Coleção pessoal de Garbix

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Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.

Posso resistir a tudo, menos à tentação.

If you are not too long, I will wait here for you all my life.

Minha Pátria é minha língua. Pouco se me dá que Portugal seja invadido, desde que não mexam comigo.

Parem os relógios
Cortem o telefone
Impeçam o cão de latir
Silenciem os pianos e com um toque de tambor tragam o caixão
Venham os pranteadores
Voem em círculos os aviões escrevendo no céu a mensagem:
"Ele está morto"

Ponham laços nos pescoços brancos das pombas
Usem os policiais luvas pretas de algodão.

Ele era meu norte, meu sul, meu leste e oeste.
Minha semana de trabalho e meu domingo
Meu meio-dia, minha meia-noite.
Minha conversa, minha canção.

Pensei que o amor fosse eterno, enganei-me.
As estrelas são indesejadas agora, dispensem todas.

Embrulhem a lua e desmantelem o sol
Despejem o oceano e varram o bosque
Pois nada mais agora pode servir.

Escrevia silêncios, noites, anotava o inexprimível.
Fixava vertigens.
Criei todas as festas, todos os triunfos, todos os dramas.
Tentei inventar novas flores, novos astros, novas carnes, novos idiomas.

A gaveta da alegria
já está cheia
de ficar vazia

Saber exatamente qual a parte do futuro que pode ser introduzida no presente é o segredo de um bom governo.

O homem só envelhece quando os lamentos substituem seus sonhos

Quando o sábio aponta para as estrelas, o idiota olha para o dedo...

Se o vento soprar de uma única direção, a árvore crescerá inclinada.

Roube ainda hoje! Amanhã pode ser ilegal.

Jamais diga uma mentira que não possa provar.

A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.

Melhor morrer de vodca que de tédio!

O coração tem domicílio no peito.
Comigo a anatomia ficou louca.
Sou todo coração.

A FLAUTA-VÉRTEBRA

A todas vocês,
que eu amei e que eu amo,
ícones guardados num coração-caverna,
como quem num banquete ergue a taça e
[ celebra,
repleto de versos levanto meu crânio.

Penso, mais de uma vez:
seria melhor talvez
pôr-me o ponto final de um balaço.
Em todo caso
eu
hoje vou dar meu concerto de adeus.

Memória!
Convoca aos salões do cérebro
um renque inumerável de amadas.
Verte o riso de pupila em pupila,
veste a noite de núpcias passadas.
De corpo a corpo verta a alegria.
esta noite ficará na História.
Hoje executarei meus versos
na flauta de minhas próprias vértebras.

A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo.

Eu sou contraditório, eu sou imenso. Há multidões dentro de mim.

O homem é um animal racional que perde sempre a cabeça quando é chamado a agir pelos ditames da razão.