Coleção pessoal de Foiporti
Entre conversas, risadas e devaneios...
Assim descobri abruptamente...
Que a poesia...
Tem um sabor mais especial...
Quando é partilhada por duas pessoas que se gostam.
Topázios ímpios como a lisura...
Onde se ofuscam as primaveras,
de um ēbrio luar abrasado,
reflectindo estrelas de outra era...
Silêncios que falam como o varejo do remanso do mar em seu alvor...
Mar que me marea em tormentas desprovidas de ventos e feras letargicas...
Cristais translúcidos que fremem o universo
num despertar redolente de inquietudes e desejo...
Não são as cores do mais apolíneo luar, mar ou arco-íris, é apenas o espectro do brilho de teu olhar retido em minha íris...
Doce fascinação é te admirar,
Tatear-te ...
Um deleite particular, só meu !
Sentir a textura de tua, ebria pele,
fatigar minha sofreguidão da
tua saliva,
olhar-te os olhos...
Fiquei, à tua frente novamente...
Para ser teu nesse enleio sensual, quase egrégio!
Fico entre dois mundos,
sentindo-me perdido, encantado...
Ah, esse regozijo de te ter ...
Cheguei e ao te tocar escoei-me em teu corpo...
Me igualei a ti em fantasias!
E quando em lume brando,
ja em rescaldo...
Veio um gosto de ti...
Foi tão bom de se ouvir!
Nesse regaço tão perfeito
Que é o eco do teu peito
O meu coração a tremular...
Soube assim que eras real e não um mito...
Penso que um poeta é um ansioso egoísta que apenas deseja falar seu coração
Escreve o que vive e vive mais ainda o que escreve.
Pois eu poeta leigo, vivo o que escrevo mas vivo mais ainda o que vivi.
Vivi a imensidão de teu olhar
Vivi o calor de tua pele.
Vivi o rosa de teus lábios macios nos meus
Vivi a paz de teus braços
Vivi teu perfume
Vivi o sabor da tua saliva
Vivi a tua presença
Vivi porque te vivi
Vivi...
Vivi...
Vivi...
Anseio apenas voltar a viver
Não morri...
Não morri...
Não morri...
Que venha a meu coração a sua outra metade
Metade que levaste contigo
Meu amor aguardo apenas tua volta
Completa o que dividido está.
Para
Viver...
Viver...
Viver...
Vivermos!
Permite-me te tocar com as minhas palavras.
Pois as minhas mãos são atadas pelos desatinos do destino.
Deixa minhas palavras acariciarem teus cabelos, percorrerem teus lábios
Como o beija flor paira sob sua amada em busca de seu alimento.
E que as minhas mãos de pedra se façam seda ao te tocarem
Permite
Todas as palavras , inundem teu coração como o rio anseia encontrar a sua foz
Que as palavras sejam vagalumes numa noite de verão iluminando teu coração
Permite
E não serão meras palavras
Eu?!
Serei como o colibri
Que vagueava em seu jardim de sonhos
Até conhecer a flor mais bela
E se deliciar no néctar de seus lábios