Coleção pessoal de gabriel_moreira_silva
Me deparo com a minha insignificância perante a imensidão do universo.
Nesse momento opto por fugir para dentro da minha própria mente.
Sinto como estivesse observando o próprio universo.
Sinto prazer em debater com as minhas crenças e achismos.
Chego mais uma vez na conclusão que não existe uma verdade absoluta.
E novamente sinto medo do desconhecido, sinto medo de estar só.
Nesses momentos esqueço de interpretar o personagem que criei para mim.
A minha persona, é como um escudo que me protege de tudo que já me machucou um dia.
Sinto que ela protege a mim quando criança, quando sentia medo e desespero, eu sempre me encontrava só nesses momentos.
A agustia me domina, quando penso que nunca nessa vida poderei viver sem interpretar essa persona.
Sinto uma vontade imensa em sentir as emoções de forma plena, consciente e verdadeira.
Sinto uma vontade imensa em confiar e acredita novamente nas pessoas.
Mas a minha persona me impede, ela me relembra todos os momentos que sofri sozinho.
Uma raiva imensa toma conta do meu ser, me sinto traído, abandonado e só.
No final só resta eu e minha persona, ela me protegeu até aqui, ela me manteve vivo.
Olhei no fundo dos olhos negros dos meus demônios e novamente eles me convidam a ser mais forte.
Porem o medo que criei de coisas que não conheço me impede.
Agora a única coisa que me resta é enterrar meus demônios, mais uma vez.
Sabendo que mais cedo ou mais tarde eles irão retornar e dessa vez em maior quantidade.
E quando me deparo que estou novamente encarando os olhos negros dos meus demônios sinto medo.
O medo é passageiro, ele se vai para que a tristeza e angustia possa tomar conta da minha mente.
Sinto que não tenho mais força e nem sequer vontade de tentar enterrá-los novamente, sinto que o melhor a se fazer e deixar eles me dominar.
Me encontro totalmente perdido na minha melancolia, na minha ira e nos meus pensamentos que me relembra todos os instantes que eu não sou merecedor de nenhum tipo de afeto e de nenhuma graça da Fortuna.
Olho para cima, e vejo que mais uma vez estou no fundo do poço, um poço que eu não cavei.
Sinto raiva, medo e angustia, não me recordo para onde meus demônios foram, única coisa que vem na minha mente são lembranças dolorosas e tristes.
As horas passa, já não sinto mais nada, nem tristeza, nem medo e muito menos angustia, entro em desespero, pior do que sentir o peso do mundo nas costas é não sentir nada.
Me encontro totalmente só e sem esperança, nesse momento a morte me convida, isso parece uma boa ideia.
Única coisa que nos pertence é tempo e o controle das nossas mentes, o resto é vaidade e vaidade envenena a alma e te torna um ser humano desprezível.
Como é triste e angustiante chegar a um ponto em que, para se manter vivo e consciente, é necessário matar todos os seus sentimentos que te tornam humano.