Coleção pessoal de idelsonmafra

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⁠O Dilema do Cego e Surdo - Deus é Injusto?

Ao ser abordado por um senhor com um livro embaixo do braço, não hesitei em lhe dar atenção. Ele me dizia que aquela palavra contida no livro era o único meio de salvação, foi então que eu lhe questionei:Deus é Injusto?

Ele com ar de espanto, me disse: Não, jamais! ele é bom.

Então perguntei: Como alguém que nasce sem olhos para ler nem ouvidos para ouvir fará para se salvar?

Um silêncio paira o diálogo, então eu lhe respondi:

Eu acredito que a descoberta de um caminho de iluminação está em seguir a voz que habita o íntimo de cada um, para longe das distrações que nossos olhos enxergam, tampouco das tantas idéias que enchem nossos ouvidos. Eu aprendi que meu caminho está numa árdua tarefa de desprezar o mundo de fora, algo que um cego e também surdo já tem capacidades naturais para se iluminar, pois ainda pode contar com revelações que lhe vêm em sonhos (assim como alguns relatos deste livro que você defende foram inspirados).

Sobre comemorar aniversário:

⁠Convenções sociais passam por cima das leis do universo, logo, comemorar uma coincidência do nosso natalício não me parece genuíno. O sentimento de comemoração é orgânico e muito profundo, geralmente oriundo de um complexo conjunto de fatos encadeados e tendo como produto um resultado palpável e satisfatório. Sobre a regra de não se manter em angústia por muito tempo, pense comigo: Quanto mais tempo neste estado, mais introspecção, o que gera mais convicção sobre aquilo que está em desarmonia. Esta convicção não vem da mente linear, mas de um processo alquímico em seu psicossoma (semelhante a uma lapidação da alma, onde suportar o estado lhe deixará forte). Uma dica é passar pelo estado apenas respirando profundamente sem maiores reflexões, mas deixando a dor corroer e, de forma quase mágica, se a mente não influenciar com atribuições, a angustia tem seu ciclo. Existe uma metafísica nisso, poucos elementos para explicar, mas quem tentar o método pode experimentar algo novo.

O medo é pai do egoísmo e filho da ignorância

O plano terreno é um grande palco de improviso onde o espectador pode encorajar-se a invadir a cena e transformar o desfecho.

Quem escolhe o caminho do conhecimento sofre a dor da incompreenção alheia e, ninguém além de você, sofrerá por isso.

Quem ignora o conhecimento fecha-se no egoísmo das falácias internas nutrindo o próprio ego e quem sofre impotente é o outro.

Mesmo diante de divergências de sermos únicos, quem busca o conhecimento encontra a fraternidade, seja no bom senso e na empatia ou pela consciência de necessitarmos uns dos outros.

A vida é lei, caos e estatística, o que sobra é devaneio humano.

Não te confundas com tua condição. Seja sempre maior que ela. Separe-os e perceba que seus anceios são temporários até que se elucidem, assim como sua condição na medida que atenda seus anceios.

Você é livre pra mentir, mas não escolhe o que vai sentir. Você é livre pra escolher, mas não nunca sabe o que irá colher. Banque as consequências de suas decisões e planos, sem que as pretensões e os devaneios lhe consumam pelo conforto do auto engano.

Indecisão é certeza negada, racionalização. Convicção está para a metafísica, onde o campo das idéias não alcançam.

Talvez seja falacioso discutir igualdade frente a diversidade de culturas e ambições humanas, assim como discutir justiça quando não existem formas reais de reparo a um dano.

Um dos ápices da libertação está no abandonar das próprias convicções

Em tudo na vida, a resposta vem antes da pergunta.

"Não existem pessoas que usam máscaras, existem aquelas que usam tapume nos olhos"

O Fluxo da Vida, seus Afluentes e o Propósito

Apesar do fluxo constante de um rio, seu volume poderá variar
As vezes o período é de cheia, o que pode arrastar alguns galhos
os galhos trancam onde o rio possui gargalos estreitos ou pedras
obstáculos naturais e transformadores da paisagem que lhe abriga

Quando há seca, aproveito para caminhar de pés descalços
sentindo o leito do rio e limpando-o, tirando as folhas e os galhos
entendendo-o muito aos poucos, olhando-o com perícia em suas partes
Algumas tão profundas que com água se fazia impossível enxergar

A natureza é imprevisível, não se pode antecipar
Não podemos prever se haverá cheia ou vazante
nos resta aceitar seu fluxo e sua lei, sempre constante
aproveitando cada momento, pois todos são importantes

A água, em sua leveza consegue polir a mais dura rocha,
Bastando que o tempo e a permanência lhe permita fazer
O Rio traz consigo pedras oriundas de vários locais
Faz e desfaz sua própria história, se transforma mantendo a essência

Tal é o paradoxo que apesar de ter seu fluxo, não conhece o caminho
A água, que é sua composição, perpassa o rio sem saber para onde vai
mas algumas partes desta mesma água já traçaram o mesmo caminho
mas este conhecimento nunca é igual, porque já não é a mesma água

Justo pela sua constância e permanência, nem o próprio leito do rio lhe apraz
pois suas margens mais frágeis, assoreadas pela força, faz a água transbordar

Graças a sua natural fragilidade, o rio ganha novo rumo, uma nova esperança
O afluente que nasce é o novo propósito levando a água limpa a onde não tem

Onde desemboca o rio seria o nosso propósito, grandioso, consciência maior
Parte de nós que faz e se desfaz, ficando cada vez mais limpa ou mais densa
dependendo da fase que está, sendo todas elas importantes para o processo
Nada está tão junto que não separe, nada está tão separado que não se una

Nada é difícil quando a calma nos permite experimentar
Nada é perigoso quando respeitamos sua majestade
Nada é frio o bastante quando adaptamos nosso corpo

Tudo é possível quando não há pretensões temporais a calcular
Tudo é coerente quando não se julga suas fragilidades e leis
Tudo é constante quando se considera o seu funcionamento

Tudo é divino quando entendemos seu propósito

A convicção é a aposta em um sentido inexato, enquanto que a dúvida é a especulação de uma possível direção exata, porém inexistente no contexto.

O que seria a dúvida senão a necessidade de controle das consequências de nossas decisões?

Temos o que merecemos
Merecemos o que sonhamos

Resistente a abandonar aquilo que sinto que sou, concluo que tal apego me leva a loucura. Mesmo disposto a romper-me, tal mudança não alcançaria aquilo que não deve ser mudado, pois ainda não está por todo descoerto.

Hospitais precários devem ser um dispositivo divino que nos convida a pensar melhor antes de ficar doente.

Não queremos enxergar certas coisas, por consequência enxergamos o que não queremos..

Existem 3 ao invés de 2 visões no fato: A realidade, A Fantasia e a nossa Vontade.

Gente sincera não existe, o que existe é gente que percebe a sinceridade.