Coleção pessoal de JaelsonOS

Encontrados 19 pensamentos na coleção de JaelsonOS

Que é a vida senão uma trama?
O sentido pujante da drama,
O exagero rabisco da dor,
O absurdo sofrer do amor.

Que seria de mim não fosse a drama?
Que faria sem ti que diz que me ama?
Sem ti... Senti a dor aumentada!
Senti o silêncio gritante do nada.

E por isso mantenho o drama,
O calor bem sutil dessa trama,
Lamentando a distância cruel,
Entre mim, meu amor e o céu.

No recondito lúdico do luto,
Luto!
Nos escuros espaços da mente,
Desmente,
Mente,
Demente.

Recobro, num passo, a lente,
Saio da vida latente,
Sorrio ao céu pintado,
Adeus, valado.
Estou alado!

O médico de branco é fino,
O Jurista de terno, metido.
O policial de farda é exímio,
Advogado com anel, falido.
Médico de meliante é competente,
Advogado de ladrão é delinquente.
Diplomata poliglota é fluente
Advogado que fala latim, arrogante.
Estagiário de engenharia é rico,
Estágio de direito é bico.

O medo dá medo.

Medo medonho,
do medo medíocre,
o medo do medo,
medo maldoso
que medra o medo.

Prefiro combater a fúria das injustiças a mergulhar no vazio da indiferença.

No ponto

Isso é um conto?
Se não, existe um ponto?
Entre o acesso
e o excesso?

Tem desconto,
se passar do ponto?
Se ficar aquém,
sou ninguém?

A verdade dói,
corrói,
destrói,
e constrói.

Que verdade?
a minha?
a sua?
ou a da vaidade?

A da vaidade,
ilusória liberdade.
A que põe um ponto,
E não dá desconto.

Volte, felicidade!

Quem é você,
cuja sombra me encobre,
da face nada se vê,
a não ser um hino esnobe?

Fui eu quem te escrevi,
o vil detalhe esculpi,
vi, aos poucos, seu partir,
fugir,
sumir,
sem, ao menos, um sorrir.

Quem furtou o meu cinzéu?
Não achei mais minha pena,
sequer vi mais meu papel.
Inspiração saiu de cena.

Nomearam-lhe felicidade,
coisa estranha e abstrata,
de ti só restou saudade,
preciso ler minha errata.

Quem lhe espantou foi a verdade,
não combinou com minha idade,
a higidez da realidade,
desprezou a lealdade,
em algum beco da cidade.

Volte, felicidade.

Maldita semente

Na retidão da vida que leio,
há o tortuoso caminho vazio,
do faz de conta, cheio.
De cuja esperança esvazio.

Era um abraço e o sorriso,
além de alguém comumente.
Num pensamento liso,
descobri que ele mente.

Embora tenha outra mente,
vêm da mesma semente.

Outrora o mel era amar,
A nobreza estava em se doar,
Agora é pra mim mui amaro,
Esse ofício ficou muito caro.

Amar ficou mais desumano,
Não passa de um pensar insano,
Do amor tentei me desarmar,
Quão difícil é, porém, desamar!

Amar era uma completude,
O deslizar sobre a amplitude,
Virou jogo de mera destroca,
Um status de gente matroca.

Do nada, a névoa cinza e densa,
Cavalga nas asas leves do vento sutil,
O vapor da alegria condensa,
Cai aos pingos no vale sombrio.

Vai-te toda sorte de maldade,
Nem que custe minha própria sangria,
Que reste somente a saudade,
Aquela que respeite minha alegria.

Já fartei-me do algoz,
Rude escravo do amor,
Agora, quero ficar a sós,
Trazer de volta minha cor.

Fosse outrora a despedida,
Adiaria, outra vez, sua ida.
Agora, já fartei-me desta lida.

Quero o peso da leveza,
O brilho da destreza,
E o desprezo à tristeza.

Fosse eu um poeta genuíno,
Da linhagem nobre dos versos,
Lhe teria escrito um hino,
Com algozes mais perversos.

Na espera dum sono denso,
Mero espectro d’escritor,
É o que sou ao bom senso,
Palavras cunhadas com a dor.

De espreita nesta mente,
É o descaso bem latente,
D'amizade outrora ardente,
Restou o veneno da serpente.

Não se vive um só momento,
Primo o simples e duradouro,
Não o encanto tremendo,
Dos abraços curtos de ouro.

A vida,
ida,
sem saída.

A morte,
uma sorte
esculpida,
da vida.

Ida sem volta.
Volta sem vida.
Uma vida
vivida.

Sonhe com a morte,
Despeça da vida,
Cultive a sorte,
Anuncie sua ida,

Não tenham-me por forte, quando, na verdade, a espessura do meu escudo condiz com a fragilidade dos meus sentimentos.

Ser aplaudido por um espetáculo irreal dá cóleras.

Viver difere de conviver. Viver é respirar, enquanto que conviver é uma arte que conflita com os desejos egoísticos.

Sentido da vida? Não há! É você quem dá o sentido a ela mediante suas escolhas.

Ser livre não é fazer qualquer escolha. Isso é libertinagem. Ser livre é a faculdade intelectual de fazer a melhor escolha.

Médico é um título. O exercício da medicina com amor, um dom divino.