Coleção pessoal de gbilhalva
se acalma, vai
dartudo certo !
já tivemos aqui outras noites
então para que se machucar?
apenas levante
e pare de chorar
NÃO: JÁ NÃO FALO DE TI
Não: já não falo de ti, já não sei de saudades.
Feche-se o coração como um livro, cheio de imagens,
de palavras adormecidas, em altas prateleiras,
até que o pó desfaça o pobre desespero sem força,
que um dia, pode ser, parece tão terrível.
A aranha dorme em sua teia, lá fora, entre a roseira e o muro.
Resplandecem os azulejos- e tudo quanto posso ver.
O resto é imaginado, e não coincide, e é temerário
cismar. Talvez se as pálpebras pudessem
inventar outros sonhos, não de vida...
Ah! rompem-se na noite ardentes violas,
pelo ar e pelo frio subitamente roçadas.
Por onde pascerão, nestes céus invioláveis,
nossas perguntas com suas crinas de séculos arrastando-se...
Não só de amor a noite transborda mas de terríveis
crueldades, loucuras, de homicídios mais verdadeiros.
Os homens de sangue estão nas esquinas resfolegando,
e os homens da lei sonolentos movem letras
sobre imensos papéis que eles mesmos não entendem...
Ah! que rosto amaríamos ver inclinar-se na aérea varanda?
Nem os santos podem mais nada. Talvez os anjos abstratos
da álgebra e da geometria.
o quarto se esvaziou,
e não há espaço para nós
iremos abrir
novamente as janelas
ver que depois da tormenta,
a cerejeira ainda está lá,
resiliente aguardando
o retorno da primavera
mas, não se culpe, tentar e tentar, foi o que mais fizemos nesse tempo, lembra quando me ligava as madrugadas? pedíamos para que a segunda chance batesse em nossa porta, e a superação viesse nos abraçar, como éramos em acreditar, que apenas uma desculpa, pudesse nos salvar.