Coleção pessoal de francisco_lobo_faria

Encontrados 11 pensamentos na coleção de francisco_lobo_faria

⁠As minhas lutas são também as minhas conquistas e são fim em si mesmas. Quando morrer sei que não terei mudado o mundo, mas nunca deixarei de tentar. Tentar, sabendo que falharemos, é o último reduto da dignidade do homem que não se revê no mundo em que vive.

⁠As saudades do que vivemos doem, mas também confortam.
As saudades que mais magoam são as saudades do que ficou por viver.

⁠⁠⁠⁠Desenvolver um raciocínio é como dar um passo. Se terminar, leva-nos em frente, se for interrompido, ou cai ou gera desequilíbrio.

⁠Se eu dissesse todo o lixo que penso, não tinha razão em nada.
Como penso no lixo que penso, às vezes encontro razão até no lixo que penso sem pensar.

⁠A História refere-se aos Homens que a delinearam através de uma enorme variedade de formas: Visionário, génio, sucedido, relevante, etc. mas não há adjectivo que hiperbolize mais a grandeza e dimensão disruptiva da figura do que “incompreendido”, seguido normalmente de “no seu tempo”.
Eu não tenho um desejo fervoroso em ser incompreendido, esse contexto não traz qualquer conforto à minha vida. Mas sê-lo também não me incomoda. Não ser compreendido tende a envelhecer bem. Pode prejudicar-me nos hojes… mas nunca nos amanhãs.

⁠⁠⁠A determinado momento na vida há um rio que se engrandece por ser o confluir obrigatório de muitos pensamentos afluentes. Consequentemente, o medo de falhar torna-se menos presente e consumidor.
A tranquilidade que daí surge abre espaço para a arrogância boa.
O homem que navega esse rio, deixa de tentar convencer o mundo do bem que lhe pode trazer, sabe que o seu trabalho é mostrar o que vale e “ao que vem”, mas sabe é do “mundo” o trabalho de ver.

O bem é o ponto de chegada universal do pensamento racional.

⁠O campeão foi galardoado
Quando nasci o campeão já era celebrado
Toda a escola de vitória,
Toda a glória, todo o charme,
Ser o campeão. Ser vitorioso.
Tudo isto
Está, desde que nasci, instituído.

As regras definem os limites
O jogo desenvolve-se
A prática não as reflete
A discrepância é perceptível

O campeão vence porque ganha
É a vitória que o define
Vencer valida a forma

O derrotado percebe a discrepância
A discrepância valida a derrota
O derrotado perde por ativismo
Mas a derrota pesa
Ele sabe que é derrotado por ativismo
Ele percebe a discrepância
Mas a derrota é sempre derrota
Um dia aqueles que nele acreditaram
Que acharam que viam o próximo campeão…
Vêm, também, apenas um derrotado
A derrota pesa

A vida é sobre perder e sobre ganhar
A derrota pesa
O campeão vence a qualquer custo
O derrotado há de desistir das regras

O campeão foi pupilo,
O pupilo é agora o campeão
O ciclo não termina
O derrotado há de desistir de perder.

Se vencer definiu os homens ao longo de gerações
Aprender a jogar para vencer
Pode não ser…
Pode ser medo de perder

⁠⁠Prosperidade, abundância, generosidade.
Não se pode esperar generosidade num contexto em que não há abundância. Jamais haverá abundância se não existir prosperidade.
Este é o drama do potencial humano. A semente do homem pode ter o potencial de providenciar o mais maravilhoso fruto, mas jamais se pode culpar a semente por não demonstrar a generosidade de dar fruto, se não lhe for oferecida uma terra fértil para que possa prosperar.

Na atividade cultural não deve haver uma perspetiva exclusiva de satisfação imediata. É essencial que todo e qualquer um que se liga à cultura ou que se considera agente cultural, tenha uma consciência de que a atividade cultural é a sementeira dos ideais sociais que colhemos amanhã.

Um braço de ferro um vez por outra não demonstra obrigatoriamente falta de civismo ou elevação.
Quem nunca faz força, nunca sabe a força que tem.