Coleção pessoal de helenopinhal

Se me largo nos meus bolsos
costuro-me com linha forte
e transformo-me em casaco.

⁠calco a relva,
como o ar,
durmo em pé,
sem lá estar

⁠mochila às costas, vida em postas

⁠Duplicar as dores do prazer de ser.

⁠pinga o sol
pia o dia

⁠recordar é amar-me endeusado

⁠estou num prato
duro, ruim
sola sapato
assim assim

⁠Amargos cardos à vontade rolam! Eu, atento, continuo completo, o meu ser sou eu, o meu eu repleto. Distrai de prosa cai no metro. Não acertes. Ponto final de cinco em sete palavras e desmarcas a medida. Isso, escreve suave e sem escala! Digo escrúpulos, folo em júbilos, descrevo formas em cambalhota sem gravidade que me aperte.

tu sem mim
não sou nada
⁠