Coleção pessoal de Hyanjanegitz
Começar o dia lendo as notícias é um ótimo execício, assim lembra-te da decepção que é este mundo. Percebe-se a decadência moral e social, e como não vale a pena fazer grandes investimentos.
Eu não quero saber.
Domingo dia de fim
De findar o que não começou
Passado das noites frias nas cidades quentes
Muros, rios e cores que nunca vi
O que procuramos?
O que procuramos?
Eu não sei e não quero saber!
Eu não sei e não quero saber!
Quem sabe sabe que não deve saber
E quem não sabe não devia querer
Povo cabrestiado em ruas alagadas
Livros rasgados em salas escuras
Sala de vidas passageiras
Vidas esquecidas
Historiadores confusos
Eu não sei e não quero saber!
Eu não sei e não quero saber!
E no final quando amanhecer
Que venha o sol esquentar
Enquanto ele esquenta
Enquanto não há sentido
Perdidos no sinônimo
De mentes vazias
Fazendo perguntas
Sem dias devir
Devaneios da tarde
O teto é meu limite
Meu limite é onde eu quiser
E se não quiser
Não o farei de mim
A vida é meu fardo
A morte minha lembrança
Hoje será passado
E o amanhã dúvida
Luz e trevas são minha sina
O Vazio minha esperança
Tudo e nada passam
Procurando saber o que
As flores já não nascem
Mortos continuam vivos
E eu escrevo sem palavras
Sem saber o que escrever
Ninguém é vazio o suficiente para não possuir seu próprio universo interior, nem profundo o bastante para ser a si mesmo.
Aos Fervorosos Dissimulados
Você não se cansa?
Tão mesquinho
Tão ridículo
Abominável!
Você!
Você que finge “ser bom”
Que se esconde em nuvens
E permite morrerem as crianças por problemas que nem entendem
Você!
Você que é hipócrita
Que dita tuas leis tolas
E prega sua terrível intolerância sobre o tão sublime
Você!
Você que se diz divino
Que finge ser o “bom samaritano”
E estraga o campo de flores com sua oratória
Você!
Você que nunca se provou
Que mata em seu nome
E também manda matar
Você!
Você putrefato!
Bastardo das ciências!
Cadáver do mundo!
Você!
Você cujo cheiro me causa ânsia
Me faz vomitar
E da nojo
Você!
Você não percebe que é o câncer
O tumor neste velho mundo
E a muito doente
Você!
Você que ainda insiste embriaga-lo
Com seu álcool mofado e velho
A fim de matá-lo, pensando fazer
o “bem”
Você!
Deixe-me agora
E deixe também meu mundo!
Ao menos uma vez faça o que fala, dizime-se pelo bem deste mundo.