Coleção pessoal de filosofastico
A coisa mais importante da vida é a própria vida. Deuses fictícios, santos de barro, espíritos que ninguém vê - nada disto importa. Viva com cuidado, cuide-se sempre, vá a médicos e tome todos os remédios que puder. Depois da vida, não há absolutamente nada!
Reze para morrer durante a vigília, acordado, sendo capaz de perceber que aqueles são seus últimos momentos e que o fim se aproxima. Nada me parece mais triste e desesperador do que deitar-se para dormir e nunca mais voltar a ser.
De todas as coisas estúpidas que já vi a religião obrigar as pessoas a fazerem, pedir perdão a Deus por ser exatamente da forma como ele fez me parece uma das maiores e mais risíveis. É como se o filho que nasce com alguma deficiência física tivesse que pedir perdão a seu pai pelo órgão ou membro defeituoso.
Sinto saudade de muita gente: pais, filhos, irmãos, amigos, parentes distantes, gente que vi apenas uma vez e outros que eu jamais vi ou sei quem é. Só não sinto saudade de Deus.
Antigamente, Deus "apenas não existia"; agora, além de não existir, ele está completamente fora de moda.
Quando você passa por um formigueiro, você não se preocupa se dentro dele há doentes ou famintos. Assim também deve pensar algum deus que, por ventura, exista, já que, em escala cósmica, somos infinitamente menores do que formigas.
Deus não serve para outra coisa senão para impedir que as pessoas não enlouqueçam diante da certeza da morte.
Ou você acredita em Deus, ou você acredita nos enfermos moribundos e acamados do mundo. Não dá pra acreditar nas duas coisas ao mesmo tempo.
Para felicidade dos políticos, a única preocupação do brasileiro é religião, futebol e a novela das nove.
Feliz é o homem que encontrou a verdade, que vive sem o amparo de muletas metafísicas, que não crê na mentira das religiões e dos deuses, que sabe que a vida é finita e desprovida de qualquer sentindo.
A vida é o joguinho de celular mais completamente sem graça que existe. Você começa a jogar no dia em que nasce e, desde o início, já sabe o resultado. Não importa se você joga 60 ou 120 anos. O final é o mesmo: você sempre perde para o bichinho chamado "morte".
Este é o tempo do idiota. Não há nos dias atuais espaço para coisas como inteligência, cultura, conhecimento e bom senso. Hoje, para existir e sobreviver, você precisa, necessariamente, ser estúpido e completamente imbecil.
Cultura, inteligência, educação, bons modos, amor pelas artes - nada disto ficou para o brasileiro. Ao brasileiro coube a malandragem, a ignorância, os modos mais grosseiros e uma animalidade hedionda que pode ser vista em qualquer campo de futebol.
Nada é mais inútil que o medo da morte. Debaixo da terra, voando nos céus, pregando nos templos, fazendo o mal ou bem, quando ela vem, ela te encontra.