Coleção pessoal de Gabriel-Emanuel
Não me sinto bem, na maioria das vezes me escondo de mim só para não ter razão pra chorar, não tenho mais motivos pra rir.
Digo que tá tudo bem, boto um sorriso na cara e a vida não pode parar, eu finjo não me importar.
O medo me rodeia, a solidão me abraça e isso faz parte, a razão me odeia e eu tenho medo que um dia ela me mate.
Sentado no sofá tô esperando pre morrer, a visão turva e lenta eu não consigo mais me ver, eu fui derrotado por mim mesmo, eu sou um fracasso.
Entre garrafas e maços vazios, me sinto tão só... é um desespero, o vazio que existe em mim não é culpa de ninguém só de quem eu vejo no espelho.
Me tornei meu próprio refém e mesmo que me tragam um negociador, nada seria capaz de tirar essa dor de me senti sozinho.
Talvez se eu fosse diferente, menos inconsequente, pensasse lá na frente, eu me livraria das correntes que prendem minha mente e me fazem ser menos eu.
Na escuridão é só fazer um sinal que eu te acho, pois o calor do nosso amor e que vai guiar meus passos.
Minha mãe dizia: "Não vá brincar lá fora pois o mundo é cruel". Então peguei caneta e fiz um mundo inteiro no papel. O meu mundo era bom cheio de ritmo e som, E com batidas envolventes eu lapidei esse meu dom, eu não ligo para os papeis de 100 o que criei no meu mundinho esse seu mundinho não tem.
Eu não me suporto mais... O sentimento de fracasso me consome dia após dia. A cada instante que reflito sobre mim, tenho certeza que o sofrimento e o cansaço estão chegando ao fim. Eu perdi tudo que tinha, eu perdi a vontade que tinha... No vazio do meu mundinho eu me perdi de mim e o pior é que tenho medo de me encontrar. Por que tudo isso é assim? A vida me parecia tão bela... Pessoas felizes com suas conquistas e eu aqui olhando da janela. Meu quarto mostra o meu interior é quase a mesma bagunça, isso me conforta, o engraçado é que quando estou lá vejo meu fim de várias maneiras, basta só eu lembrar que existo.