Coleção pessoal de gabrielbica
Para: Yeshua
Você me deu o amor por escrever, tudo aquilo o que minhas palavras não são capazes de dizer
Todos os dias ao sair de casa, me sinto como um menino com um sonho;
Todos os dias quando volto, me sinto um homenzinho com novas realizações.
"Meu medo"
Eu descobri que a cada novo degrau aparecem novos medos a serem enfrentados.
E que talvez o meu maior medo seja de ficar muito tempo sem sentir medo
Porque de fato o próximo degrau está bem atrás desse medo que se materializa em nós, mas a gente tem que ver isso como um boss que precisamos vencer para chegar na próxima etapa.
E quando falo sobre vencer é sobre vencer a si mesmo, e aos seus medos! É de fato subir o próximo degrau e ter que repetir todo esse ciclo.
"A brevidade"
Estamos a geração que escritores escrevem para quem não lê
Locutores narram para quem não ouve
Desenhistas desenham para quem não vê
E pregadores pregam para quem não crê
Por opção
Porque estamos a geração com o mais alto nível de informação
Com o mais alto nível de depressão
Com a mais alta ansiedade
Porque tudo está nos olhos, mãos, a nossa frente, mas simplesmente escolhemos não ouvir, ver, escutar;
São os sentidos básicos da vida e escolhemos não viver, porque perdemos a paciência de tocar e sentir o toque;
Perdemos a emoção de ouvir uma boa narração;
Perdemos a apreciação a obras primas;
Porque escolhemos memear
Escolhemos resumir o que há de ser vivido cada segundo
Porque da mesma forma que a falta dói
O excesso também
Seja pleno no que ama
E não no que amam
Acima de tudo, seja breve e persistente na sua vida, no seu acelerar do coração, porque quando parar de bater, é só você no seu caixão.
Quem corre atrás, perde(se)
Quem corre atrás, perde
Quem corre atrás do primeiro
É o segundo
Quem corre atrás do segundo
É o terceiro
Quem corre atrás, perde
Quem corre atrás do ônibus, perde-o
Quem corre atrás da vida, perde-a
Quem corre atrás de amor, perde-se
Quem cola na traseira pega o vacuo, mas se isso não gerar propulsão a ultrapassar, a sua vida passa como um vácuo que até te faz sentir o vento bater na face, mas esse vento vem com o cheiro do escapamento do primeiro. Não seja um cheira traseira!
Quem corre ao lado é provocante a si, e ao próximo, como quem diz: eu vou te ultrapassar, vai fazer o que?
Mas quem corre na frente é livre!
Mas se correres na frente de todos e atrás da ganância, perde-se na curva e morre.
Quem corre sem rumo está perdido
Quem corre com rumo é apressado
Quem caminha sem rumo é medroso
E quem caminha com rumo é apreciador da jornada e não se perde na lindeza do mundo, porque até as rosas mais belas podem nos ferir com seus espinhos, mas quem anda na direção correta não fica pegando rosas, apenas aprecia o seu perfume.
Assuma o seu trajeto, com o teu melhor, e chegará ao seu destino, que é tão infinito como o seu rio interior de águas vivas.
O que tu espera do futuro?
Um dia me perguntaram: Gabriel, o que tu esperas do futuro?
– Pensei… Pensei e pensei e cheguei a conclusão de que eu não espero absolutamente NADA do futuro, porque o futuro implica ação.
Eu espero do passado, que eu tenha sabedoria para aprender com as situações que passei, fora isso… é necessário agir ao invés de esperar.
As pessoas dizem: eu espero o ônibus, é claro que não espera, você precisa IR ATÉ A PARADA e lá vocês se encontram, você e o ônibus partem para a ação num ponto de encontro.
O cara que me perguntou, foi embora, me achou meio maluco, mas “espero” que ele me entenda.
O cientista e o feijãozinho
O cientista tinha uma missão: impedir o crescimento do feijãozinho, mas, ele só poderia usar de verbalização pra isso.
No primeiro dia, plantou o feijãozinho no algodão, e logo já iniciou com as argumentações:
— Você não vai crescer!
No segundo dia, ele voltou ao feijãozinho e argumentou:
— Você não é capaz de crescer!
No terceiro dia:
— Você foi plantado fadado ao fracasso!
E até então o feijãozinho não deu sinais de reação, e ainda não havia começado o seu processo de florir. Logo o cientista estava feliz e confiante de que iria romper o ciclo de crescimento do feijão.
No quarto dia, o cientista foi novamente ver o feijão e reparou que o feijão estava prestes a se abrir e por isso, intensificou as ofensas:
— Você não pode crescer! Você não é merecedor de ter boas raizes! Eu te plantei para fracassar e você será um fracasso sempre!
E pela primeira vez sentiu que estava prestes a perder a sua batalha contra o feijãozinho.
No quinto dia: o feijãozinho estava com o seu primeiro brotinho para fora, e era tão bonito.
O feijãozinho escutava? Eu não sei!
Mas ele não deixou com que nada que falavam a seu respeito interrompesse o seu processo natural que é: crescer.
E por quê nós deixamos as pessoas impedirem o nosso crescimento? Por quê damos ouvido aos cientistas que querem que sejamos cobaias para os seus experimentos de fracasso?
Todos nós somos somos um feijãozinho, e a maior lição que ele nos ensina é: independente do que falaram, de quem falou e como foi falado, nada é capaz de mudar o nosso propósito, nada vai nos fazer ser diferentes do que viemos para ser. A gente precisa aceitar o nosso processo de crescimento e simplesmente deixar fluir.
Seja você! E entenda que a boca fala do que o coração está cheio, o cientista falava sobre ele, e o feijãozinho pode ser o experimento que liberta o cientista das suas próprias cadeias emocionais.