Coleção pessoal de flabrito
Tenho cultivado dessas felicidades sem hora marcada, que não avisam da chegada e se esquecem de propósito da hora da partida.
Tanta coisa é feita pra doer na gente, tanta coisa, mas é tudo de passagem. De permanência, a gente ficando mais viva.
E talvez essa existência dos olhos para fora seja apenas um álibi para tudo o que vivemos do coração para dentro.
E se eu lhe pareço tão quieta não estranhe, não estou triste. Eu só estou um pouco mais aqui dentro.
Viver é delicado. A gente sempre pensa que já viu e fez e passou de tudo quando, na verdade, está apenas começando.
Vontade de escrever uma carta de amor. Escrever apenas: a gente se vê. Bem no meio do papel, vasto e branco todo o resto. Como toda essa vida interposta entre dois dias, o que não chegou e o que fez tudo mudar. A carta, o amor, a vastidão branca. A vontade interposta da vida. Mas a gente se vê, quem sabe.
Estou em uma fase de combinar tudo. Combino alegria com viço, desejo e prazer, combino corpo e alma, não necessariamente nessa ordem. Porque viver não é monocromático e tudo que nos faz feliz combina perfeitamente entre si. Essa é a tendência que o tempo não desgasta. O resto é modinha.