Só paixão
No final tudo é frio,
no meio tudo é morno,
e no começo tudo é paixão!
O rapaz girava repetidamente os ponteiros do relógio. Ele queria saber do futuro!
Ela andava em círculos, cavava o próprio buraco…
Naquela manhã havia cereal killer no leite, sucrilhos derretidos no sangue!
As Sereias cantavam seus segredos em conchas, todos ouviam, mas só os crédulos podiam entender…
- Transamos antes do casamento, ela disse que nunca tinha visto algo tão grande. Padre, isso é pecado?
- Depende meu filho, deixa eu ver o tamanho da tentação…
Tinha medo da solidão chegar dolorosa, trancou-se no quarto e tomou paracetamol.
O pássaro queria voar livre, não bastava o dono esquecer a gaiola aberta, o pássaro desejava a liberdade concedida…
Ela tentava interpretar os “sonhos”, mas o excesso de “confeitos” atrapalhava ver o “recheio”…
Ele revelava os músculos bem definidos com todo aquele volume escapando das mãos. As moças não paravam de olhar o saco.
Eles despertaram com as peças íntimas trocadas, um com a cueca do outro.
Memorizavam silabicamente o que dizia o pastor, “decoravam-se” de salmos e provérbios…
Havia sangue na parede, no espelho e no lençol, o cara estava com marcas de unha, estirado com a metade do corpo fora da cama… Ela era virgem, pois o quarto cheirava flores. Concluiu a perícia!
Enchia e esvaziava os balões no próprio pulmão, não queria dividir o ar com mais ninguém…
Amores em pedaços, compartilhados à granel… Amores inteiros, diluídos em tabletes, condensados em partículas, defumados pelo céu…
Há quem passe e não perceba meu silêncio, meu perfume, meu humor, meu sorriso, minha distração.
Há quem passe e não Me perceba.
Há quem passe e Eu não perceba.
O que é que há?