Coleção pessoal de Gamorim99

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As Dores que Escolhi Carregar

Dizia que me amava, mas amava como quem repete um verso decorado, sem sentir o peso das palavras. Amava a ideia de me amar, mas não a mim. Porque, na prática, eu me deixava para depois. Quando choveu, encarei as gotas sem guarda-chuva, aceitando o frio como se meu corpo não merecesse abrigo. Quando a febre me queimou, deixei que ela ardesse, porque gastar com remédio parecia um capricho supérfluo.

E os sapatos que me feriam? Caminhei com eles, como quem carrega um fardo invisível, fingindo que a dor era pequena. Porque, no fundo, acreditava que suportar as feridas fazia parte de existir, fazia parte de ser eu.

Mas o que mais me machucava não era a febre, nem os sapatos. Era o silêncio que guardava quando alguém me feria. Eu calava e, pior, tentava compreender. Tentava justificar os golpes que recebia, como se fosse justo aceitar ofensas, palavras ríspidas e gestos que me cortavam. Perdoava antes mesmo que me pedissem perdão, carregando culpas que nunca foram minhas, tornando-me um depósito para dores que não me pertenciam.

Hoje, olhando meu reflexo, não vejo apenas um rosto marcado pelo tempo. Vejo uma pergunta que ecoa: o que é, afinal, esse amor que digo ter por mim mesmo? Será que amar-me é só esse hábito vazio, essa rotina de sobrevivência? Ou será que amar-me é algo maior, mais profundo?

Talvez amar-me seja o gesto simples de abrir o guarda-chuva na tempestade, de trocar os sapatos que me machucam, de tratar minhas feridas com o cuidado que sempre ofereci ao mundo. Talvez seja entender que minha dor também importa, que meu coração merece repouso, e que o amor que dou ao outro só tem valor se primeiro eu souber oferecê-lo a mim mesmo.

Se for isso, amar-me será um desafio diário. Uma escolha nova a cada manhã. Mas é uma escolha que preciso fazer, porque percebo agora: não sou terreno de passagem para o peso alheio. Sou uma casa que merece abrigo, uma estrada que também precisa de cuidado. Amar-me, enfim, é aceitar que eu não fui feito para ser silêncio, mas para ser inteiro.

⁠Ritmo e silêncio

Eles eram como o dia e a noite, tão distintos que parecia impossível coexistirem. Ela carregava o caos das manhãs ensolaradas, cheia de energia e risos que explodiam sem aviso, como o canto de pássaros numa floresta desperta. Ele, por outro lado, era o silêncio do crepúsculo, contemplativo, com olhos que pareciam guardar segredos das estrelas.

Enquanto ela dançava pela casa, improvisando passos ao som de músicas que nem sempre ele entendia, ele a observava do sofá, com um sorriso leve, como quem encontra beleza naquilo que não se pode controlar. Quando ele lia seus livros densos, mergulhando em pensamentos profundos, ela se aproximava com uma xícara de café e o interrompia com histórias do dia que, para ela, tinham mais cor do que qualquer romance.

Eram opostos que se completavam sem esforço, como o céu que precisa do azul e das nuvens. Discutiam, é claro, pois ele amava a ordem e ela adorava o improviso. Mas mesmo nas discordâncias havia uma harmonia: ele aprendeu a apreciar o caos das risadas dela, e ela encontrou beleza no silêncio dele.

Assim, seguiam juntos, um equilíbrio improvável entre diferenças que, em vez de separá-los, os uniam. Pois, no fundo, o amor não é sobre sermos iguais, mas sobre aprender a dançar no ritmo um do outro, mesmo que a música pareça, à primeira vista, totalmente diferente.

⁠Talvez não seja o universo contra você, mas um convite para perceber que nem tudo gira ao seu redor; às vezes, é só a vida acontecendo para todos, de formas diferentes.

⁠Desculpa o Auê

Ela invadiu minha vida como um furacão, sem aviso, sem pedir licença. Era do tipo que falava alto, gesticulava demais e ria com a força de quem carregava o mundo no peito, mas preferia gargalhar a chorar. Eu, acostumado ao meu canto ordenado e silencioso, fui pego de surpresa pela tempestade que ela trazia.

“Desculpa o auê”, ela dizia, toda vez que derrubava um copo, esquecia uma blusa jogada no sofá ou começava uma discussão no meio do nada. Mas não era de verdade uma desculpa. No fundo, ela sabia que o caos dela tinha se tornado meu combustível.

Era nos tropeços dela que eu encontrava graça, e nos excessos que eu descobria o sabor da vida. Ela me tirava do meu eixo, me fazia perder a paciência e, ainda assim, eu ansiava pelo próximo “auê” que ela provocaria.

“Desculpa o auê”, ela repetiu, sorrindo de canto, quando esbarrou na minha prateleira de livros e derrubou tudo no chão. E ali, enquanto recolhíamos páginas espalhadas, percebi que aquele tumulto dela tinha organizado algo em mim: meu coração, antes tão metódico, agora pulsava fora de ritmo, mas mais vivo do que nunca.

“Não precisa pedir desculpas”, eu disse. “O auê já é parte de mim.”

⁠Além do Nome

Não, eu já não piso nas mesmas calçadas,
Nem ouço as canções que um dia me abraçaram.
As telas que antes me prendiam,
Hoje, apenas sombras do que já fui.

Minhas atenções dançaram para longe,
Minhas prioridades vestiram novas cores.
E você, perdido no ontem,
Diz que me conhece.

Mas o que sabe?
Do meu silêncio que grita mudanças,
Das noites em que renasci em pedaços,
Do novo caminho que tracei, sozinho.

De mim, só restou o nome,
E mesmo ele, talvez,
Já não me reconheça.

⁠Depois que você se perde em um olhar, nenhum outro consegue te encontrar.

⁠Todos temos as mesmas 24 horas, mas é a quem escolhemos dedicar nosso tempo que revela quem realmente importa para nós; onde não há dedicação, não falta tempo, falta interesse.

⁠A confiança é como uma delicada taça de cristal, que enchemos com os melhores vinhos ao lado de quem amamos. Porém, se for quebrada, não há como reconstruí-la ou substituí-la, e não é sobre taças que estou mencionando.

⁠O amor, em sua essência mais pura e selvagem, é como uma tempestade que varre tudo ao seu redor, uma força irresistível que arrasta os amantes para um universo próprio, onde as regras do cotidiano deixam de ter sentido. Há algo de inquietante em amar assim, com intensidade desmedida, onde o desejo de estar juntos transcende o simples estar, e a distância provoca um vazio insuportável. Quando os corpos se encontram, o mundo ao redor se apaga, e o tempo parece suspenso em um momento eterno de paixão. É um encontro não apenas de pele, mas de almas, onde cada toque carrega um significado profundo, um laço invisível que se reforça em cada suspiro compartilhado.

Há uma beleza estranha em cultivar esse amor, como se fosse uma coleção de momentos, gestos, e olhares que merecem ser eternizados. A maneira como ela sorri de canto, ou como veste sua camisa com a despreocupação de quem se sente em casa dentro do coração do outro. E, ainda assim, há uma sensação de perigo no ar. Amar com tal profundidade é expor-se à vulnerabilidade, à entrega completa. Confiar torna-se um risco maior do que simplesmente partir, pois ficar exige coragem, exige a aceitação de que o amor, como a vida, é incerto e por vezes caótico. Mas é justamente nessa incerteza, nesse caos, que reside o fascínio.

No fundo, o desejo que arde nesse amor é de viver intensamente, sem amarras, sem medo das consequências. Não se trata de ter cuidado, mas de abraçar os estragos, de se lançar em uma paixão que consome e transforma. São noites regadas a vinho ou uísque, festas que acontecem não em lugares exóticos, mas na intensidade de estarem juntos. A mistura dos dois, como tequila e uísque, cria algo explosivo, uma química que transcende o mero físico e se torna visceral, quase psíquica. É um desejo que se manifesta em todas as formas — no toque, no olhar, nas palavras não ditas. E, enquanto estão juntos, o resto do mundo deixa de existir. São apenas dois corpos, duas almas, fundindo-se em algo mais profundo, mais intenso, que desafia qualquer tentativa de explicação ou racionalidade.

⁠Há momentos em que a vida se torna um fardo tão pesado que o coração transborda em silêncio, e o outro, ao nosso lado, clama por algo além das palavras: clama por escuta, por acolhimento. Quando nos deparamos com a dor alheia, é um convite não para a solução imediata, não para o julgamento rápido, mas para a presença. Muitas vezes, o maior ato de amor que podemos oferecer é simplesmente estar ali, ouvir sem pressa, abraçar sem questionar, permitir que o outro sinta plenamente, sem interromper com opiniões ou conselhos impensados. A dor do outro é única, e, por mais que pensemos entender, jamais seremos capazes de medi-la com precisão.

Nosso erro, muitas vezes, está em julgar aquilo que não vivemos, em acreditar que somos senhores da razão, e que nossas soluções são universais. Esquecemos que cada alma é um mundo, e o que para nós parece pequeno, para o outro pode ser um abismo. Respeitar o sofrimento do próximo é, antes de tudo, um ato de humildade. Não cabe a nós decidir o peso do que o outro carrega, mas sim oferecer um ombro firme, um abraço acolhedor, e a paciência necessária para que o outro se sinta ouvido. Mesmo quando as palavras se tornam amargas, mesmo quando o desespero transborda em queixas contra a própria vida, devemos lembrar que o acolhimento não está nas respostas que damos, mas na escuta que oferecemos.

Assim como Jó, que enfrentou sua própria dor, seu luto e seu questionamento diante da vida e do Criador, todos nós, em algum momento, nos tornamos aquela pessoa à beira do abismo, buscando sentido no caos. E assim como os amigos de Jó, que o acompanharam em seu silêncio, há momentos em que nossas palavras se tornam desnecessárias. O que resta é a presença. A escuta atenta e compassiva, sem julgamentos. Pois a dor, como a vida, segue seus próprios caminhos, e o que o outro mais precisa, em seus momentos de vulnerabilidade, não é a certeza da razão, mas a certeza de que não está só.

⁠O verdadeiro amor não reside na simplicidade dos momentos felizes, em que os sorrisos são fáceis e as demonstrações de afeto se manifestam em presentes e gestos planejados, mas sim nos dias sombrios, quando o peso da tristeza e do cansaço obscurece o brilho no olhar da pessoa amada. Amar verdadeiramente é se manter firme ao lado, mesmo quando o riso se esvai, quando a dor toma o lugar da leveza, e o cuidado não é mais um presente ocasional, mas uma necessidade constante. É nesses momentos, quando o coração está vulnerável e a alma pede abrigo, que o amor genuíno se revela: na paciência, na presença silenciosa, na mão estendida sem hesitação, demonstrando que amar não é apenas um ato, mas uma escolha, uma entrega contínua de si mesmo ao outro, principalmente nos dias em que a vida se torna mais difícil e o fardo é pesado demais para carregar sozinho.

⁠Fragmentos de Amor

Em versos quebrados, um adeus amargo,
Um coração partido em mil pedaços.
O amor que um dia floresceu tão farto,
Agora se desfaz em tantos laços.

Divergimos em sonhos, em ideais,
Caminhos distintos, rumos opostos.
A dor da despedida nos corrói os ais,
E a saudade nos invade, insistente e colosso.

Queria te ter para sempre, assim, ao meu lado,
Mas o destino traçou um outro desenrolar.
A razão, fria, nos afastou, pesado,
Deixando em nós uma ferida a sangrar.

Em cada canto, um eco da tua voz,
Em cada olhar, um reflexo do teu ser.
A vida segue, mas a alma não se acomoda,
E a saudade, insistente, não quer se perder.

Que a vida te leve para onde sonhas,
Que a felicidade te encontre, a todo instante.
Mas saiba, meu amor, que em meu coração,
Tuas lembranças guardarei, pulsante.

⁠A vida

A vida é um entrelaçar de momentos, cada um com sua própria textura e cor, formando um tapeçário único que se revela ao longo do tempo. Em meio ao fluxo constante dos dias, frequentemente esquecemos de parar e refletir sobre a importância desses momentos que, à primeira vista, parecem comuns, mas que, na realidade, carregam uma profundidade inexplorada.

Cada instante é como uma gota em um oceano vasto e misterioso. Há momentos que se destacam com clareza, como estrelas em uma noite escura, guiando-nos e deixando uma marca indelével. São esses momentos únicos, aqueles que nos fazem sentir a plenitude da existência, que muitas vezes ficam gravados na memória como joias preciosas. A primeira vez que sentimos o calor do sol em uma manhã fria, o sorriso de alguém que amamos, ou a realização de um sonho, são essas experiências que transformam a simplicidade do cotidiano em algo sublime.

No entanto, também há momentos que, embora não tão evidentes, são igualmente significativos. São os momentos de introspecção, quando nos deparamos com nossas próprias fragilidades e forças. São os intervalos silenciosos entre as ações, quando permitimos que o tempo nos ensine e nos revele novas perspectivas. Muitas vezes, são esses momentos aparentemente insignificantes que, em retrospectiva, revelam seu verdadeiro valor e impacto em nossas vidas.

Refletir sobre a vida é perceber que cada momento, seja ele de alegria ou tristeza, é uma peça essencial no grande mosaico da existência. É reconhecer que a beleza da vida reside não apenas nos grandes eventos, mas também nas sutilezas do cotidiano. O que realmente importa é como vivemos esses momentos, com consciência e gratidão, e como eles moldam nosso ser e nosso caminho.

Portanto, ao olhar para trás e rever os momentos que nos definiram, é fundamental lembrar que cada instante tem seu papel e sua importância. A vida, com sua infinidade de momentos, é uma tapeçaria em constante evolução, e somos nós que a tecemos com a nossa experiência e percepção. Valorizar cada momento, reconhecer sua singularidade e permitir que ele nos transforme é o verdadeiro segredo para uma vida plena e significativa.

Renascimento

Ele caminhava pela rua com passos leves, mas a mente pesava como nunca antes. O eco das palavras que nunca foram ditas rodopiava em sua cabeça, criando um turbilhão de emoções que ele não conseguia conter. O dia estava cinza, uma coincidência ou talvez um reflexo do que sentia por dentro. O silêncio ao seu redor parecia zombar da confusão que o consumia.

Lembrava-se de como ele era diferente, ou pelo menos parecia ser. Naquele início, quando cada gesto dele parecia prometer algo novo, algo que jamais o faria reviver os medos do passado. Ele se entregou de corpo e alma, acreditando que dessa vez seria diferente, que ele ficaria. O sorriso dele tinha aquele brilho de esperança que ele tanto desejava encontrar em alguém. E ele se permitiu acreditar, contrariando os próprios receios, que ele não era como os outros.

Mas o tempo, cruel como sempre, revelou sua verdade. Ele se tornou aquilo que ele mais temia: alguém que parte. Não importava o quanto ele tivesse planejado, sonhado ou desejado; ele se mostrou efêmero, uma presença passageira, quase como um sonho bom que, ao despertar, se desfaz no ar. Ele percebeu, com amargura, que havia criado expectativas em torno de algo que nunca fora real.

Sentiu-se vazio, como se todas as suas forças tivessem sido sugadas por um abismo sem fim. Mas então, algo dentro dele começou a mudar. Uma força antiga, quase esquecida, emergiu das profundezas de seu ser. Uma lembrança de quem ele realmente era, antes dele, antes de todos.

Ele parou de caminhar por um momento e olhou para o céu. As nuvens cinzentas começavam a se dispersar, permitindo que alguns raios de sol atravessassem, iluminando suavemente a cidade. Sentiu uma onda de determinação invadir seu peito. Ele foi um momento, um capítulo em sua vida, mas não o fim da história.

Ele seguiria em frente, como sempre fez. A estrada à frente era longa e cheia de incertezas, mas ele estava pronto. Não mais dependeria de promessas alheias para ser feliz. Seu caminho seria traçado por seus próprios passos, fortes e decididos. E assim, ele seguiu, deixando para trás as sombras do passado, caminhando em direção ao futuro, onde sabia que encontraria a si mesmo novamente.

⁠Tenho medo do abandono,
da sombra fria que se avizinha,
do vazio que preenche as lacunas
onde antes habitava o afeto.

Tenho medo do silêncio que ecoa,
nas paredes do peito, tão só,
onde outrora as vozes dançavam,
agora apenas o eco de um nó.

Tenho medo de ser esquecido,
como um livro fechado na estante,
as páginas amarelas de histórias,
que ninguém mais se lembra ou sente.

Mas também tenho a esperança,
de que no fundo desse temor,
encontro forças para aceitar,
que o abandono não apaga o amor.

E assim, entre o medo e a coragem,
vou costurando as feridas do ser,
pois mesmo que o medo me assombre,
aprendo a viver, a crescer.

A vida é...

⁠A vida é uma folha em branco, um convite silencioso à criação, onde cada amanhecer traz consigo a promessa de uma nova narrativa. É um campo vasto e indomável, onde plantamos nossos anseios com mãos trêmulas, incertas dos frutos que virão. Em suas vastas planícies, colhemos as experiências que nos esculpem: algumas amargas, outras doces como o mel, todas imprescindíveis para a nossa formação.

A vida é um eterno ciclo, onde cada fim é prenúncio de um novo começo. Ela se compõe de chegadas que aquecem o coração e de partidas que o fazem doer, mas sempre nos recorda que em cada despedida reside a semente de um reencontro. Nas curvas inesperadas do tempo, descobrimos que as dores, por mais profundas que sejam, têm um propósito, como tempestades que purificam o ar, enquanto as alegrias são dádivas breves e luminosas, que cintilam como estrelas em uma noite escura.

Como o vento, a vida é caprichosa. Ora sopra com força, nos lançando para destinos desconhecidos, ora é uma brisa gentil, que nos embala em momentos de quietude. Ela sussurra segredos antigos, lembrando-nos de que o presente, por mais efêmero, é tudo o que realmente possuímos. E assim, navegamos por essa vastidão, somando tudo o que somos e o que aspiramos ser, numa jornada que nos desafia a crescer, a amar sem reservas, a perdoar com sinceridade. Acima de tudo, a vida nos incita a viver com plenitude, mesmo quando as nuvens encobrem o sol, pois é na superação das sombras que descobrimos a verdadeira essência da luz.

⁠"Mesmo à distância, o amor que você tem pela sua filha transborda e enche nossos corações de orgulho. Feliz Dia dos Pais, meu amor! Que cada lembrança que ela tem de você seja um reflexo do pai incrível que você é. Estou ansiosa para o dia em que estaremos todos juntos, formando uma linda família."

⁠Nos encontramos de forma inesperada, quase como se o destino estivesse brincando com nossas vidas. Tudo aconteceu tão rápido, tão intenso, que mal pude acreditar. De repente, você estava ali, preenchendo cada vazio que eu nem sabia que existia dentro de mim. É curioso como, sem aviso, você trouxe luz para os cantos mais sombrios da minha vida. Com você, a solidão que me acompanhava se dissipou, e no lugar dela, surgiu uma alegria que eu nem sabia ser possível.

Cada momento ao seu lado é uma descoberta, uma nova forma de perceber o quanto estou apaixonado por você. Você é a peça que faltava no quebra-cabeça da minha existência, a melodia que faltava na minha canção. Não consigo expressar completamente o que sinto, porque o amor que tenho por você é grande demais para ser contido em palavras. Mas sei que quero você em minha vida para sempre, de todas as formas possíveis.

É como se o mundo inteiro agora girasse ao seu redor, e tudo o que faço, penso e desejo, é sobre você. Quero gritar para o mundo que encontrei em você o amor perfeito, aquele que parecia existir apenas nos sonhos. Você é meu farol, meu guia, o porto seguro em meio ao mar de sentimentos que transborda dentro de mim. E por mais que eu tente, nunca conseguirei expressar o quanto sou grato por ter você em minha vida. Você é, e sempre será, meu amor eterno, Habibi.

⁠Eu não imaginava isso de você, logo de você. Sempre te vi como uma rocha firme em meio à tempestade, um farol que iluminava meus caminhos mais escuros. Mas a verdade é que o erro foi meu por criar expectativas em algo incerto, por projetar em você minhas próprias ilusões. Em cada gesto, cada palavra sua, enxerguei o que queria ver, construí um castelo de esperanças sobre a areia movediça da realidade. E agora, ao ver tudo desmoronar, percebo que fui eu quem errou. Fui eu quem te idealizou, quem ignorou os sinais sutis da tua verdadeira essência. Não é você quem mudou, fui eu que nunca soube enxergar além do véu das minhas próprias fantasias.

Medo de Não Ser Correspondido no Amor

O medo de não ser correspondido no amor é um espectro silencioso que assombra os corações mais corajosos. Ele se esconde nas sombras das incertezas e das dúvidas, fazendo-se presente em cada suspiro de esperança que hesita antes de se transformar em um ato de coragem. Este medo é como um vasto oceano, cujas ondas tumultuosas ameaçam engolir o espírito daqueles que se atrevem a mergulhar em suas profundezas.

A expectativa de amor não correspondido é um peso que se arrasta, uma sombra que se projeta nas noites mais solitárias. É o temor de se oferecer inteiramente, apenas para encontrar um vazio em retorno, um deserto onde a esperança de um afeto recíproco deveria florescer. Cada gesto, cada palavra e cada olhar se tornam um desafio pessoal, uma luta entre a vulnerabilidade e a proteção, entre o desejo ardente e o receio constante de um desapontamento.

É um medo que molda a maneira como amamos, condicionando-nos a construir paredes em torno do coração, a proteger-nos da dor antes mesmo que ela tenha a chance de nos atingir. A incerteza nos faz hesitar, questionar e, muitas vezes, recuar. No entanto, mesmo no silêncio das nossas inseguranças, o amor continua a se manifestar em seus próprios termos, desafiando-nos a superar as barreiras que erigimos.

O medo de não ser correspondido no amor não é apenas uma sombra; é também uma oportunidade para o crescimento pessoal. É um convite a enfrentar a vulnerabilidade e a reconhecer que, embora o retorno possa não ser garantido, a beleza do ato de amar reside na sua autenticidade e na coragem de se entregar. A verdadeira coragem não está na ausência do medo, mas na disposição de amar apesar dele.

No final, mesmo que o amor que buscamos não seja correspondido como desejamos, o ato de amar e a disposição de se expor são vitais. Eles nos ensinam sobre a força que não sabíamos que possuíamos e sobre a capacidade de encontrar beleza e significado nas jornadas mais incertas. E assim, mesmo com o medo constante, a busca por um amor verdadeiro continua a ser uma das experiências mais humanas e profundamente transformadoras que podemos viver.