Coleção pessoal de Gleyciane

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⁠Cheguei à conclusão de que nada acaba; apenas encontra uma nova maneira de existir.

⁠Eu quero viver.
Quero o dia, o pôr do sol,
A praia, o mar, o camarão,
O suco de abacaxi com hortelã.

Quero o avião, as nuvens, as luzes da cidade ao aterrizar, a noite, a lua cheia,
Novas paisagens, novos cheiros, novos sabores, novas risadas.
Quero a estrada, o acelerador, cabelos ao vento, a música.
Quero o gramado, o cheiro de terra molhada, o milho verde, o bolo de fubá,
A serra e o frio.

A loucura de São Paulo,
A alegria do Pará,
A intensidade de Brasília,
A extravagância de Las Vegas,
O luxo de Dubai,
O capitalismo da China,
O bom gosto francês,
A astúcia italiana,
A responsabilidade japonesa,
A inovação coreana,
A boemia artística.

Eu quero o tudo e o nada,
O luxo e o simples.
Quero viver.
Quero estar aqui e ali,
Fazer isso e acolá,
Depende do momento,
De como me sinto.

Só quero ser inteira em fragmentos.
É pedir muito? Só quero o direito de escolher.

Às vezes ⁠a gente volta pra esquecer.

Carta Aberta

Encontrei alguém à sua altura,
Um ser envolvente, sedutor, quase mágico,
Habilidoso no jogo do amor,
Sem pressa, aprecia cada movimento,
Como um artista que pinta com calma.

Ele instiga meu riso espontâneo,
Desperta em mim a criatividade adormecida,
Me inspira a escrever,
Mas, oh, como é diferente!
Uma nova melodia em um antigo compasso,
Com reciprocidade que flui como um rio.

Admiro sua habilidade culinária,
Pois, embora cozinhe mal,
Esse pequeno erro é um charme,
E permite que eu brinque,
Implicando com leveza,
Como um dançarino que desafia o parceiro,
Uma dança onde o controle se transforma em jogo.

É uma luta sutil pelo poder,
Sem brigas, apenas risos e desafios,
Uma colaboração onde dominador e submisso,
Dançam em um ritmo equilibrado,
No zero a zero e um a um,
Onde cada passo é diversão,
E cada olhar, uma promessa de mais.

Neste novo capítulo,
A vida se desenha com cores vibrantes,
E a saudade que você deixou,
Agora se torna um eco suave,
Uma lembrança que ainda dança,
Enquanto sigo este novo caminho,
Com alguém que me faz sorrir,
E me convida a explorar o inexplorado.

Ele conhece os trilhos que sonhávamos juntos,
Isso me fascina, um mistério a desbravar.
Seu cabelo é longo, seu olhar, forte e marcante,
Como um modelo belíssimo, um quadro em movimento.
Quero pintar as curvas do seu corpo,
E cada riso seu me faz morder os lábios,
Uma mistura de desejo e leveza,
Enquanto descubro novas paisagens,
Com ele, na dança do amor,
A vida se transforma em uma obra-prima.

⁠As superfícies têm suas belezas, mas não me atraem tanto quanto as profundezas.

⁠Por mais que a porta da gaiola esteja aberta e outros pássaros a convidem para voar, ela ainda espera por aquele que a faria voar, até mesmo sem asas.

⁠Outras te amarão, te desejarão, se entregarão em seus braços, mas posso te garantir: nenhuma te enxergará como as lentes dos meus olhos.

Jamais te sentirão como minha alma, te desejarão como minha pele; minha mente incendeia, inquieta, um fogo que queima e arde em brasas, que não se apaga, não se acalma e só se propaga.

Nenhuma outra pulsará, abrindo a boca, suspirando, sentindo, degustando cada gesto, cada toque, cada prazer; fechando e abrindo os olhos, revirando-se em delírios, escorrendo quente entre as coxas.

Nenhuma outra sentirá o coração acelerar só de imaginar tua chegada; nenhuma outra terá os fetiches, as fantasias mais profundas que posso te proporcionar. Porque, em teu corpo, os vermes também comerão, mas do que posso te dar, ah, isso só eu sei dar... dar.

⁠A química que você despertou em mim supera a biologia da física,
Anda com mais fome do que a própria fome,
E tem sede de algo quente que ultrapassa o calor da cidade de Belém do Pará
O calor que me envolve só não é mais gostoso
Do que a gente no ar-condicionado, embaixo do lençol.
Mas essa saudade está pior que o ar de São Paulo,
Impactando mais do que o impacto ambiental.
Você sabe bem: energia limpa é o que você faz com a minha mente.

Volta e vamos transcender a tecnologia; fazer amor ao vivo é melhor que por telepatia.

⁠Talvez não sejamos um loop infinito, e sim, sejamos reticências…

⁠Assim como sinto o calor desta terra queimar,
O asfalto derretendo sob meus pés inquietos,
Também sinto esse calor em mim pulsar,
Um fogo interno que consome meus segredos.

Meu corpo, em meio à multidão,
Se contorce, buscando seu toque particular.
As luzes piscam, neon contra o crepúsculo,
Espelhando o tremor elétrico em minhas veias.
Os suspiros que saem de forma espontânea sussurram seu nome.

Silenciosamente aguardo por sua presença,
Sou um oásis de desejo demasiado nesta metrópole de milhões,
Como um sorvete de baunilha que escorre derretido em meus lábios,
Esperando que sua pele acalme minha sede.
Pulsando, queimando, suspirando, ansiando por seu carinho, a incontrolável chama é como um caos de buzinas e faróis, ecoando a imagem da sua terra de gigante em concreto armado, largo, profundo e rígido em minha mente, um vulcão prestes a entrar em erupção num mar de pedras, sou uma ilha de emoções contida neste calor urbano.

⁠Retornar ao lugar que outrora nos causou dor é como andar no caminho escuro e deserto, imerso em temor e agitação. É uma jornada repleta de incertezas e obstáculos, que nos faz reviver traumas e angústias já enterrados.

Ser solitário durante toda a jornada da vida não é senão um fardo a ser carregado, dia após dia. Não haver uma mão amiga que possa oferecer amparo e conforto quando a fadiga nos consome é uma provação que nos faz sentir como soldados em constante estado de alerta, numa guerra sem fim.
Essa solidão agonizante pode nos consumir e deixar cicatrizes profundas.

⁠Você já viu alguém apagar um vulcão? Aposto que não. O vulcão pode até adormecer por um tempo, mas ele sempre volta a acordar, e quando acorda, quem pode detê-lo?

⁠De todos os sentimentos que os seres humanos possam experimentar, devem fugir demasiadamente da culpa, pois ela os leva a uma prisão perpétua, de difícil escape.
O único capaz de combatê-la é a fé; quando a encontrar, agarre-a e fuja sem olhar para trás.

A religião pode
ser uma prisão que o indivíduo
aceita voluntariamente, acreditando
estar sendo livre.

⁠O tempo é um artista completo.

⁠Você é a contradição em mim,
Esse contraste que me arrepia a alma e me deixa molhada,
Que me arruma e me bagunça,
Uma dança entre amar e odiar.

Quero tudo e quero nada,
É o desejo de me entregar,
Viver essa paixão que me alucina,
Que me ilumina e me arranca do chão.

Ao seu lado, não importa a hora,
Se é dia ou noite, a qualquer momento.
Quero parar o tempo, como uma fotografia,
Te quero hoje, amanhã e para sempre.

Não sei se é pra viver pra sempre,
Ou se são só lindos momentos,
Mas eu só sei que te quero,
Gravados em nossas memórias.

⁠Você e eu: Eu gosto, mas não sinto.
Eu e ele: Eu sinto, mas não gosto.

⁠Meu corpo arde em chamas por ti,
É um fogo que me consome sem queimar.
Minha mente te sente sem o toque de tuas mãos,
E meu desejo por ti cresce como um leão voraz e sedento.

Sua voz é brasa que incendeia minha alma,
Quero sentir-te dentro de mim,
Percorrendo meu néctar como o mais suave dos rios.

Teus dedos são navegadores explorando o mapa secreto de minha pele,
Só tu tens o dom de acender meus instintos mais sacanas.

Contigo, conheço o ápice do êxtase,
O tempo pausa para o espetáculo que é nossa conexão.
Nossas energias vitais se entrelaçam em um emaranhado contínuo de fogo e luxúria.

⁠Teu corpo é um labirinto onde me encontrei e me perdi,
Deslizei meus dedos, tua pele com ternura percorri,
Cada sinal, cada traço, até o sinal na orelha direita,
Cada olhar, cada gesto, teus lábios tremem quando palavras estão presas na garganta e não querem ser ditas,
Teu sorriso solto se revela quando verdades são ditas por outros,
E quando discordas de algo, inicias tua frase com um "ô...",
Sim, memorizei cada detalhe de ti,
No silêncio das tuas palavras, soa o choro de uma guitarra,
Em cada acorde uma dor calada, um eco de sombra e luz,
Em cada pausa, um suspiro, nas entrelinhas que não vemos,
Nas paredes da sala, a assinatura dos teus gritos, infelizmente, em mim,
Tu enxergaste a carne, enquanto eu vi a tua alma,
Houve uma trava, um código errado, acesso negado,
Mas tuas digitais permanecem em mim, incrustadas.

⁠Com você, descobri um "eu" que não sabia que existia; com ele, sou apenas "eu".