Coleção pessoal de flaviamattos
Eu estava ficando completamente insana. Minhas atitudes não coincidiam mais com minhas palavras, eu era absurda. Era teimosa, exagerada, dramática, tinha o desejo do mundo girar a meu redor, tinha o desejo de seu mundo girar a meu redor. Hoje sou um fundo, sem fundo. Uma alma perdida a procura de um corpo que lhe sirva. Hoje sou a mente que nunca pensa, as pernas que nunca andam. Hoje sou o coração, o que nunca bate por ninguém, a não ser você. Era engraçada, hoje sou apenas desleixada. Era tanto, mais tanto que chegava até a ser de verdade. Hoje sou, sou nada, um fundo sem fundo, uma alma perdida a procura de um corpo que lhe sirva a procura de uma mente que lhe acolha, de um coração que bata por mim de olhos que só me vejam. A procura de alguém. Que com o tempo foi recebendo nome, olhos, boca, com o tempo fui chamando de você.
Viver é um dilema para mim. Não sei se vivo, se deixo de viver, se deixo viverem por mim, ou se viver é realmente viver como dizem por aí.
Aquela sensação aguda de desejo estava presente, apesar de ser considerada tão estranha, tinha a abalado… Ela ao menos o conhecia. Mas tinha que admitir a si mesma, ele havia provocada emoções que ela nunca havia nem ao menos ouvido falar, muito menos sentir. Era exitante, arrebatador. E por mais que ela quisesse negar, viciante. E por um pequeno momento se viu desejando para que ela nunca acaba-se, mesmo que isso significa-se encontrar com ele outra vez.
Uma das minhas complicações mentais é feita de temor, loucura, não sei se não consigo amar ou se nunca me deixo levar. Tenho como notas algo que não se é amoroso, digo que jamais amor em mim existiu, e alego com a mesma intensidade que o medo se apoderou da minha vivencia. Não sei se amo, se o meu pulso é feito contra minhas vontades, se meu coração nunca existiu, ou se existe nunca sentiu. Sou incompreendida,esquecida, falida. Falida de sofrimento, falida de argumento, falida de ser, falida de entender… Uma das minhas complicações mentais é feita de temor, loucura… Mas não de amor. Mas não de amor.
As quatro estações já estavam bem definidas. Era assim. Ela era assim. De vez em quando quente como o verão, quase sempre fria como o inverno. Caía lentamente igual às folhas no outono e florescia rapidamente depois, assim como as flores na primavera.
Sou um oásis emocional, o fim da linha tênue, o inicio de um sonho que nunca terá um desfecho.Sou maleável, periódica, problemática, sou vestígios da felicidade, sou vestígios de vestígios, sempre classificada. Entendida, incompreendida. Sou sempre virgulas, nunca pontos. Uma eterna nostalgia, um eterno frenesi. Interprete da vida, antagonista dos momentos, exagerada, emotiva, similar, digna, inexistente. Hoje digo: Viverei o para sempre até amanhã, o eterno em um minuto. O junto separado, andarei sem sapatos, serei livre de mim mesma, esquecerei de toda a bagunça de toda a tristeza […] Serei maleável, periódica, serei vestígios da felicidade, serei classificada,serei a probabilidade de fazer alguém feliz.