Coleção pessoal de guiserafim
ELEITORAL
O debate é um deboche,
Nunca tem nada de novo,
O de baixo nunca sobe,
O de cima nunca soube
Sentir as dores do povo.
PENA DE MORTE
Tenho pena de morte,
De negro, de pobre,
De gente sofrida.
Daqueles que nasceram,
Cresceram e morreram
Sem uma sentença de vida.
Vejo no olhar daquela senhora
Que fora criança outrora
A síntese de uma história
Perene em sua memória
O testemunho de uma geração
Narrado com o coração
Relato de uma cultura
Que hereditariamente perdura
Como se fosse um livro
De olhar tão expressivo
De contos tão interessantes
Que não se abandona na estante
Herói é o idoso
Ser digno de mérito honroso
Compartilha a todo o momento
Seu vasto conhecimento
Um com sentidos debilitados
Que necessita de cuidados
Outro com mobilidade reduzida
Daquele que é veterano da vida
O jovem é coitado
Com seu espírito ousado
E tamanha irreverência
Não conhece o preço da existência
Não sabe que no jogo da vida
O que vale é a experiência.
Reflitamos, ajamos, preocupemos, se quando nossa passagem pela Terra terminar, seremos àqueles que ficaram um ponto final ou reticências...
Um texto clichê
Ah! Como estou farto destes clichês!
É assim todo mês
Estou cansado da mesmice
Parece até insensatez
Por que sempre no final o herói mata o vilão?
Pra que instigar-se entre a "razão e a emoção"?
Daquela casa onde ninguém podia fazer pipi
Jargões que circulam do "Oiapoque ao Chuí"
Dos clichês da hiprocrisia,
da campanha eleitoral
Da promessa de que tudo irá mudar
Chega! Isso é banal
Porém, existem clichês essenciais
Aqueles que não devemos esquecer jamais
Estes temos que repetir todos os dias
Eu te amo cada vez mais.
Compromisso do Arquiteto
Íngreme é o encargo
De ser um arquiteto.
Ultrapassa o que é visível
Nos traçados de um projeto.
E perspectivando formas,
Desperto emoções,
Provoco sentimentos,
Conforto corações.
Fantasiando a luz,
Junto à magia das cores,
Semeio o aconchego,
Aduzo paz e amores.
E arquitetando moradas,
Expresso identidades,
Sintetizo a cultura,
A história das cidades.
Traduzindo as peripécias,
Da nossa vida coetânea,
Sou um reflexo vivo,
Da preciosa arte humana.
Rádio Recordar
Tenho saudades...
Dos tempos que não voltam mais.
Nostalgias da minha infância,
Momentos simples, triviais.
Andar de bicicleta de madrugada
Não te oferecia tanto perigo.
O Rock era ideológico.
As pessoas tinham mais amigos.
Tubaína por cinquenta centavos,
Sodinha por vinte e cinco.
Roupas coloridas só no Carnaval,
E os meninos não usavam brinco.
Celular, tinha só a função telefônica,
E pra distrair, o jogo da cobrinha.
As crianças praticavam mais esportes,
E colecionavam figurinhas.
Orkut suportava doze fotos
E era só para convidado.
Não possuia jogos em Flash,
E não tinha álbum "tudojunto&misturado".
Tenhos saudades...
Lembranças conseguem me entreter,
Lembranças estão por toda parte,
Pois recordar é viver.
O Xadrez para mim.
O Xadrez para mim é como
A lógica para a inteligência
A verdade para a coerência
O arco-íris que a chuva faz.
O Xadrez para mim é como
As cinzas onde a fênix renasce
Um creme hidratante para a face
É como o elixir para os imortais.
O Xadrez para mim é como
A aeronáutica para o brigadeiro
Os Estados Unidos para o mundo inteiro
Jóia rara, a qual não se fabrica mais.
O Xadrez para mim é como
O Ronaldo para o futebol
Bruno Souza para o Handebol
É como um filho para os seus pais.
O Xadrez para mim é como
A água para o copo
É a urna do meu voto
A carta que o mensageiro trás.
O Xadrez para mim é como
O Ash Ketchium para o Pikachu
É como Curitiba para a região Sul
O habitat dos animais.
O Xadrez para mim é como
A presidência para o Lula
A comida para a gula
O tempo para o fulgaz.
O Xadrez para mim é como
A inglesa para o Sunye
É como a Globo para a TV
A fotossíntese para os vegetais.
O Xadrez para mim é como
O grão que o agricultor semeia
O sangue que corre na veia
É como a pomba que simboliza a paz.
O Xadrez para mim é como
O amarelo para Van Gogh
É como você para o meu BLOG
É como a vida para os mortais.
O Xadrez para mim é como
O Xadrez para o Kasparov
É a arte que me envolve
É a luta que me satisfaz.
Desígnios
Te quero intensamente,
Até os próximos mil anos
Pois tu estás presente,
Em todos os meus planos
Mesmo sem coreografia,
Ainda dançaremos na Lua
E o que hoje é teoria,
Será fato ou falcatrua
Junto a ti quero assistir,
O próximo conclave papal
E iremos resistir,
A Terceira Guerra Mundial,
Contigo quero comemorar,
O decacampeonato do Brasil
Ao teu lado presenciar,
Uma nova Chernobil
E na tua companhia,
O cometa Halley conhecer
Dedicando-te poesias,
Um best seller escrever
Tu estás presente,
Em todos os meus planos
Pois te quero intensamente,
Até os próximos mil anos.