Coleção pessoal de Gabidds
Ao inexistente destinário - Pode chegar mais perto, não se preocupe... Eu não vou te machucar! Você sabe que talvez eu possa estar triste, mas não vou te fazer sofrer. Você sabe também que talvez agora eu me sinta sózinha, mas tentarei pensar em você. Você sabe qual é o meu maior medo, mas posso não deixar transparecer. Você conhece o meu ponto fraco e joga com isso, mas sabe também que forte eu poderei ser. Vem, segura a minha mão, não chore! Tentarei estar ao teu lado de uma forma abstrata, eu prometo! Mas não, não me culpe por ter mudado e muito menos pelo meu ártico comportamento, não foi e nada é premeditado! Tive que aprender que as coisas simplesmente acontecem quando tem que acontecer, não posso mudar o meu texto já traçado no roteiro, e sei que no fundo você tem consciência disso! Eu ouço passos, mas sei que não são os teus. Eu busco olhares, mas não te vejo. Eu ouço alguém me chamar, mas não ouço a tua voz. Eu vejo simétricos traços, mas não são os teus. Eu prometi que não te faria sofrer e por isso te deixo ir! Não se prenda a um passado tão conturbado e equílibrado demais. Simplesmente viva, é o que eu te desejo agora! Chega de solidão com vista pra o mar, o mundo lá fora exige mais! Sei que dói, sei que o costume massacra o dia a dia, e sei também que você descobrirá um novo mundo. Sabe de uma coisa... Em algum tempo atrás eu descobri que a morte não é a maior perda da vida, a maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos! Entenda que agora não é o momento de viver em pró ao que não existe, é o momento de deixar surgir reais sentimentos! Apenas confie, e tudo ficará bem.
Engraçado mesmo é esse lance da vida, quanto mais a gente espera, nada acontece. E quando chega a distração passageira, tudo acontece. Eu não consigo entender a linha do raciocínio humano, tento entender o lado egocêntrico de cada ser em particular, e sinceramente nada feito. Você passa um mês esperando encontrar aquele tal alguém que você mal sabe o nome, e quando isso de uma forma inesperada acontece, você se dá conta que aquela pessoa já não era tudo aquilo que a sua mente criava. A mente é uma arma poderosa e ao mesmo tempo perigosa. Felizes aqueles que sabem lhe dar com ela, não sou adepta a isso, mas admiro quem é! Ela cria um mundo utópico e tão realista ao mesmo tempo. Você vive situaçoes imaginárias, cria sentimentos imaginários, se converte em um ser teoricamente dito imaginário. Quem nunca se arrependeu no dia seguinte por não ter tomado uma atitude no dia anterior? A atitude não tomada não passou de um reflexo do seu lado racional e mundo real, e o fato do arrependimento a mente se encarrega... Mas se você já tinha se dado conta que aquela pessoa já não era tudo aquilo, por que o tão amargo arrependimento? Ah, porque assim somos! Gostamos de nos massacrar, de comer os nossos próprios neurônios com os clichês da vida. E é isso que faz toda a graça de viver. Eu não sei se quem escreve agora é o meu lado imáginario, ou o meu lado real e também nao me importa. Prefiro quase sempre aquilo que não se explica.
" As vezes falo com o pensamento e deixo levar pela imaginação. É na solidão que os pensamentos se tornam mais graves, mais fantasiosos e tomamos consciência da nossa mediocridade. Pensamos mais do que devemos no silêncio, e transformamos o irreal numa sistemática aventura imaginada. Agarramos emoções e damos o significado que julgamos sentir. É na solidão que nos tornamos mais estranhos pela distorção do pensamento, mas mais ousados no absurdo e destemidos pelo que é proibido. Eu tive que ir me adaptando na aprendizagem natural e evolutiva do tempo, tentando compreender o mecanismo das
sensações. "
Hoje eu tava pensando, mas só pensando, sobre toda a minha vida até chegar aqui. Sobre os momentos que eu passei, sobre pessoas que passaram, sobre o quanto eu queria poder voltar no tempo pra reviver alguns momentos, mas apenas reviver, não mudaria abstolutamente nada! Cometi erros sim, mas os vejo como um atalho para um ser melhor mas pra lá do tempo... foram com os meus erros que eu aprendi, foram dos erros e do arrependimento, que eu tirei o aprendizado e a famosa e verídica frase " tudo passa "...
Eu hoje tenho a consciência de que os problemas servem para serem solucionados, não entregados de mão beijada a aquela terrível conspiração do universo, aonde nos perdemos pela escuridão! Não, isso jamais! Óh tempo, seja legal, conto contigo pela madrugada! Eu, os meus pensamentos, as minhas lembranças, a minha saudade, saudade do que eu fui, do que eu sou e quem sabe até do que eu serei! Tempo, por favor, volte nesse túnel e me traga novamente apenas por 4 minutos a minha infância. Áh... linda infância! Lindos sentimentos, lindos coleguinhas, lindo rabisco amarelo naquele papel opaco, vendo pelo lado " caetano " das coisas, eu realmente tive uma linda infância! Lembro que eu era tudo. Na minha infância eu era o que eu quisesse, podia ser um médico ou o paciente, podia ser modelo ou fotógrafa, podia ser a mãmãe ou a filhinha daquela voz infantil e enjoativa, ou podia ser um passaro azul a um patinho feio! Foi aí, na minha infância que eu passei a discernir o bem do mal e o certo do errado. Logo em seguida surgiu a puberdade, aquela fase em que eu ja estava prestes a adquirir o conhecimento sobre a consciência de um ser racional, mas um racional virado ao avesso. O que eu quis dizer com isso, é que na fase da puberdade eu tinha um estranho prazer de fazer as coisas ao contrário, como por exemplo, lembro da minha mae falando "- Menina, saia daí você vai cair... " lembro também do meu pensamento ainda inocente " Áh, ela fala isso porque quer que eu fique parada, mas eu não vou ficar, porque eu faço o que eu quero ". Desobedecia, ia, e caía... acontece que no fundo eu sempre soube que mãe tem a razão em qualquer das situaçoes! Já na fase da puberdade, eu aprendi que é preciso ir e cair, pra depois não sair derrapando em qualquer rua e chegar ao auto-falecimento, é preciso se perder para se encontrar! E a adolescência? É, essa tal adolescência... é por ela que eu passo agora, dizem que é a pior de todas as fases! Eu não sei bem como a definir, se é a pior, ou confusa, ou conturbada, sinceramente não sei! A vejo como uma mistura de sentimentos, de pensamentos, ideias, e de incertezas! Eu tenho a consciência que mudo de ideia e humor como quem pisca os olhos! Isso é confuso, como entender? As vezes nem eu me entendo... e o aprendizado disso? Áh, lembra daquele velho amigo tempo? Ele me dirá o que eu aprenderei dessa minha bela adolescência, na qual eu vivo feliz, triste, rindo, chorando, parada ou dançando! Disso tudo o que eu levo comigo sao as lembranças. As lembranças de cada minuto que eu passei, independente do que eu aprendi e sigo aprendendo! Porque a vida é um eterno aprendizado, estamos aqui em um processo de evoluçao, mas isso já faz parte da religião, e a religião já é algo pessoal demais. Nao quero partir pra este tema! Somos uma incógnita no espaço, entregados nas mãos daquele famoso e mistérioso destino, e claro do nosso querido amigo, TEMPO! O que eu aprenderei? O que eu serei? O que acontecerá? Morrerei ou viverei? Não se preocupe, tudo tem a sua hora. O tempo um dia nos responderá a todas essas perguntas! Mas chega logo, tal futuro! (esqueci de dizer também que na fase da adolescência a ansiedade fala mais alto do que um grito fino e agudo de qualquer criança, e eu passo por isso constantemente). Eu tento viver pra sentir, e aprender com as meras sensaçoes jamais descritas.
A minha fulga - Eu faço da minha mente o meu mundo predileto, ou melhor, o meu abismo e a minha escapatória. O lugar em que eu chego e esqueço da maldade humanitária, do matar pra vencer e da rivalidade cotidiana.
Aquele tal sedentarismo mental - Eu me perco nos meus próprios pensamentos, aonde as minhas vontades se contradizem em querer ir mais além, ou de cair na preguiça do universo que tanto me consome a maior parte dos meus dias, sem nem ao menos pedir licença pra ficar!
Áh o amor... A quem diga que estar apaixonado é para os fracos! A paixão é o melhor da vida, é ver em alguém a perfeição oculta, é o frio na barriga, é o querer estar perto, é a veneração a outro ser com crenças, e até direito a promessas! Você vive no céu, brincando de pular entre as nuvéns até que derrepente como num passo de mágica, aquela nuvém, veneração e promessas, se perdem no vácuo, em um vácuo enorme e escuro chamado memória!
Crescer internamente, e o amadurecimento precoce é algo tecnicamente correto? Não! Não ultrapasse as suas etapas! Viva o que há pra se viver, faça o que acha que deve fazer, mas sem ultrapassar as suas etapas e a sua preciosa idade mental! Tudo vem no seu tempo certo, não tenha dúvidas! Mas e quando o tempo se torna ansioso e cai nas suas costas um raio de responsabilidades, de vivências e momentos construtivos que não são adeptos a sua idade mental? O que fazer?
Acordei com vontade de gritar, de sair correndo por aí, de ficar só, e ao mesmo tempo ter todos ao meu lado, acordei livre, livre e presa ao mesmo tempo, acordei com uma intuição e propósido de vida diferente, agora você, me pergunte... qual seria o prósito? Eu nao saberia te responder, chego a conclusão que não o tenho, não tenho caminho traçado a seguir, não tenho a monotonia do dia a dia nas mãos, os meus dias são livres, assim como eu... Odeio a rotina, odeio coisas combinadas e já predestinadas a acontecer, gosto do improvável, gosto do inesperado, gosto daquilo que nao existe, gosto do que se cria, gosto do sentimento momentâneo, e da bipolaridade sociável! A vida está aí pra ser vivida, e não projetada! Então por isso, se livre, se liberte, seja você sem medo de pensamentos alheios, se carregue de pensamentos que não tenham sentido, de vontades próprias e a faça! Se surpreenda, me surpreenda! O dia é seu, o sol nasce, vai embora, e logo depois vem a lua, sem previsão pra isso! A natureza te dá os sinais, siga-os, viaje! Eu sigo o tempo, o tempo e o improvável, e hoje sei que posso estar melhor do que ontém, e pior que amanhã! Tenho consciência de que tudo pode mudar, rápidamente e involuntáriamente! A minha frase hoje seria: " Nunca deixe pra depois, o que se pode fazer agora... " pois nunca se sabe o que possa acontecer por de trás daquele mistérioso relógio!
Eu estou livre exatamente aonde eu queria estar, vivendo uma vida que sempre esteve em primeiros planos. Sim, eu estou bem, mas me sinto incompleta, sinto que ainda falta algo. Um vazio que vem me atormentar mais precisamente pela noite, e esse vazio talvez tenha um nome, é algo abstrato, mas que faz tanto mal: a saudade!
Será ela esse bicho de sete cabeças? Foi a primeira pergunta que me fiz antes de entrar no avião! Agora nesse exato momento me vem em mente os meus pais, pra ser mais exata aquela intorturável despedida, um abraço apertado, um beijo na testa, e escorrendo dos olhos a dúvida, o medo, e a esperança de um sonho realizado! Logo depois lembro dos amigos, da despedida inesperada de só 3 meses, lembro do olhar e das palavras nítidamente de cada um. Ah a saudade! Só não é um bicho de sete cabeças, como também uma enfermidade que só se torna curável metafóricamente quando se come a presença, ou algo que alimente essa fome insaciável!
Mas eu tenho a convicção que farei valer a pena!
Logo, logo estarei de volta...