Coleção pessoal de garotafelllings
A arte de morrer,
é morrer aos pedaços,
e viver de escassos,
tentar se encontrar,
e se perder,
achar o caminho
em alguém,
que por fim,
lhe acha um ninguém.
Para que ser normal se podemos ser loucos? A loucura engana, ilude e muitas vezes destrói, mas traz felicidade. Um homem muito sábio uma vez disse que o amor nos leva à loucura. Tive que discordar, afinal apenas os mais loucos são capazes de amar. Então, por favor, diga-me que vivemos em um mundo de loucos, onde a lucidez é indagável e a normalidade inaceitável.
A vida parece gostar bastante de ser uma caixinha de surpresas, e eu por sinal odeio surpresas. Quando a gente acha que ta entendendo tudo, começa a se perder… E o legal é que quando se trata da vida, é que nela, nunca ninguém esta disposto a tentar te encontrar.
Eu ficava confusa, me sentia uma intrusa, eu só queria desaparecer. Não entendia o porque de uma pessoa me fazer tão mal, pudesse me fazer tão bem, com ele eu sentia frio, eu me sentia quente. Eu tentava dar um sorriso, até ele estragar tudo, mas porque diabos horas depois lá estava ele tentando me fazer sorrir? A minha vida nunca esteve tão confusa, tão difusa. De um lado eu rezava para que ele ficasse longe, afinal, eu tinha amor próprio! Mas porque será então que toda vez que eu colocava um pé para fora do apartamento, lá estava eu imaginado mil lugares onde poderia encontra-lo? Eu disse que ia desistir, mas eu também nunca fui muito de tentar, sempre gostei de deixar tudo como está. Sou comodista, uma grande artista da preguiça, falo mais que faço, e faço menos do que preciso. Eu que sempre fui considerada a grande contradição, a pura confusão, e me deparei logo com um campeão dessa colocação. Já cogitei a possibilidade de uma continuação, afinal o dia e a noite fazem parte do mesmo mundo, porque eu e ele não? Eu já tentei de tudo para me desfazer, mas de tudo eu consegui menos de você… Eu me perguntava qual era seu problema, você dizia que era eu, e eu não entendia, tudo que eu fiz foi fingir que existia. E ta aí o problema, eu sou um dilema, uma inconstante, enquanto você sempre tão certo e tão distante. Criticava até a caneta que eu escolhia, dos filmes, livros e tudo que eu dizia. Roubava minhas coisas, roubou até a mim mesma. Eu já disse, não toque em mim! Eu já disse se afaste! Faz parte. Tudo faz parte. Lamento pelo seu estado, lamento pela sua loucura. Lamento por sua personalidade invasiva, e por seu critério existente, lamento por mim, que fui me sentir confusa logo por um cara que tinha uma personalidade tão difusa. E não fique achando que eu lamento de tudo por você, afinal eu te dei tudo, e você, não me deu nem um terço do que eu merecia ter.
Se não preservar a natureza, o homem estará atentando contra sua própria existência, e no fim acabara lutando de forma bruta contra sua própria sobrevivência. Mas o que é existir? É estar presente de forma onisciente? Ser de fato uma pessoa consciente? Nos dias atuais, é muito fácil se ver tanta argumentação e especulação a favor da tão clamada natureza, afinal como o homem poderá resistir a tanta beleza? É normal desmatar e não devolver, matar animais inocentes, esquecer-se dos gases poluentes e jogar lixo nas ruas. É mais normal ainda, ignorar aquele lixo na calçada, fingir que passou e não viu nada. Ignorar o lixo na calçada o torna tão culpado quanto o dito cujo que jogou o lixo no lugar errado. Reciclar é só um passa tempo, para muitos até perda de tempo, e nunca vai ser uma obrigação, necessidade até então. Mas afinal para quê manter as florestas na Av. Paralela? É tudo para nossa sobrevivência, totalmente aceitável, afinal achar que está fazendo o certo, não te torna nunca errado. E o mais irônico de tudo é que o homem destrói a natureza na justificativa de garantir sua tão clamada existência, e a natureza luta para sobreviver com o objetivo de garantir ao homem a sua sobrevivência.
“Em frente, siga em frente e enfrente. Seja e esteja. Aconteça, mude, apareça e desapareça. Ouça, fale, se lembre de esquecer, faça acontecer. Ultrapasse, seja ultrapassado, fique para trás, mas nunca seja deixado de lado. Ande, não, corra! A vida não doa tempo, nem discernimento, a cada acontecimento, permaneça correndo, seja o movimento. Esteja um passo a frente, um quilometro há distante, e se pensar em voltar para trás, esqueça do velho rapaz, foque na sua paz. Na verdade ignore a. Ignore a paz, vida é muito mais perspicaz com a loucura seguindo atrás. Seja louco, não mas não tolo. Abrace a loucura, deixe de lado a amargura, beije o amor, e o rancor? Separe-se do rancor. Sinta e se não sentir finja que esta sentindo, as maiores verdades começam das menores mentiras. Envelheça sem medo, o sábio, o segredo. Esqueça essa história de dormir, o bom da vida é estar sempre acordado. E se você cair no sono? Bom, a gente da um jeito e te acorda.
Eu morro a cada decepção, a cada mentira, a cada pessoa que me abandona. E vou continuar morrendo até levarem a última parte de mim. Porque morrer é assim, um processo longo que merece ser estudado. A gente começar a morrer a partir do momento que nasce, a gente morre quando criança, nossa mãe não nos deixa colocar na boca aquele brinquedo tão interessante. Morremos a espera, morremos de esperança, morremos de amor, morremos de dor. A gente morre quando percebe que a vida não era e nunca vai ser o que pensávamos, a gente morre com a mudança. A gente morre quando cresce, morremos quando se envelhece. Quando estamos jantando à espera de um prato que nunca vem. Morremos quando percebemos que ser apenas você mesmo não é o bastante. A gente morre na calçada enquanto andamos sempre na mesma direção, sabendo que tudo na vida que vira rotina, morre em vão. Morremos toda manhã ao acordar e perceber que quem nos queríamos ao nosso lado não está lá, morremos ao café da manhã, nossos ovos hoje estão podres, morremos ao ver que o do vizinho não. Morremos sem querer, morremos de propósito. Morremos em partes, e repondo essas partes que morremos de novo. Nada voltará a ser o que já foi um dia, morrer querendo ou não te torna mais vivo. Estamos gradativamente morrendo. Se perdendo em partes, vivendo de escassos, caindo aos pedaços. Eu morri uma vez. Hoje nasci de novo, e amanhã voltarei a morrer. E vou continuar morrendo até levarem a última parte de mim.