Coleção pessoal de FranciscoIsco

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Tardes que nuca acabam

Ultimamente tenho voltado meus olhos ao simples, ao que quase não se repara, um parafuso mal apertado, uma folha comida pela lagarta, um sorriso tímido de um casal apaixonado, são essas coisas que visitam meu interno, as mesmas se alojam e o enchem de alegrias, mas nunca eufóricas, simplesmente claras. Me encontro com o sol diariamente, a cada novo encontro, uma nova vida, uma nova visão. Provo sentimentos e emoções que até então desconhecia ou duvidava da existência. Se me incomodo em estar só? Não, pois finalmente me sinto vivo, vivo como nunca me senti antes, esses pores do sol tão absolutos como a vida, tão fascinantes, me deixam sem palavras, sem pensamentos, a um tempo não os via muito menos sentia-os, eu era Drácula, enxergava apenas as noites, selvagem, bruto, correto, ético. As tardes me trazem esperanças de que o futuro será melhor obs. Nunca acreditei que o futuro exista, e para ser sincero, nada lá fora faz sentido (aparências, interesses, planos...).
Procurar sentido para minha existência já não é mais preocupação como era a um tempo atrás , quando tenho em vista os ativos vulcões eruptivos, preenchendo o céu de vermelho, esqueço até de minha própria existência, ou, na verdade apenas recuperei-a de volta, não sei, só sei que incorporo um ser de espirito elevado, uma existência tão genuína, que a cada novo ciclo de tardes se vivifica, intento viver essas loucas emoções até os fins das minhas existências, até o fim de cada uma, a morte de uma existência apelido “o renascimento”, queria que essas tardes nunca acabacem, mas na verdade elas nunca acabaram, afinal, tardes são eternas, ficam lá, todo tempo a vista de quem quiser ver e sentir e algo mais, elas sempre irão existir é fato! Mas o que você prefere apreciar?

Mil e uma

Dá-se início o crepúsculo
E vou como quem não quer nada,
Aos teus pés.
Nunca suplico, ou ao menos falo,
Ela por si só me entende,
Sinto.
Ouço
Sua respiração ofegante
E com desejo:
Ser mulher!
Eu a faço!
Não que precise do meu corpo,
Só queremos um bate-papo!
Ali,
Conversamos sobre tudo
Sem uma única palavra.
Olhares e toques
Sob calor ardente do quarto
O mundo nos-ouve,
(Apenas gemidos).
O que ouvimos do mundo?
(Os choros).

Na ânsia pelo experimentar pubescente
O sal do seu suor,
O Crespo do seu corpo,
Vejo o querer em seus olhos,
Enquanto reviram-se ao me olhar,
E aos poucos seus lábios fraquejam,
Como num desmaio,
Seu corpo dorme.
Música,
Tempo,
Excitação,
Continuam.
Enfim chegou o momento da entrega,
O diabo vem a nos cobrar,
O que a tempos prometemos-o,
Entregamos-o, ele odeia perder tempo,
Primeiro ela.
E depois eu.
E sem saber das horas ou dos dias,
Nos miramos,
Tomamos o que ainda está por acabar,
Somos mil e uma transas!