Coleção pessoal de Grandes-textos
Ele se chamava Fernando,e ela, coincidentemente,Fernanda.
A cinco anos atrás, eles se conheceram,quando ela se mudou para uma casa ao lado da dele.No começo,ele só à observava,pois do quarto dele,dava pra ver o dela.Depois de semanas a observando,ele foi falar com ela,já que eles dois eram da mesma sala na escola.Poucos dias depois da primeira conversa deles,já erammelhores amigos,inseparáveis,faziam tudo juntos,quem via de longe pensava que eles eram um casal.Eles não tinham nenhum segredo,todos os dias ,quando voltavam do colégio ,eles paravam no parque para sentarem e contar todos seus segredos,vontades,sonhos e desejos.Mas tinha uma coisa,que Fernanda não o deixava ver:Seu diário. Fernando não entendia o porquê disso,às vezes tentava descobrir o que ela escrevia ali toda noite,mas preferia deixa-la livre,e mostrar para ele quando desse vontade.Fe,-como ela gostava de chama-lo- a tratava com o maior carinho possível,o que deixava Nanda -como ele gostava de chama-la-,vermelha,ela não conseguia conter o enorme sorriso quando ouvia Fe dizer que ela era linda,ou que ela era a pessoa mais importante na vida dele,e ele,não conseguia controlar aquela sensação de borboletas no estômago,quando ela o abraçava forte,e sussurrava o quanto ele era importante ,e que nunca o deixaria,nunca. Estava na cara que ele amava,e ama Nanda como nunca amou ninguém. E estava na cara que Nanda sentia o mesmo. Pena que nenhum dos dois conseguiam perceber isso.
Os anos se passaram e agora está Fernando,sentado no banco do parque onde sentava com Fernanda todos os dias,estava chorando silenciosamente ,sentindo falta de sua Nanda.Mas porque saudades? Será que Fernanda se casou com outro homem,e esqueceu seu Fe? Ou será que simplismente ela foi embora ,sem levar Fernando junto a ela? Nenhuma das alternativas. Nanda tinha falecido,no dia do aniversário de seu Fernando.Ele mesmo viu a morte de sua amada. Ela estava indo abraça-lo ,quando um carro a atropelou quando Fernanda foi atravessar a rua.
Ainda chorando,Fernando fala olhando para onde Fernanda se sentava,com a esperança que ela estivesse ouvindo,e ele podia sentir que ela estava ali,então,ele começa a falar.
”Fernanda,minha Nanda,será que ainda lembrastes de mim? Se não lembra,vou tentar clarear tua mente;Eu sou seu Fe,aquele que voltava da escola contigo todo dia,aquele que te chamava de linda todo dia,que sentia ciúmes de seus amigos,sou aquele homem que te amou,desde a primeira vez que viu você.Me desculpe amor,me desculpe por não ter cuidado de você como eu deveria,me desculpe por ter sido um idiota por te amar esse tempo todo e não lhe dizer,mas eu tinha vergonha,como você iria querer um cara como eu? Me desculpe,e mesmo que você não esteja mais nesse mundo,eu irei te amar,te amarei de segunda à segunda,de janeiro à janeiro.
Logo depois que ele acaba de dizer a última letra ,vem a mãe de Fernanda em sua direção,quando chegou mais perto,o puxou pela mão,e falou para ele ir ver uma coisa que Fernanda guardava,que tinha achado hoje,o único dia que teve coragem de entrar em seu quarto depois de sua morte.Então,ele foi,quando entrou no quarto,veio todas as lembranças das noites que tinha passado naquele quarto,assistindo filmes e comendo pipoca com Nanda,então,logo foi em direção ao guarda-roupa,que estava aberto,lá,tinha seu diário,com um bilhete na frente,escrito:
”Para meu querido Fe,feliz aniversário” ,então,ele abriu,e na primeira página,tinha vários corações desenhados,com seu nome em meio deles,ele virou a página,e começou a ler:
”Fernando,nunca deixei você ler esse meu diário pois sentia vergonha,eu sei que você nunca vai me ver mais como amiga,mas hoje é o dia que eu quero que você saiba de tudo que eu nunca tive coragem de lhe dizer,mesmo quando nós contávamos todos nossos segredos naquele banco do parque. Eu vou entender se você não gostar de mim como eu gosto de você,mas eu só queria que você soubesse,que eu sempre cuidarei de você,mesmo que você não saiba.”
Ele chorava ainda mais,e com tantas coisas para pensar ,ele pensou: Eu sou um idiota mesmo,ela partiu,e eu não disse que a amava,e nem consegui ouvir o ”eu te amo” de Nanda. Então,com um calor de 40 graus lá fora,as cortinas da janela se balançaram,e um vento aconchegante entrou,e Fernando só ouvira um sussurro que dizia: Eu te amo.
-diário encontrado após 5 anos de sua morte-.
Bruna tinha 16 anos quando conheceu Pedro.Foi amor à primeira vista.Bruna toda noite escrevia sobre as coisas que considerava importante,como tinha esquecido seu caderno em sua antiga casa,foi comprar outro. Com o caderno em branco,a primeira coisa que escreveu foi sobre Pedro.
Meses se passaram ,e Pedro a pediu em namoro.Eles eram daqueles casais que dava inspiração,daqueles casais clichês,que eram mais que namorados,eram melhores amigos.
7 anos depois,Pedro e Bruna se casaram.Continuavam perfeitos um para o outro,o amor ainda vivia ali,mesmo depois de tantos anos.Depois de 2 anos de tanta felicidade,a tristeza veio visitá-los,e para a infelicidade de Pedro,levou Bruna com ela. Bru tinha sofrido um acidente de carro quando voltava da casa de sua antiga e melhor amiga,Gabriela.
No enterro de Bruna,Gabriela entregou o diário de Bruna,que esquecera em sua casa no dia de sua morte.
‘’Tome,fique com isso –disse Gabriela entregando o diário de Bru-,ela disse que finalmente teve coragem de entregar-te,ela escreve aqui desde o os 16 anos,tem poucas páginas escritas,mas tem bastante palavras bonitas ‘’
Pedro entrou em depressão,não fazia nada além de chorar,até dormir era difícil naquelas condições,afinal,ele perdeu o amor de sua vida,e não há buquê de flores que a trouxesse de volta para seus braços.
As lembranças o atormentavam,as noites que passavam acordados ,falando coisas banais e rindo,os passeios,as viagens,momentos felizes que nunca mais viverão,masfinalmente,veio uma lembrança que podia salva-lo dessa dor ; Ele lembrou no dia em que eles estavam vendo as brilhantes estrelas na varanda de casa,lembrou que ela dissera exatamente as seguintes palavras: ‘’Ei Pepo,caso eu morra antes de você,quero que tu chore por alguns dias,mas só por alguns dias,depois,sorria,pois se você sorrir,eu também sorrirei.Serei mais uma estrela à brilhar no céu negro,e de vez em quando,vá me visitar’’
Pedro deu um leve sorriso em meio as lágrimas,e pela janela do seu quarto,viu uma estrela brilhar mais forte. Ele levantou,lavou seu rosto,fez a barba,comeu um sanduíche,assistiu um pouco de TV,e foi dormir tranquilamente pela primeira vez em dias.
5 anos depois,conseguindo viver novamente,sorrindo,e visitando Bru todas as noites,Pepo lembra do pequeno caderno que Gabi lhe entregou no enterro de sua amada,e decide lê-lo.
‘’ 27 de fevereiro de 1996.
Hoje conheci um garoto,ele se chama Pedro.Ele é loiro,olhos castanhos claros,alto e é engraçado.Ah,e não posso deixar de citar: Ele tem o sorriso mais lindo do mundo.
14 de março de 1996.
Hoje é o melhor dia da minha vida.O Pedro,me pediu em namoro,ele me deu flores e falou as seguintes palavras: ‘Bruna,desde o dia que eu te conheci,tive vontade de colar seu lindo sorriso no meu,é que… é que eu te amo,e não poderia viver sem você. Você.. você que namorar comigo?’’
Eu realmente o amo.
6 de junho de 2003,às 4:30 da madrugada.
Estava arrumando minhas coisas e encontrei meu velho diário,então,decidi relembrar os velgos tempos,e escrever uma coisa que considero importante: Hoje eu me casei,me casei com o homem mais perfeito da face da terra,isso mesmo,com o Pedro. Agora,ele está dormindo em nossa cama,e continua lindo como sempre.
É,eu realmente o amo mais que tudo nesta vida. ”
Pedro chorava novamente lendo as palavras de sua pequena,ele pegou uma caneta,e escreveu na ultima folha do antigo diário:
‘’Bom,agora é a minha vez de escrever.
27 de fevereiro de 1996.
Hoje eu conheci uma garota,ela tinha o cabelo castanho e o sorriso mais lindo do mundo.Ela se chama Bruna,e prometo à mim mesmo,que um dia casarei com essa linda moça.
14 de março de 1996.
Hoje finalmente tomei coragem,e me declarei pra Bruna,eu a pedi em namoro,e ela aceitou. É o dia mais feliz da minha vida.
Eu a amo demais.
6 de junho de 2003
Hoje me casei.Me casei com a mulher mais incrível e perfeita do mundo.Cumpri minha promessa que tinha feito quando a conheci,e não me arrependo nem um pouco,pelo contrário,foi a melhor coisa que eu já fiz na vida. Eu realmente a amo mais que tudo.
Pedro sentia que iria morrer,ele tinha certeza,não conseguia mais acordar e não ver sua Bru ao seu lado,então,antes que fechasse seus olhos para um sono eterno,continuou escrevendo:
30 de novembro de 2007.
Hoje,eu morri. Morri por ser incapaz de viver sem meu grande amor.Pude sentir a morte vindo,meus olhos vão fechando querendo não abrir nunca mais,mas não senti medo,depois da morte da Bruna,não senti mais medo da morte,pois sabia que quando eu morresse,iria encontrar minha Bru novamente,e é isso que farei agora,estou indo pro céu,virar mais uma estrela à brilhar,junto de meu amor.”
Uma lágrima caíra quando a moça passou naquela rua com um tapete de folhas caídas no chão.A moça chorara pois essa era a mesma rua lhe dava felicidade.Dava.Era o que mais a entristecia,pois está no tempo passado.Aquela era a rua que ela conheceu seu grande amor,que agora,é o tormento de sua vida.A moça foi usada.Usada como curativo para tapar as feridas antigas daquele homem,e depois que ele estava forte novamente,a deixou aos prantos,machucada e sangrando.Já não era a primeira vez que isso acontece com essa moça.Não sei como ela não se cansa disto;de se apaixonar,sofrer,e ser deixada pra trás.Talvez seja porque ela é fraca demais para ter ódio em seu coração.Então,a moça olha e segue em frente,passa por aquela rua sem derrubar uma lágrima sequer,e promete para si mesma,que esquecerá o homem que só a usou,e que arrumará um que a faça feliz,e que não a use como curativo.Mais um sinal que a moça não tem ódio em sua essência; ela não busca por vingança,não procura fazer alguém de curativo para as antigas feridas dela,e sim busca a felicidade.
Tempos depois la estava ela. Novamente se apaixonando ,mas dessa vez,foi diferente. A moça finalmente encontrara o homem certo. Ele a fazia feliz,a tratava bem em vez de usa-la como curativo para as feridas antigas. Ela encontrara seu clone em versão masculina;um homem que tinha amor em vez de ódio no coração, que preferia se machucar à machucar os outros. ‘Sempre há alguém que vai vir e nos salvar’, ela sempre dizia, e de tanto esperar, veio. Depois de saber da história desse moça que tanto apanhou do amor, passo a acreditar nele, pois quem diria, que essa mesma moça estaria com um sorriso no rosto agora, e dizendo ’ eu aceito’