Coleção pessoal de izabozafonneargent
Cada dor precisa ser devidamente sentida e vivida.
Só então se adquiri força e sabedoria para alcançar,
para celebrar verdadeiramente cada vitória,
para enaltecer a vida.
Espelhos de uma Mente
Ás vezes parece que estamos dentro de um quarto com paredes espelhadas, o tempo todo, não importa para que lado olhe, vemos somente nosso reflexo. O tempo vai passando e nos perdemos em nossos próprios pensamentos, viramos estranhos conhecidos, tomamos decisões erradas (mas isso acontece com todo o mundo o tempo todo), porém esse casulo de espelhos pode acabar com a esperança, ao menos nos fazem acreditar nisso, espelhos podem enganar, são traiçoeiros, nos confundem.
Quando não sentimos esperança, também nos parece que o amor escapou inclusive o amor próprio, isso nos arrebata. Por um tempo, é como estar no fundo de um poço tentando, inutilmente, escalar por suas paredes escorregadias, levando-nos a sentir que somos fracos, pois cada escorregada representa uma queda.
Mas chegará o dia em que precisaremos ter coragem para quebrar um espelho e ver um novo mundo, então notaremos que não estávamos tentando escalar de verdade, não havíamos extraído a maior de todas as forças, a força de vontade existente dentro de cada de um de nós, para realizar tamanha subida. Descobriremos que o amor nunca nos deixou, fomos nós que nos afastamos dele, e que podemos pegar de volta os sonhos, a esperança, pegar de volta o nosso amor.
Enquanto olharmos o mundo, mesmo que seja através de uma janela quebrada, poderemos ver que às vezes precisamos dar adeus para algumas coisas e pessoas, aceitar que elas fazem parte de um belo passado e, por isso, os momentos felizes vividos sempre estará conosco se permitirmos. Por fim, precisamos compreender que alguns amigos irão partir, pois escolhemos caminhos diferentes e assim vamos andando, seguindo em frente com recordações renovadas a cada novo passo, cada novo momento.
“E este João tinha sua veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.”
MT 3, 4.
Quem na sociedade moderna ousaria se vestir como João?!
Desde pequenos somos ensinados primeiramente a não pensar, a não questionar determinadas coisas, nos preocuparmos apenas com a superficialidade, e, por consequência, acabamos esquecendo de ver a profundeza das coisas.
O homem é um ser criado para habitar em comunidade, isso é incontestável. Mas será que precisamos mesmo viver um ditadura social, onde para receber aceitação temos ser iguais/normais, quando essa mesma sociedade não sabe definir tais qualidades?!
Eu digo que não!
Se não possuímos a ousadia de sermos excêntricos na mesma proporção de João, podemos ao menos aceitar de mentes abertas as diversidades presentes em nosso meio. A vida é curta demais para perdemos tanto tempo apenas com a superfície daquilo que vemos.
"O caminho por nós percorrido pode muitas vezes, ser demasiado doloroso, pois a vida é mesmo feita de escolhas."
O eterno retorno é uma ideia misteriosa e, com elas, Nietzsche pôs muitos filósofos em dificuldades: pensar que um dia tudo vai se repetir como foi vivido e que tal repetição ainda vai se repetir indefinidamente! O que significa esse mito insensato?
O mito do eterno retorno afirma, por negação, que a vida que desaparece de uma vez por todas, que não volta mais, é semelhante a uma sombra, não tem peso, está morta por antecipação, e por mais atroz, mais bela, mais esplêndida que seja, essa atrocidade, essa beleza, esse esplendor não têm o menor sentido. Essa vida é tão importante quanto uma entre dois reinos africanos do século XIV, que não alterou em nada a face do mundo, embora trezentos mil negros tenham encontrado nela a morte depois de suplícios indescritíveis.
Será que essa guerra entre dois reinos africanos do século XIV se modifica pelo fato de se repetir um número incalculável de vezes no eterno retorno?
Sim: ela se tornará um bloco que se forma e perdura, e sua brutalidade não terá remissão.
Se a Revolução Francesa devesse se repetir eternamente, a historiografia francesa se mostraria menos orgulhosa de Robespierre. Mas como ele trata de algo que não voltará, os anos sangrentos não passam de palavras, teorias, discussões, são mais leves que uma pluma, já não provocam medo. Existe uma diferença infinita entre um Robespierre que apareceu uma só vez na história e um Robespierre que voltaria eternamente para cortar a cabeça dos franceses.
Digamos, portanto, que a ideia do eterno retorno designa uma perspectiva em que as coisas não parecem ser como nós as conhecemos: elas aparecem para nós sem a circunstância atenuante de sua fugacidade. Com efeito, essa circunstância atenuante nos impede de pronunciar qualquer veredicto. Como condenar o que é efêmero? As nuvens alaranjadas do crepúsculo douram todas as coisas com o encanto da nostalgia: até mesmo a guilhotina.
Não faz muito tempo, surpreendi-me experimentando uma sensação incrível: folheando um livro sobre Hitler, fiquei emocionado com algumas fotos dele; lembravam-me o tempo de minha infância; eu a vivi durante a guerra; diversos membros da minha família foram mortos nos campos de concentração nazistas; mas o que era a sua morte diante dessa fotografia Hitler que me lembrava um tempo passado da minha vida, um tempo que não voltaria mais?
Essa reconciliação com Hitler trai a profunda perversão, moral inerente a um mundo fundado essencialmente sobre a inexistência do retorno, pois nesse mundo tudo é perdoado por antecipação e tudo é, portanto, cinicamente permitido.
(A Insustentável Leveza do Ser)
"No dia que eu deixar de ser aprendiz aqui nesse mundo é porque já não estarei mais aqui.
Apesar de reconhecer, dentro de mim, verdades absolutas, sei que existem muitos mistérios e que cada nova fase exige um novo aprendizado.
Hoje vejo a vida como uma estrada bifurcada e ambas possuem a mão do destino."
"As águas rasas e superficiais não podem me banhar
Quando então, ao fim do precipício minh'alma chegar
Talvez encontre as águas profundas onde possa escançar."
"Fui abraçada pelo véu noturno
As chamas estrelares a me aquecer
Na busca incansável por seus mistérios
Nenhum inimigo irá me abater."
"Às vezes sinto que viro aquilo que mais detesto, um ser apático. Isso só comprova que somos mesmos apenas um mero reflexo daqui que deveríamos ser.
Sinto um vazio, uma tristeza tão profunda...sei que no fundo estou buscando algo desconhecido, que talvez apenas meu subconsciente faça alguma ideia do que seja. Mas tenho certeza de uma coisa: serei forte suficiente para aguentar e enfrentar todas as dificuldades do caminho. Uma hora eu acabarei descobrindo aquilo que tanto almejo."
"As águas rasas e superficiais não podem me banhar
Quando então, ao fim do precipício minh'alma chegar
Encontrará as clarezas profundas onde possa enfim descansar."
"Parece que parte de mim foi arrancada. A vontade que tenho é de gritar na esperança tola de fazer a dor passar."
"Minh'alma vagava pelas sombras do destino.
O sorriso triste da solidão era minha companhia,
Quando o doce som de sua voz ela reconheceu...
Mas quis o destino que voltássemos a andar por suas sombras,
Enquanto isso deixo meu rastro de sangue até achar o caminho de volta para teus braços."
Something about a heart...
"Frágil e profundo
ele é capaz de sentir
e desfrutar todas as maravilhas
e todo terror do universo."