Coleção pessoal de fmauro
As mãos do destino até que mediaram esforços nos últimos tempos pra mostrar o quanto ainda é prazeroso a movimentação do amor. Pena que o frio da realidade age nos momentos errados...ou certos. Sabe-se lá por quê.!
Ironiza-se sem pudor uma visão amarga dos fatos e acaba por vestir com luvas ásperas e sem explicação aparente estas mãos.
As unhas podadas da falta do saber caem num turbilhão sem sol, sem luz e mesmo assim evapora-se qualquer detalhe do acaso, em alguns momentos as mãos movimentam as peças de um ser para entrelaçar-se, mesmo que seja por minutos a união complica-se mais e mais todo esse contexto.
É no apertar destas mãos que tudo se encaixa, os dedos cruzados mostram com veemência que os dois podem e devem carinhosamente se fixar, mesmo que em alguns momentos estas se separem. Em breve a união aconchega-se novamente sem estresse e com a limpidez da confiança lavando tudo pela frente.
Por que será que tudo é complicado? Se é justamente nas mãos que as linhas do destino já se formaram lá no útero, obedecendo toda uma singularidade...
Tudo somente se explica justamente por não saber a maneira, a hora certa, o tamanho ou mesmo a cor, de tirar ou colocar as luvas.
É quando o destino manuseia todos os dedos nas suas divergências de tamanho e de propriedades para que: com linhas, com unhas, com anéis e a liberdade de ser feliz, é que as palmas se façam ser ouvidas pelas almas lá de longe, bem de longe e que é sabido que toda história de vida já fora escrita nos pergaminhos do universo.
E o amor em algum momento irá vir e se encaixar novamente, entremeio aos calos de mãos marcadas, mas fortalecido e renovado com o brilho das alianças.
Mãos.
Dança
Não é o ritmo nem os passos que fazem a dança,
Mas a paixão que vai na alma de quem dança,
É num vai e vem às vezes desconexo para uns
que os corpos se confundem,
tolice, pura tolice,
eis que a magia da dança se faz presente,
para a alma os corpos já se encontraram
para quem ainda não entende, não importa,
envolve-se neste vai e vem, os olhares, o suor, o cheiro
e bem no fundo a melodia apenas dita as regras do prazer,
com as palmas das mãos pesa o aconchego e num mesmo instante,
distancia-se a cara metade somente para trazê-la de volta
apenas para mais uma troca de olhares e um sorriso verdadeiro,
e dançar novamente um outro passo,
dançar é tudo isso,
laços infinitos da confiança do ritmo, de qualquer tom, de um som,
a certeza de não estar sozinho.
o propósito da dança não é de encontrar algo,
um par, uma dama, um cavalheiro.
Mas sim, desfrutar uma paixão.
A paixão da dança.
Fmauro.
Engraçado essa vida, em momentos nós estamos entremeio a turbilhões e conflitos. Num dado momento bate em nossas faces suadas e as costas marcadas com o chicote da vida em feridas profundas e que demoram a cicatrizar e mesmo assim, a magia faz um doce mel surgir do nada, assim, sem que fossemos em busca, daí tudo se abre, o amor aflora, tornamos crianças desprotegidas e esquecemos até da nossa vasta experiência de vida, dos anos que já nos abençoam, e queremos viver na carne este amor, esta paixão, contudo papai do céu parece dar com as duas mãos da sabedoria, de um lado tudo o que queremos e num mesmo paralelo a balança da controvérsia espiritual e mesclada com um quê!
Engraçado, nem tudo é completo, o amor tem seus altos picos de alegria de viver o real amor entre duas pessoas, a troca de olhares, o cheiro, a química, o fazer chorar diante do que nos é incompreensível e que parece faltar um minuto a mais para poder fazer com que o outro se sinta mais feliz, acho que existe uma balança que nos mostra que somos crianças diante de tudo na vida, uma hora pensamos que somos mestres e que nada nos abala, pura demagogia, entremeio a tudo, sempre existe uma pequena falha.
O tempo.
Ninguém, mas ninguém mesmo sabe o quanto tempo temos para viver do lado da pessoa amada.
Quanto vale um momento?
É por isso que num simples tocar de mãos eu eternizo na memória, no pensamento.
No dia do amanhã talvez só me reste às memórias guardadas, os momentos vividos.
É bem verdade que a vida não é somente angustias ou insatisfações, mas elas aparecem com maiores freqüências e acabam sucumbindo o amor e as paixões.
Quando dizem que o amor é sego é porque a mente pensa tolices e o coração dá créditos, o resultado disto são arranhões no amor, no relacionamento, tendo em vista os olhos estarem fechados e direcionados apenas para as perfeições da pessoa amada e não lembrando que o ser humano é acobertado também de falhas , de individualidades e a diferença entre as razões e as emoções tornam-se mais aparentes, mais evidentes.
Acredito que a realidade dos fatos é que determina o tempo de tudo; do amor, da paixão e também do ódio, porque não?
Se pudéssemos nos colocar no lugar um do outro, ai ficaria fácil entender atitudes até então complexas. Até mesmo o tempo ficaria mais fácil de ser entendido.
Se ainda há tempo, se o tempo fora perdido ou se o tempo é agora.
Mas como o tempo não fala, ele somente passa, aprendo com ele a cada dia, a sabedoria do silêncio.
Não sei o quê
Olhai seu devaneio as tuas estreitas, as tuas voltas.
Observando-ei suas controvérsias e suas demagogias impróprias.
O real não se observa no escuro porque é chegada a hora de abrir as vistas da real ilusão, apagada quando não condiz com o que queremos. Acende um não sei, abre-se um quê.
Positivamos desconexões nervosas e desconhecidas pelo fato do segredo, hora guardado no interior individual, do singular do óbvio.
Alinhavado pelo belo, pelo simplório e blindado com fina camada deveras ridiculada e feia, para que, por quê?
Começar num contexto salutar e complexo é propositadamente liberar um vácuo sem término. Assim, sem ater, como pesar o acontecer e completar-se num próximo e exato qualquer?
Incuba-se o sim até a realização dos pensados atos sem moldes na exatidão do existente. O não se evapora numa calda sem nexo, exteriorizando um vão incógnito devaneio a tudo e a todos.
Distorções coadunam num reto ser, na moralidade simples e normal para se ficar assim...
Manuseia-se propriamente dito... não sei o quê!!
f. mauro.