Coleção pessoal de FNV

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O mal da distância,
com sua instância
agregando jactancia,

Me faz perceber
que não existe poder
nem tão pouco, ser.

Que entre a distância
e o ser, o tempo não é substância.
Faz superar o real, a ganância,

Enquanto a preocupação
quase me tira a condição
do existir em voliçao.

Desse desequilíbrio constante
entre o desejo de te ver adiante
e o medo do passado vacilante

Surge um marcante degrau.
Infinitos degraus. Usado varal,
onde estão fixos cada qual

O ser que não quer se entregar
a condição de amar
sem se apegar.

Não espere a oportunidade
Pra dizer o que sente
Incrustado na mente,
Pois o mundo gira a vontade
Independentemente
da verdade... Qualquer verdade!

E a cada volta sua, maldade!
Nada estanca a vontade
De te trazer felicidade.
E pelo suspiro da criatividade,
Que desabrocha em veleidade,
Ocuparemos toda a cidade.

Das matas ao deserto,
Recíprocos, decerto.
Análogos ao incerto
Viver, nesse estado encoberto
Onde a mente priva certo
Sentimento, distante é perto.

Das estrelas, o brilho incerto
Que figura o passado, flerto
O existir que não está perto.
E sem saber de um certo
Sentimento teu, incoberto
Pelas dúvidas, me liberto.