudo sem graça. Não se preocupe com o frio de lá, meu coração se aquece só de lembrar que eu tenho vocês. É isso o que me faz feliz.
A vida é tão estranha. Alguns segundos se passam, então algo cai no chão e se quebra, nada nunca mais será igual. Sua mente se trava no passado, e seus pés plantados no futuro. O que era comum de se fazer, aos poucos, vai cair no poço do esquecimento, mas ele não estará trancado, já que você sempre poderá se lembrar, se quiser.
A vida é realmente tão estranha. A consequência das nossas ações são impiedosas, e não há suplica que a faça voltar atrás. Muitas pessoas perdem muitas coisas importantes, e elas buscam conforto uma nas outras. Enquanto você está folheando um livro velho, reclamando ou procurando algo para fazer, tanta gente pode estar sofrendo. É estranho, não? Porque quando estamos felizes, o mundo inteiro parece sorrir com a gente.
A vida é mesmo muito estranha. Gira tudo de cabeça pra baixo e nos obriga a aceitar! Não importa o quanto você se negá enxergar, nada será desfeito e tudo continuará do jeito que está. Mas, podemos nos reerguer nos apoiando nas coisas que ainda temos. Afinal, tudo é passageiro.
E é o meu egoismo que está tomando conta de mim: Se não tiver por inteiro, eu não preciso de nada. A metade não me satisfaz.
Eu achei que já tinha te esquecido, e que no fundo de lembranças sombrias você já habitava, mas nada foi como eu pensei. Te ver feliz, de fato, me incomodou. Como pode tudo ter ficado tão bem sem mim? Não te deixarei partir, e sinceramente, não quero te ver feliz ao lado de outra pessoa.
Gasta-se muito tempo se preocupando com as coisas triviais da vida, enquanto as melhor passam tão depressa.
Muita coisa foi deixada pra trás, esquecida. Muito foi o que se perdeu nesse caminho, palavras não ditas, promessas quebradas, nada se concretizou. Mas, hoje, o que eu tenho é muito maior do que isso.
Um homem que não tem palavra, é um homem desnudo. Deveríamos glorificar uma palavra, assim como glorificamos o dinheiro.