Coleção pessoal de Hilanaaraujo
A perda gera medo
Do medo à aflição
Não é sobre ser cedo
É sobre TEMPO de superação
Um segundo passa rápido?
E num "momento" quanto tempo tem?
A cronologia é um percurso mágico
Esperar para se tornar refém?
Uma ocorrência constitui o fato
Já a angústia vem do pensar
Que tudo consiste apenas no seu próprio ato
Ainda pretende protelar?
A mente é uma coisa...
E se pudesse simplesmente ir lá e consertar?!
Não, não estou doida...rs
Me refiro mesmo à um reparo fisico, abrir e depois costurar
O fato é que a desordem não está na própria estrutura
Por exemplo, na perda de uma massa encefálica
Não, não! É uma disfunção inteiramente psicológica, abstração pura!
O conflito interno ocorre como uma mágica
Então...
Para esse ajuste meu caro, terapia!
Para o que se desconhece, coragem!
O racional aparentemente lhe guia
Descodifique a mensagem
Um laudo
Uma perícia
E o saldo?
A morte diagnostica!
Pancadas, lesões, hematomas
Num corpo tão frágil
Impossível não deixar sintomas
Não vou questionar aqui tal atrocidade
Faz mal pra mente e coração
Imaginar detalhes de maldade
Apenas deixo a reflexão
E o estado de alerta também
Que a qualquer sinal de agressão
Corpo e mente só clamam por socorro
Justiça, VEM!
Tenta afetar
O verdadeiro afetado
E no simples ato de direcionar
A suposta ofensa já tem retornado
É um processo inconsciente
Pois não é sobre o que manifesta
O que lhe incomoda é puramente latente
Necessidade de impressionar é apenas o que lhe resta
O teor do que é exposto
Diz muito mais sobre ele
E não executando nada do que foi posto
Lamenta, talvez até merecesse
E o que é mais preocupante...
A necessidade de subentender à sua frustração é tão intensa
Que passa a usar o simbólico como último recurso
Não pensa
Acredite, isso causa uma inquietude imensa
A psicologia pode
A psicologia deve
A psicologia não foge
Psicologia de verdade se atreve
Você se engana ao pensar
Que a nossa arte seja apenas "receitar"
Ou a sua "prescrição' passar
Não, não há receita!
Saia do lugar!
Fico aqui pensando
Como é banal concluir
Mas lhe adianto
Não posso apenas me ajustar
Ao que você pensa existir
E por último, sou ser humano
Muito embora o meu diploma aderi
Minha missão é não ao dano
Independente de tudo...
É na sua saúde mental que irei persistir
O que você cria é o que verdadeiramente te aprisiona?
Há possibilidade de se libertar?
Nada ocasiona
É simplesmente tão natural a arte de se manifestar
É descaso omitir esse entendimento
É em vão protelar
O processo fica lento
Você pode não suportar
É quando aparentes percepções ludibriam
Dando lugar a uma suposta realidade
Os desejos lhe guiam
Aí meu amigo...
O ilusionismo chega, prende, fascina e gera uma sensação de falsa liberdade
Pronto... ocasião perfeita.
Você se perde
E ainda finge que nada aconteceu
Não cede
E nem faz a menor ideia do prejuízo que lhe ocorreu
Sobre esperança...
Ainda criança
Acreditava existir
E mesmo com tanta mudança
Não permito esse desejo ir
Numa folha que cai
No vento que sopra
No dia que vai
Na flor que brota
Sim, nesses pequenos detalhes
A sua presença se nota!
Mas afinal, o que é esperança?
É pensar positivo?
É desejar bonança?
Vamos fazer assim...
Em meio a qualquer definição
Mesmo com tanta aflição
Me faça um favor
Não a perca em vão!
Que tempos!
Tempo esse que não se beija, não se abraça...
Tempo esse que não se estende à mão, que não se toca, apenas passa.
Tempo que se perde, e ao perder não se despede.
Não se aproxima...
Tempo que arrasa, arruina, devasta!
Tempo que leva
E não reanima
Maltrata
Nem nos meus piores pesadelos de menina!
Tempo que mata.