Coleção pessoal de gilouise

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Temos a arte para não morrer da verdade.

Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.

Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.

As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras.

O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.

Tenho fases, como a Lua; fases de ser sozinha, fases de ser só sua.

Epigrama n. 2

És precária e veloz, Felicidade.
Custas a vir e, quando vens, não te demoras.
Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo,
e, para te medir, se inventaram as horas.

Felicidade, és coisa estranha e dolorosa:
Fizeste para sempre a vida ficar triste:
Porque um dia se vê que as horas todas passam,
e um tempo despovoado e profundo, persiste.

Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.

Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância.
O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.

Quem me rouba a honra priva-me daquilo que não o enriquece e faz-me verdadeiramente pobre.

Algum desgosto prova muito amor, mas muito desgosto revela demasiada falta de espírito.

É um amor pobre aquele que se pode medir.

O pensamento é escravo da vida, e a vida é o bobo do tempo.

Só os mendigos conseguem contar as suas riquezas.

O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém.

Aquele que gosta de ser adulado é digno do adulador.

Humildade

Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.

E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.

Quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação.

Quem sabe um dia

Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!

Vento

Pastor das nuvens.