Coleção pessoal de fumahcinha

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Invejo a burrice, porque é eterna.

Só o inimigo não trai nunca.

O uísque é o melhor amigo do homem: é um cachorro engarrafado.

Não nos vemos se não nos saímos de nós.

Ainda está por nascer o primeiro ser humano desprovido daquela segunda pele a que chamamos de egoísmo, bem mais dura que a outra, que por qualquer coisa sangra.

Nunca se pode saber de antemão de que são capazes as pessoas, é preciso esperar, dar tempo ao tempo, o tempo é que manda, o tempo é o parceiro que está a jogar do outro lado da mesa e tem na mão todas as cartas do baralho, a nós compete-nos inventar os encartes com a vida...

Tentei não fazer nada na vida que envergonhasse a criança que fui.

SE PUDERES OLHAR, VÊ. SE PODES VER, REPARA.
Retrato do desmoronar completo da sociedade causado pela cegueira que aos poucos assola o mundo, reduzindo-o ao obscurantismo de meros seres extasiados na busca incessante pelo poder. Crítica pura às facetas básicas da natureza humana encarada como uma crise epidémica. Mais do que olhar, importa reparar no outro. Só dessa forma o homem se humaniza novamente. Caso contrário, continuará uma máquina insensível que observa passivamente o desabar de tudo à sua volta.

Das habilidades que o mundo sabe, essa ainda é a que faz melhor: dar voltas.

Não sou pessimista. O mundo é que é péssimo.

Se eu estiver a ser sincero hoje, que importa que tenha de arrepender-me amanhã?

Nada é para sempre, dizemos, mas há momentos que parecem ficar suspensos, pairando sobre o fluir inexorável do tempo.

Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo.

O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas.

Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.

Dirão, em som, as coisas que, calados, no silêncio dos olhos confessamos?

De que adianta falar de motivos, às vezes basta um só, às vezes nem juntando todos.

Se tens um coração de ferro, bom proveito.
O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia.

Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala.

Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.