Coleção pessoal de hugodalmmon
(...) A suas verdades pela metade, o seu bem querer de brinquedo, a sua insanidade inventada, sua esperteza fantasiada de inteligência e sua coragem que finge arder, mas não se vê, apenas atinge a tua alma, a tua vida, a tua casa, a tua rua, o teu carro, teu cabelo, tua dispensa e cada alimento que você ingere. A tua mentira não me culpa. A tua mentira não me cansa. Não me dá vazio, tão pouco me desorienta. Pois é, ainda não é tarde pra você entender que as flores de plástico duram quase uma eternidade, mas não têm vida, cheiro e eu desprezo!
Tudo que eu penso advém de você!
Que mar inexorável é esse que só faz o caos?
Onde devo me esconder do cheiro permeado na memória?
Achei que essa história seria uma visita de fim de tarde,
Mas inerente você disse ir embora quando ficou, na verdade.
Que som é esse que me atormenta quando te vejo?
E que hora é essa que me surpreende de tanto desejo?
Achei que, agora, você fosse de vez para fora daqui,
Mas, insistente você decidi ficar sem a sua permanência.
Que tom é esse que você usa para vingar dentro mim?
E que instência é essa que você mantem mesmo sem um fim?
Tudo que eu penso advém de você!
Sua visita de fim de tarde, sem qualquer aviso,
Decidiu ficar para o jantar.
"A gente se desenvolve pelos campos pouco floridos da sociedade do século XXI, embreando-se nas rachaduras do análogo asfalto cinzento e firme da elite, acreditando que estamos proporcionando uma ruptura. E mesmo assim, saímos ao asfalto da riqueza, entretanto, sem conseguir refrigerar nossos corações, maculando nossas vidas com os gases poluentes da ganância, nos cegando pro que realmente importa, enquanto, ouvimos anestesiados às fábulas otimistas que nos prometem vitória, com o intuito, tão só, de nos criar a sensação de pertencimento e, assim, supostamente nos sentirmos melhores à mesa do jantar. Até que na forja completa, nos guiam a cair tão solenemente numa história de amor. Fazendo-nos acreditar com avidez que esse fruto floresce ao amanhecer."