Coleção pessoal de IsmaelLimapensador
Ser humilde é reconhecer as próprias limitações e fraquezas, trabalhando-as com o intuito de faze-las degraus, e esses que aprendem com suas pequenezas, tendem a serem grandes e notórios lideres.
Ao homem compreender a complexidade de um pequeno ponto, uma poeirinha em toda vastidão do Universo, ele percebe o quanto não sabe nada, comparado ao Seu Progenitor, ao entender que essa pequena poeirinha, sendo a nossa galáxia, a que orbitamos.
O sonhador
(Ismael Lima)
Havia um homem sonhador, que viajava para a cidade, ele queria mudar de vida e de seus antigos padrões, sonhava com riquezas, com prazeres, tudo que o dinheiro pudesse assim comprar, estava atentado que poderia tudo o que quisesse, e aliás por muito tempo sonhara com o momento em que tivesse a oportunidade de ir embora de sua fazendinha em meio ao campo, onde fora criado.
Certo dia arrumou suas coisas, uma pequena sacola com algumas roupas e provisões para a caminhada, junto carregava seu sonho, empolgado, com nariz empinado e peito estufado, marchava a vante, apressando o passo para que pudesse logo chegar a cidade, já que não era tão distante mas, o sol iria se por em algumas horas, enquanto se aproximava uma tempestade. Olhando ao céu, o sonhador notara a tempestade que chegava, e mais que depressa procurando abrigo para que passasse a noite, se guardando dentro de uma fissura que o tempo havia esculpido em uma árvore gigantesca, a esperar o fim da tempestade, aproveitou para descansar, passou a noite, até que a tormenta se fosse, ficando protegido e a guardo, e enquanto sonhava com as riquezas e tudo que podia conquistar na cidade acabou pegando no sono.
Na manhã do dia seguinte, com sol despontando levantou o homem sonhador, e em um pulo arrumou suas coisinhas na sacola, e tomou seu rumo, depois de caminhar por umas duas horas, percebera alguns estragos feitos com a violência do vento na noite anterior, mas agradecido por estar são e salvo, afinal ele percebera a sorte que tinha ao encontrar aquela enorme árvore que pode se proteger e descansar. Haviam árvores menores caídas, barrancos deslizados e mais a frente notou que o córrego que era um pequeno filete de água estava transbordando e que se ele tentasse atravessar a nado, se perderia na correnteza e provavelmente morreria, mas como passaria agora, pensou o homem, logo lembrou que por antes ser uma pequena linha de água, voltaria futuramente a ser quando a água acalmasse, então sentando-se em um tronco de árvore derrubado com o vento, que estava a beirada do córrego, a esperar que as águas baixassem.
Logo depois do córrego já dava pra avistar a cidade, o homem sonhador ficou ali sentado no tronco daquela arvore, sonhando com a cidade e tudo que poderia conquistar, mas somente depois que as águas baixassem.
Ser uma rocha, resiliente, não é estar inalcançável aos problemas e obstáculos da vida, mas recebendo-os firmes e inabaláveis, e como a água que junto da areia faz atrito, desbastando as arestas, descobrindo assim, que tudo que vem, vem de alguma forma a nos moldar para ser melhores a cada dia.
Há dois momentos do nosso ciclo vital em que não temos o controle e nenhum tipo de decisão, o nascimento e a morte, ora, devemos então ser gratos pelo breve meio do ciclo, no qual controlamos e decidimos o que fazer, aproveite ao máximo esse meio, pois esse pode ser o único que vale a pena a luta.
O caboclo
(Ismael Lima)
Logo antes do sol nascer,
Vejo que um homem acorda, moribundo se arrasta, ao que lo deve fazer,
Escaço de pão, ao serviço se vai,
Com um chinelo em seus pés, o barulho que faz, sempre lhe distrai,
Uma enxada aos ombros lhe pesa como cruz,
-Esse é meu pecado? Se pegunta, o sofrimento em seus olhos o traduz,
No árido sertão, pede a Deus por misericórdia, olhai a um pobre miserável,
Queixoso seus lábios tremem por pão, misérrima detestável.
Um crânio de boi no caminho,
Um urubu que não lhe deixa sozinho,
- Deve estar esperando minha morte,
Diz o pobre caboclo, - Pois esse dia chegará, que sorte.
O sol lhe queimando já a moringa,
A que vida sofrida na caatinga,
Queria por hora ir embora, para a cidade do futuro,
-Vou mudar de vida,diz ele. - Eu juro.
Chega a cidade que lhe dá prazer,
Sorridente, sem dente, sem saber o que fazer,
Vai em busca de um sonho,
Mas volta pra sua terra natal tristonho,
Quem lhe iria queria assim?
Um sofrente, pobre caboclo, burro e sem dente?
Sem eira nem beira volta sozinho e sem dinheiro no bolso, Desacorçoado, pega sua cruz e põe sobre os ombros,
Seu amigo encontra a beira do crânio, aquele mesmo urubu,
-Sorte minha meu amigo quando morrer, diz ele ao carniceiro, Tal que como o diabo lhe cerca como coveiro,
Carpindo até que o sol se ponha,
Já cansado, deita, espera pelo dia seguinte, de sua vida enfadonha.
Um homem sozinho, em uma pequena ilhota, em algum arquipélago desconhecido, É louco, mas feliz, sozinho conversa com sua sombra, Encontrando-se nas respostas, que outros não conseguem lhe dar, Em seu próprio conselho ante a morte, consegue sim viver, Em paz morre sozinho, reciproco de amor próprio, sorridente lhe convém agora dormir.
A atitude de ser humilde não pode ser confundida com se humilhar, ora pois, o único ato que pode ser exaltado é a humildade.
Quando lemos sobre irradiar a positividade ao outros devemos ter uma convicção, sobre a hipocrisia, a irradiação é o reflexo apenas do que você é mesmo, quer transmitir luz? Seja a luz primeiro a si mesmo.
queres amar ao próximo? ame-se primeiro, pois Cristo disse para amar ao próximo como a si mesmo e não ao contrário.
A intensidade empregada na ação produzida, valorizando a vontade e encorajamento de um sonho, o tornando em meta, produz uma força, que tende a voltar com resultado reciproco.
Ismael Lima