Coleção pessoal de ivanildes

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Três Séculos Depois...



Se em vida me roubava os dias
Agora me desfaz os séculos
As horas são incansáveis e vazias
Desde que me fui descansar
Infeliz dia em que fui dormir
Gane meu desespero ao despertar
Nem ao menos pude vê-lo partir
E a vida que, comigo,
Jamais pôde compartilhar
Descanse em paz, meu amigo
Seu sono, aqui, hei de velar
Por mais que veja as flores se acabar
Meu pensamento sempre estará contigo
Cada minuto me tem sido o castigo
As estrelas me ouvem desabafar
Agora que o ciclo é concluído,
Por que não paro de chorar?
A última lágrima de sangue secou
Feito a última vez que suspirou
Meu corpo agora goza da serenidade
Um corpo sem alma perdido na eternidade
Por mais que eu o quisesse ao meu lado
Inútil é lutar contra o destino selado
Sabia que estava condenada a carregar
A triste sina que me tem sido te amar
E ter, agora, que tentar respirar
Parar de sufocar e te deixar descansar
Não posso impedir que se vá
Por mais que o ame,
Com você, meu destino não está
Acordei em um tempo que desconheço
Meu olhar ingerindo o que não compreendo
Poderia eu recordar, mas a que preço?
Os dias perdidos que não mais entendo
Saída de uma caixa de pedra,
Minha alma dá um longo suspiro
Vejo uma forma sair do nada
E perguntar-me o que miro
Sem nada falar,
Meu olhar da caixa desviei
Antes que viesse, novamente, perguntar
Que ano e dia eram, questionei
A fala do coveiro
Soou-me feito trovão
O tempo não foi tão traiçoeiro
Com quem passou três séculos em um caixão
Nada restou, nada ficou, nada durou
A não ser as cicatrizes da saudade
E uma pergunta que me perturbou:
Que diabo faço eu com a eternidade?

Fechada
Chora menina,chora no seu quarto escuro
Entre a angústia que aperta a morte que é certa
Nada é a escuridão para quem é filho da solidão
Chora menina,chora no seu quarto escuro
O que temer desse mistério,confinada em um cemitério
Se apenas os mortos a ouvem chorares
Deus não te ouve orar
Chora menina,chora no seu quarto escuro
De nada nos adianta odiar quando já nos foram matar
Assim que inútil é gritar,a saída é escondida chorar
Chora menina,chora no seu quarto escuro
Espere que um dia hão de se compadecer
aqueles que tu deixas te bater
Espere que olhe a um oprimido outros olhos refletindo caráter destruído
Chora menina,chora no seu quarto escuro
Permita-me ceder meu lenço,pois lágrimas, há muito, dispenso
Não faço da vergonha meu véu nem da minha dor, alheio troféu
Chora menina,chora no seu quarto escuro
Chora a inocência perdida,chora sua alma vendida
Chora a dádiva jamais concebida pois o amor na sua vida é chaga proibida
Chora menina, chora no seu quarto escuro
Caia a lágrima que significa, derrame o sangue que purifica
Feche os olhos, entregue-se boa irmã
Regozije no inferno, princesa de Satã
Chora menina, chora no seu quarto escuro
Mas antes de se afogar em sua sangria, antes de apodrecer sua carne doentia
Peço que não tente por mim chorara beleza que a vida me foi roubar
Chora menina, chora no seu quarto escuro
Até que um dia ouçam seu sussurro nunca irá querer ver seu futuro
Antes seu rosto escondido que no inferno da consciência arder
Chora menina, se ainda te restam lágrimas para chorar
Se ainda há algum dejeto a derramar ainda há sangue para jorrar
Há uma alma para trocar, se ainda espera se salvar

Deus eu te pesso...
Sabedoria para entender os homens...
Amor para perdoá-los..
E paciência pelos seua stos...
Por que Deus...
Se eu for pedir forças, eu bato neles até matar!!

Viver é como andar de bicicleta. É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio.