Coleção pessoal de helena_pereira_1
Nunca admita servir para tapar os buracos da vida de outras pessoas. Não espere que preenchendo os vazios deixados, você terá o lugar merecido. Não se encolha pra caber nos espaços de alguém. Não seja o tapete, não seja a cortina, não seja a vidraça a levar pedradas. Uma pipa dançando em um furacão é isso que são as pessoas que não sabem por que estão ali. Qual a necessidade de fingir ou aceitar um falso afeto? Gentileza gera gentileza, se não recebe em troca não dê e não se arrependa. Ninguém é obrigado a agradar a todos o tempo inteiro. Aquele que só diz sim e concorda com tudo, pode ter a falsidade, a máscara, o medo ou o “tô nem ai”, encobrindo as respostas à maioria das vezes. Não atropele relações, não encurte o tempo, não obrigue momentos, não concorde com tudo, não busque atender sempre as expectativas, pois é maior a probabilidade de frustração. Nenhuma pessoa é forçada a amar o que não se ama, a suportar o que a faz chorar, percorrer caminhos errados, estar onde não é desejado, sorrir ou ser simpático. Não se sacrifique por quem espera seu sacrifício acontecer, para lhe dar “tchau”. Dê o adeus primeiro e siga em frente, com orgulho. De bem consigo mesma. Precisamos, e isso é uma regra, valer muito mais para nós mesmos, sempre. É gratuito se amar!
– Não – disse o príncipe. – Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
– É algo quase sempre esquecido – disse a raposa. Significa “crias laços”...
– Criar laços?
– Exatamente – disse a raposa. – Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
– Começo a compreender – disse o pequeno príncipe. – Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
É preciso viver muito tempo para se tornar um homem.
Entrelaça-se lentamente a rede das amizades e das ternuras.
Aprende-se lentamente. A obra compõe-se devagar.
É preciso viver muito tempo para que a pessoa se cumpra.