Coleção pessoal de FernandaTimbira

⁠Quebrei meu espelho na esperança de refletir em pedaços o meu amargo rancor.

Apesar do silêncio predominar e do vazio tomar conta do meu espaço - eu ainda te amo.

Das coisas que eu lembro, você é a memória mais significativa que eu tenho.
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A vida é bela diante dos olhos de quem sente contentamento.

Novidade é saber e ter a certeza que dentro de você eu ainda permaneço intacta, ruborizada e amada.

Um tremendo arrojo da minha parte é querer pegar o telefone e novamente ouvir sua voz.

Gosto da intenção de querer me procurar, é bravamente excitante.

É com enorme constrangimento que eu permaneço parada no tempo. Nenhuma gota de pensamento é capaz de alimentar e animar minha pobre alma.

Aprecio sua foto e prendo nas recordações o seu melhor sorriso. Permaneço em silêncio ao saber da sua vida pelos outros, pois sou observadora e te observo dia e noite.

Minha pele arrepia quando imagino a fricção dos nossos corpos. Seu cabelo, seus olhos, sua cor, seu beijo...
Tudo tão ativo e custoso de evitar.

Ao tocar na pele pálida e suave dela – sinto o meu sangue ferver. Com toda malícia agarrada nas mãos, estou explorando brutalmente o corpo dela. No escandaloso auge do acontecimento ela foge dos meus braços como se fosse um fantasma a correr na escuridão. Então – sigo seu ato e nem se quer um rastro de ternura e gratidão.

Uma experiência um tanto ridícula, evitar teus olhos. Unicamente conversando, pude pressentir o rio de mistério que é você.

Como se eu estivesse correndo, fugindo, fluindo de algo deleitoso e talvez enigmático. Minhas reflexões desviaram dos teus olhos por diversas vezes e eu nunca ousei questionar. Ligeiramente pude sentir a ternura dos teus lábios escaldando meu corpo;

Sinto que estou brincando com a dor - soltando risos.

Lembranças me assustam quando estou acompanhada.

Seu mistério alimentou e conservou meu ser. Fiquei um tanto mortificada, receios beiraram minha razão.

Tamanha audácia do meu ser chegar a você sem ao menos te conhecer, eu estava e andava tão livre que não divinizava que fosse tão admirável te ter em meus braços.

Fantasiando teu ser, persisto em ficar e continuo te buscando. Confesso que nas minhas lembranças sua imagem permanece nítida e inconstante.

Feito uma agitação violenta do ar acompanhada geralmente de chuva e trovões, o medo surgiu impossibilitando minha imaginação e atemorizando meus desejos.

É sabido que dentro de mim vociferou o medo, uma espécie de rebate, uma prevenção.